quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Retrospectiva

"And the way I feel tonight
I could die and I wouldnt mind
And theres something going on inside
Makes you want to feel makes you want to try
Makes you want to blow the stars from the sky"

-- depois de me acabar em Head On, do The Jesus and Mary Chain, fui perguntar o nome do som pra um cara. Ele era gay e me secou, aqui no Rio de Janeiro.

* * *

Semana passada, escrevi uma carta e arrumei meu quarto por conta dos armários novos, e joguei muita coisa fora, foi ótimo. Mas o mais curioso foi mesmo a tal carta, porque mais até do que a Respectiva 2008 que a Globo apresentava enquanto eu rasgava papel ela me deu a chance de pensar em como foi meu ano. Maluco, cheio de reviravoltas, (muitas) decepções, perspectivas e mesmices, pessoas que foram e novas que vieram, que voltaram ou que vieram e foram. E um sentimento de estar perdido que durou por tempo demais, acho eu.

Eu tenho mania de fazer promessas de ano novo, sim. Mas não se trata de arrumar emprego, ou perder peso - opa, essa vai ser daqui a algumas horas, porque o metabolismo parou de cooperar. São coisas relevantes, bem específicas e fazíveis. O Pearl Jam ano passado foi o resultado de uma delas. Esse ano que passou eu tinha praticamente três, e fui feliz (?) em 66,6% delas, curiosamente nas mais complicadas que demoraram meses pra se resolver, tivesse o resultado que tivesse em um dos casos e a outra com resultados em 5 anos. A mais simples, que implicava só a minha pessoa, um pouco de dinheiro e boa vontade... essa ficou na vontade, e talvez tenha direito a um repeteco. Só ela, espero. Dessa vez serão coisas novas, e espero ter a capacidade de levar a cabo.

Mas 2008 foi, pro meu espanto, muito mais complicado e difícil do que 2007. Uma montanha-russa emocional de que, ao contrário da anterior, eu não me orgulho nem um pouco, especialmente porque pessoas andaram nela comigo, e nem todo mundo enjoyed the ride - eu sei que eu não, mas era (mais do que) necessário. Sei que é um jeito tosco e bastante covarde, mas eu peço desculpas a cada uma delas, mas foram honest mistakes, seja o motivo que for, ou o "campo" que for, mas a gente às vezes aprende do jeito mais difícil e mais doloroso, e o que mais me deixa triste é saber que fui o motivo de maus bocados pra gente que merece tudo de bom. Foi também difícil constatar que um sonho de vida não saiu bem como eu queria ou planejava, e que terei longos 5 anos pela frente, mas ao mesmo tempo começar a mudar isso foi um dos pontos altos, e agradeço a quem me apoiou, por palavras, gestos ou pelo simples exemplo que me deu. Comecei e parei com a terapia, e ela se mostrou muito útil e faz falta agora, mas tudo é uma questão de escolhas e organização financeira. Organização, aliás, que passou a ser prioridade e fruto de uma escolha, mas sem contar com possibilidades que não se concretizam e me ensinam que de nada adianta fazer planos sem ter certeza das coisas, porque o tombo sempre é (foi) maior.

Por outro lado, finalmente fui à Argentina e vi que esse preconceito idiota dos brasileiros é unilateral e nuestros hermanos têm MUITOS motivos para que gostemos deles, mesmo que eles não tenham nascido por lá. Não é a toa que este que vos fala quase foi morar lá por alguns meses, mas tudo tem motivo pra acontecer ou deixar de. Vi também que alguém que veio ao mundo por um "erro" pode ser uma fonte de felicidade pra muita gente - bem como alguém que foi planejado e para muitos seria uma loucura -, e que aquelas pessoas que têm amor pelo filho dos outros têm razão. Consegui resolver muita coisa interna, passei a ouvir músicas um pouco diferentes do que costumo e gostei disso, revi muitos amigos queridos e que alguns deles entraram em outra fase de vida. Eu mesmo voltei a uma fase da vida que eu achava que tinha acabado, e vejo que foi a coisa certa. Agora mais pro fim do ano, descobri da melhor maneira possível que a vida tem seu lado cíclico, e só estaria mais feliz se um oceano não tivesse se tornado uma espécie de barreira, sendo que ao mesmo tempo isso me dá mais motivos pra ansiar por 2009, coisa de 20 dias.

Acho que hoje, mais do que nunca, eu quero que chova (pouco, pelo amor de Deus!), não pra miar a festa de ninguém. Mas eu quero virar o ano e me lavar, olhar pra trás e poder me orgulhar por ter tido um ano complicadíssimo mas, ao mesmo tempo, que me ensinou horrores, do qual eu saí "vivo" e de cabeça erguida, com boas perspectivas e especialmente expectativas, planos, projetos. Pronto pro que der e vier, mais bem preparardo pra isso e sem ter que cometer os mesmos erros que cometi, honest ou não, sendo uma pessoa melhor mesmo, tanto pra mim mesmo quanto para os outros. Há tempos que eu não fico tão esperançoso ou mesmo me importando tanto com uma virada, mas 2008/09 tem um peso que... talvez eu nunca tenha sentido numa virada, verdade seja dita.

Como de praxe, tentei pensar em fatos mais marcantes ou bobeiras, um Top 5 pra música ou filmes, mas acho que prefiro fazer uma lista menos específica mesmo, de fatos ou coisas marcantes, cada qual na sua área. Seria o Top 5 2008, criativo assim mesmo.

* a palavra eventualmente não existe em português, nem no Houaiss. Passado, eu parei de usar na hora, mas em inglês ainda vale. Me tiraram essa certeza da vida, junto com saber que Wishing Well é do Free, e não do Blackfoot.

* pedir demissão do mesmo lugar duas vezes e ver sua chefe pedir pra você ficar porque ela simplesmente GOSTA de você (além do seu trabalho, é claro) é bom pro ego, mas especialmente por mostrar que eu ainda acerto com pessoas.

* finalmente eu vi o R.E.M. ao vivo e, sem querer (ou não), foi melhor do que eu tinha imaginado quando tinha 17 anos. Vida cíclica, de novo, e esse "vi o R.E.M." é bem maior e mais importante do que parece, especialmente porque uma pergunta comendo hamburguer foi, ao mesmo tempo, de foder e de fazer ver mais claramente.

* o milagre dos torrents e do Last.fm tornaram quase impossível eu fazer outra lista dos discos mais relevantes do ano, e eu teria que citar muitas coisas. Como foi muito mais um ano de músicas do que de discos ou artistas, eu deixo 2008 como um ano rico em música, só isso.

* ter a mais clara sensação de que você faz mal pra alguém que você ama. Isso é algo por que ninguém deveria passar, mas é crucial em alguns casos, e ao mesmo tempo que machuca, te dá forças pra seguir em frente. Pena que a maioria dos homens não sabe "aproveitar" ou mesmo usa isso da forma mais cretina possível.

Estão me chamando na cozinha, e acho que já falei até demais. O resto vai ser na praia, eu vou ter tempo de sentir tudo isso mais tarde e, por que não?, chorar pra fazer com que tudo se vá mesmo. Quero mais é esse peso pra amanhã estar mais leve, e pronto. Que venha 2009, com tudo que ele tem pra me oferecer.

Feliz ano novo, e tudo de bom pra nós todos.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Тетрис

"Over futile odds
And laughed at by the gods
And now the final frame
Love is a losing game"

-- você não poderia estar mais errada, Amy. Nem sempre Love Is a Losing Game.

* * *

Tetris
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Tetris (em russo, Тетрис) é um jogo electrônico muito popular, desenvolvido em 1985-1986 por Alexey Pajitnov, Dmitry Pavlovsky e Vadim Gerasimov. Pajitnov e Pavlovsky eram engenheiros informáticos no Centro de Computadores da Academia Russa das Ciências e Vadim era um aluno com 16 anos.

O objetivo do jogo é encaixar tetraminós, que são peças de diversos formatos que descem do topo de uma tela. Quando uma linha é completada, desaparece e dá pontos extras ao jogador. O jogo termina quando as linhas incompletas se empilham até o topo da tela do jogo.

Um dos jogos mais viciantes do início da era dos computadores pessoais, Tetris foi ganhando uma legião de fãs e muitas versões à medida que estes computadores foram evoluindo. Teve versões em diversas plataformas, inclusive em Commodore Amiga, mas foi no Game Boy da Nintendo que o jogo teve mais sucesso, sendo inclusive o principal factor para o grande sucesso do Game Boy.

Uma vez, com a Berdz no japonês, a gente montou a metáfora do Tetris pro rodízio, em que um arroto valia pelo tetraminó de 4 espaços em linha reta, o vermelho (daí a cor do texto acima), como me disseram ontem, porque liberava umas quatro linhas e dava mais espaço pra caírem as pedrinhas, ou seja, o sushi. Mas tinha uma hora em que a coisa não dava mais, e daí fazia aquele barulhinho engraçado de quando acabava, porque lotou. Ao menos no Game Boy fazia. Por sinal, a música que tocava se chama Korobeiniki, e dá pra se achar várias versões legais, como a do Ozma (banda indie).

Mas ontem eu ouvi uma metáfora pro Tetris muito melhor, e definitivamente mais relevante do que a do japonês. Uma metáfora que fez sentido, foi bem colocada para ilustrar e me deixou mais motivado pra jogar bem do que sentar na frente de um PC pra jogar PES 2008 e ver, com gosto, uma pessoa quieta ficar falante e animada. Deu foi vontade de jogar como nunca, melhor do que Kyle e Stan juntos no Guitar Hero, e bater qualquer recorde que eu tenha até hoje. Fazer com que, de tetraminó em tetraminó, o jogo vá longe - muito longe - e as peças de 4 espaços sejam cada vez menos necessárias.

Afinal de contas, esse Tetris tem tudo pra dar certo e ser um belo winning game.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Olvidamento

"Fortune, fame
Mirror vain
Gone insane
But the memory remains"
-- começar um post com The Memory Remains, do Metallica, só me veio hoje. O texto vem desde sempre.

* * *

Mais ou menos citando o Homem-Aranha, minha memória é, ao mesmo tempo, minha benção e minha maldição (no caso dele, isso seria subir paredes, ter super-força, agilidade e sentido de aranha). Juro que isso não é fazer drama, ou exagerar, mas acho que as pessoas que mais convivem comigo, ou mais intimamente, já perceberam isso, especialmente quando eu faço minha cara de decepção porque a pessoa não se lembra de algo que eu me lembro, ou acho importante - geralmente só pra mim. Minha ex-terapeuta tentou e até que conseguiu me convencer de que isso tem que parar, porque eu não posso esperar que todo mundo dê o mesmo valor que eu dou a determinadas coisas, ou mesmo que simplesmente tenham uma memória boa como a minha.

Eu me lembro de detalhes, de roupas (especialmente quando eu conheço alguém, sou pior do que mulher), de falas em filmes, de falas em bar, de conversas, de datas, de rostos, de piadas, de atos falhos, de hora, de risadas, de choros. E isso tem reflexo quando eu vou contar uma história, porque eu coloco tudo que consigo lembrar, o que irrita muita gente, como a Bell, que prefere ser feliz. Deve ser por isso que eu sempre procuro detalhes pra me lembrar, até porque isso pra mim significa que eu me importo, algo do tipo. Não gasto meu tempo tentando reparar em picolé de chuchu, ou em gente chata.

Mas, além da parte da frustração, essa memória vem com um... problema. Acho que ninguém melhor do que Drummond conseguiu expressar isso, e é incrível como ele consegue ser tão preciso com tão poucas palavras. O poema chama-se Memória, e foi o primeiro que eu consegui memorizar, talvez pela significância que ele tem pra mim, porque no fim, as coisas... ficam mesmo, e pra sempre ficarão. Pro bem, ou pro mal, verdade seja dita. Tem coisas que nunca serão esquecidas, por mais que devessem o ser, para o bem de todos, e elas são... confusas? Talvez. Alegres? Muitas vezes. Dolorosas? Poucas, mas por vezes, sim. E daí, qualquer coisa as faz voltar, tanto lembranças boas quanto ruins, e isso pode ser um cheiro, uma música, uma palavra ou outra, uma imagem... ou simplesmente o vento soprando pro lado errado. O segredo é saber conviver com isso. Não que a vida deva ser calcada por isso, mas manter tudo no tangível vale a pena.

Ok, comecei a viajar aqui, pensar em outras coisas. Mas o fato é que a memória atrapalha, mas também tem o lado benção. Quantas pessoas eu não vi abrirem um sorriso por eu lembrar alguma coisa, ou mesmo ouvi um "Nossa, nem lembrava disso!" feliz, e agradeci pela HD que tá na cachola. E faço questão de continuar lembrando, até porque gosto de saber e de lembrar, por exemplo, o exato dia em que dei meu primeiro beijo (8 de novembro de 1998), a primeira coisa que eu disse pra pessoas que hoje me são especiais ou até mesmo a frase que minha mãe usou quando me viu no aeroporto, voltando dos EUA, em 2001. E gosto de me lembrar de coisas "bobas", mas desses detalhes que são absurdamente significativos (uma mensagem de ICQ que desencadeia coisas e promessas de jogar no poste, um sabor de sorvete, uma piada com nome de bairro), mas seriam tantos e pra tantas pessoas que esses eu prefiro guardar pra dizer pra pessoa, talvez até mesmo numa sober-drunk confession, porque o sorriso vai valer a pena.

A real é que eu tô mesmo conseguindo lidar melhor com essa coisa da frustração, mas uma nova tem vindo pra mim. Das pessoas eu tento não esperar mais muita coisa nesse sentido, e é melhor assim, prefiro continuar sendo eu o provider de memória, sabendo que cada pessoa tem seu jeito de demonstrar certas coisas - acho que é isso pra mim, eu tento demonstrar que gosto da pessoas por lembrar de coisinhas. *momento auto-análise* Essa nova frustração é minha sobre mim mesmo, porque pra alguém que até se orgulha da memória, é ruim não lembrar quando eu disse pros meus pais que os amo, ou mesmo lembrar quando foi a última vez que entrei pra dar uma aula e saí pensando "Como eu gosto disso!". Coisas que me são caras, mas que eu deixo passar, ou mesmo não sinto há tanto tempo que ficaram mais distantes. Pelo menos pra algumas delas eu tenho a solução, e ela só depende de mim.

O curioso é, por sinal, que eu tinha começado esse post há algum tempo. E tinha me esquecido de terminar.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Do Anonimato

"But of all these friends and lovers
There is no one compares with you"

-- porque sempre toca Beatles, e In My Life é das minhas favoritas. Espero que toque é cada vez mais.

* * *

Diz o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa sobre o verbete anônimo:

Datação
1652 cf. DA

Acepções
adjetivo
1 que não tem o nome ou a assinatura do criador; sem autoria
Ex.:
adjetivo e substantivo masculino
2 que ou aquele que não revela o seu nome
Ex.:
3 que ou o que é obscuro, desconhecido; que ou o que não tem nome ou renome
Ex.: <é um a. qualquer>

Eu, por minha vez, nunca fui muito chegado em fazer isso, sabe? Acho que fazer comentários anônimos, postagens anônimas, ofensas anônimas nunca foi uma coisa legal, porque quando eu quero elogiar, criticar ou xingar, faço isso na cara mesmo. Acredito que declarações até que são aceitáveis, porque nunca é fácil, mas daí a xingar... bom, que seja no tête-à-tête, mas tem que ser dito na cara. Eu prefiro fazer e ser feito assim.

Acho que o recado foi dado mas, sinceramente... vou deixar os recados anônimos aqui, e a possibilidade de que eles sejam feitos. Assim, quem me chamou de "estúpido" outro dia, ou mesmo disse pra outro anônimo que ficar do meu lado é "waste your time" possa continuar com isso. Chega a me divertir, especialmente porque eu tenho quase certeza de saber quem é essa pessoa.

A etimologia da palavra tem um quê de "sem glória", e vem bem ao caso.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Teu cu!

"A gente topa tudo
Sapatão a bigodudo
Na hora do piriri
Cai ni min ô travesti"

-- só porque a Babi adorou o Bonde do Rolê, e rima. Mas é Solta o Frango.

* * *

Seguinte, essa é pra quem eventualmente já tiver descarregado meu iPod. São mais ou menos os "comandos", assim que abrir o iTunes. Até sugiro limpar a biblioteca, pra garantir que a coisa vai dar certo, e organizar por artistas.

* W > E > E > ir até o nono álbum (atenção aos EPs, discos com faixa bônus e tal) > faixa 9
-- atenção ao 3º verso do refrão.

* B > A > R > enter, sem medo de ser feliz
-- 3º verso do refrão poderia, será, ser uma pergunta?

* B > I > D > ir até o quarto álbum > faixa 10
-- preciso explicar? E vale pra AGORA!

* P > E > A > No Code > "Sorria, meu bem, sorria!"
-- o primeiro verso do refrão, que é também o terceiro, resume essa segunda-feira.

(tá, falei) [2]

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Scooby Doo, where are you?


Porque às vezes não dá vontade de colocar texto. Flog também é cultura, e o Mackenzie finalmente começou a me dar a "vida universitária" que a USP não deu.

Alguém sabe quando é o Bota Fora do primeiro semestre?

domingo, 16 de novembro de 2008

Pavão ou Gato?

Depois de rir horrores ontem, eu descobri que estava certo: são os pavões, não os gatos no cio! hahahaha

http://encarta.msn.com/encnet/refpages/RefMedia.aspx?refid=461538253


(não fez sentido? Vem aqui em casa um dia de noite que eu mostro, mas ouve o áudio no link antes)

* * *

Post em homenagem à Fabi e aos "gatos" dela, que miavam do lado errado do carro.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Todo mundo mesmo.

Ontem tive a chance e o prazer de ver isso ao vivo, ao lado de ótimas companhias, inclusive a que eu sempre tinha imaginado para titio Stipe & cia. O show, ótimo, mas eles têm uma música que é... não sei, acho que inexplicavelmente dolorosa, sofrida e linda. E me fez pensar, pensar, pensar. Acho que isso é o que eu mais tenho feito ultimamente.

Pelo menos pensei que tive uma noite quase perfeita, e que ri por rir, gostoso mesmo, como há tanto tempo não fazia. Isso faz bem, mas eu poderia ter tido mais do que duas horas de sono. Por isso mesmo, vou pra cama. Boa noite (às 12h31).

* * *


When your day is long and the night, the night is yours alone,
When you're sure you've had enough of this life, well hang on
Don't let yourself go, 'cause everybody cries n everybody hurts sometimes

Sometimes everything is wrong. Now it's time to sing along
When your day is night alone, (hold on, hold on)
If you feel like letting go, (hold on)
If you think you've had too much of this life, well hang on

'Cause everybody hurts. Take comfort in your friends
Everybody hurts. Don't throw your hand. Oh, no. Don't throw your hand
If you feel like you're alone, no, no, no, you are not alone

If you're on your own in this life, the days and nights are long,
When you think you've had too much of this life to hang on

Well, everybody hurts sometimes,
Everybody cries. And everybody hurts sometimes
And everybody hurts sometimes. So, hold on, hold on
Hold on, hold on, hold on, hold on, hold on, hold on
Everybody hurts. You are not alone

-- Everybody Hurts, a jóia do R.E.M.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Posso deixar de ser presidente agora?


WASHINGTON, D.C. — Em conferência com a imprensa, essa manhã, no gramado da Casa Branca, o Presidente Goerge W. Bush formalmente perguntou aos jornalistas presentes e membros do seu gabinete se, em virtude do resultado das eleições, ele poderia deixar de ser o Presidente. "Acabou, certo? Posso parar de ser presidente agora?" disse Bush depois de se aproximar do palanque a passos largos, usando um boné do seriado Texas Ranger e uma camisa de flanela, levando consigo uma mala aparentemente pronta para viagem, para surpresa dos presentes. "Vamos apenas dizer que, por hora, já 'deu'. Acabou a presidência." Quando informado por David Broder, reporter do jornal Washington Post, que seu mandato continuaria até o começo de janeiro, Bush olhou para ele como que espantado, suspirou e, de cabeça baixa e os ombros encolhidos numa postura de derrota, entrou em silêncio na Casa Branca, murmurando algo como "Mais dois meses...".

* * *

Ah, se isso fosse de verdade e pudesse acontecer... mas será Obama esse Jesus Cristo que o mundo espera? Aqui, no Brasil, o Lula não foi. Mas tem gente que nem sabe disso, porque acompanha lá fora e se esquece da própria casa. Vergonhoso.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Post-it

"But I'm fractured from the fall
And I wanna go home
I'm fractured from the fall
And I wanna go home"

-- Two, de Ryan Adams, acabou de tocar aqui.

* * *

A gente sabe das coisas mesmo antes de fazer, e hoje comprovei que tirar post-it colorido pode ser mais doloroso do que tirar band-aid do joelho.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Inconveniência

"Yes, 'n' how many times can a man turn his head,
And Pretend that he just doesn't see?
The answer, my friend, is blowin' in the wind,
The answer is blowin' in the wind."

-- Blowin' In The Wind valeu uma indicação ao Nobel de Literatura para Bob Dylan, o "poeta do rock".

* * *

Desde pequeno, tudo que me cai nas mãos e tem letras, eu leio. Passo atrás de alguém no computador, eu leio, sem querer, mas leio. Bula de remédio, manual de instruções, eu leio. Dirigindo, com livro no colo, ou placas, eu leio, e bato o carro. Bêbado, numa festa, com A Revolução dos Bichos em pocket, no meu bolso, sentei e comecei a ler. Clássicos, modernices, consagrados, subestimados, poesia, prosa, porcarias, ténicos, eu leio.

Daí vêm os blogs, e eu começo a ler os outros, amigos ou não. Eu vou lá, (re)começo o meu, recebo elogios, mas falta alguma coisa. Leio outros, escrevo mais, e continua faltando. E me vem aquela inquietação, um não sei o quê incômodo. Gosto cada vez mais do que os outros escrevem, e me anima saber que tanta gente escreve tão bem e, infelizmente, nunca vai ser publicado, porque o mundo não funciona mais assim. Tanto posts mais poéticos quanto os mais revoltados, tudo me agrada, e me incomoda.

Não é que quero o lirismo comedido, bem-comportado ou que não é libertação, nem busco o lirismo dos loucos, difícil, dos bêbados (esse quem sabe). Só queria poder ler o que escrevo e gostar mais, achar menos pedante, menos hipócrita, menos bobo. Parece que fica entre o deboche e o sério, quase uma coisa de auto-ajuda, não chega à irônia que eu quero, mas não é tão maçante assim. Consigo chegar a algum lugar?

Entre uma divagação e outra, esse post que vai me render mais um incômodo, eu volto, frustrado, para os meus livros que têm, cada vez menos, esse lirismo que Bandeira quer e, mais importante, tem.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Daslu

Eu ia postar sobre as eleições, mas esse texto merece ir na íntegra. Essa é nossa classe média e alta. Será que agora consigo pessoas pra me ajudar a colocar bombas na loja - com as consumidoras dentro dela?

A parte em negrito é grifo meu, e me fez ficar com vontade de achar essa mulher, amarrar a condenada num poste e queimar todas as bolsas e sapatos dela na frente dela.

* * *

Em dia de eleição no Brasil, patricinha paulistana elege Daslu e fica na fila de bazar

PAULO SAMPAIO

DA REPORTAGEM LOCAL

Um dos eleitorados mais fiéis de São Paulo esperou ontem até três horas em uma fila cheia de curvas para "dar seu voto" ao bazar da butique Daslu, inaugurado em um galpão da Vila Olímpia (zona sul) e com descontos de até 90% nas grifes.
Entre as 11h e as 15h30 -quando o repórter precisou sair para votar-, o bazar recebeu cerca de 1.200 pessoas.
Patricinhas levemente coradas (depois de aplicar o "bronzing powder, da MAC"), cabelos esvoaçantes e bolsas gigantes contavam que seus candidatos eram Alckmin e Kassab, nessa ordem -mas ambos perdiam de longe, nas conversas, para nomes como Chloé, Valentino e Tod's.
Marta, freguesa das grifes, era pouco -ou quase nada- votada ali: "Eu conheço a vida pregressa dela. O povo não sabe história do Brasil", disse, enigmaticamente, a empresária Ruth, 54.
A advogada Carolina Paione, 32, explicou seu voto para Kassab: "Tenho que garantir o emprego do meu marido, que é advogado na Subprefeitura de Cidade Ademar (zona sul). Eu garanto o emprego dele, e ele garante as minhas compras na Daslu".
Houve vaia para os eventuais furões de fila, aplausos quando entravam dez de uma vez e frustração por parte de quem não achava "uma peça que justificasse tanta espera".
Como a maioria das moças ali, a administradora de empresas Carol Viegas, 31, disse que não enfrentou fila para votar, mas se assustou com a espera de até duas horas para pagar. "Peguei três blusinhas "furrecas", ainda por cima da estação passada, e, quando olhei para a fila, larguei tudo lá. Pode pôr aí: maior "mico"."
De repente, próximo à porta de entrada, vaia: "Uuuuu!". Um rapaz tentou furar a fila. "A mulher dele está lá dentro, grávida!", apelam as cunhadas de Hali, dizendo que ele é judeu ortodoxo inglês e está pela primeira vez no Brasil.
"E daííííí?", grita a turba, agora duplamente corada.
Na fila, mulheres enfiavam o rosto nas sacolas das que saíam, perguntando "Valeu a pena?". "Olha, esquece as bolsas, não tem mais!", diziam as que vinham de dentro.
Uma funcionária da butique passou servindo garrafinhas de água, que, depois de consumidas, eram jogadas no chão. Dentro da loja, mulheres desbaratadas catavam ansiosamente peças pelo chão.
Nos provadores gigantes, muitas corriam peladas, arremessando longe o que não servia, como se estivessem em uma gincana nudista.
Depois de três horas e meia acompanhando o "happening", o repórter saiu para votar. Levou 1 min 40 s.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

beijomeliga

"Quem sabe um dia desses
S
ua auto-estima baixa
Nossas agendas batem
E a gente se encaixa"

-- o Ultraje a Rigor dá a fórmula do que eu sinto hoje em Me Dá Um Olá.

* * *

Notícia bombástica que me deixou animado logo pela manhã, mesmo acordando cedo! Será que agora você me liga? Tô te esperando, gata. Facinho, facinho.

* * *

25/09/2008 08:59

Natalie Portman termina namoro

Atriz rompeu seu relacionamento com o roqueiro Devendra Banhart [LOSER - grifo meu]

A atriz Natalie Portman está solteira novamente. De acordo com o site da revista “People”, ela terminou o namoro com o roqueiro Devendra Banhart. Os dois se conheceram no mês de março durante as filmagens do clipe “Carmensita”, que contou com a participação da atriz.

O romance veio à tona depois que Portman e Banhart foram flagrados aos beijos pelas ruas de Nova York e durante um jantar romântico no restaurante japonês Jewel Bako.

“Eles ficaram juntos logo depois das filmagens do clipe”, disse uma fonte próxima a atriz na época do affair.

A publicação não informou o motivo do término.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

"the horror! the horror!"

"Out for summer
Out 'til fall
We might not come back at all"

-- Alice Cooper, em School's Out. Mas amanhã eu volto.

* * *

Noite mal dormida. Nervosismo, cabeça distraída. Borboletas no estômago, dor de barriga. O toque do papel incomoda, a caneta não se ajeita na mão, a tinta dá de querer falhar. tic tic tic Burburinho, falatório, shhhhh! A vista turva, olhos voltados aos céus, tira os óculos que começam a incomodar, a cadeira é desconfortável. Não sei nada, fudeu! tic tic tic Calma, respira, lê direito. Tem tempo, pára, pensa. Ah, isso eu sei. Tá, essa aqui eu acho que também. tic tic tic Escreve, escreve, mão suada, enxuga, escreve, escreve. Falta quanto tempo? Escreve, escreve, mão dói, escreve, caneta falha, caralho!, escreve. Risada, piada. tic tic tic Olha pra um lado, pro outro. Gente compenetrada, gente com cara de desespero, gente te olhando de volta. Olho na prova. Escreve, escreve, escreve. Ah, essa tá boa, beleza. Olha pro lado, olho na prova, olha o relógio. tic tic tic Mais 10 minutos pessoal. Quê? Dez minutos? Putaquepariufudeunãotônemnametadedessaporra. tic tic tic escreve escreve escreve escreve escreve escreve mão suada escreve escreve mão dói escreve escreve escreve. tic tic tic Vamos entregando, pessoal. Vaisefudereficaquieto! tic tic tic escreve escreve escreve Deu o tempo. escreve escreve tic tic tic Ah, vai assim mesmo, acabei. Foda-se. Foi bem? Sei lá, acho que sim.

"- E aí, vamos pro bar agora?"

Essa frase é a que mais faz sentido na noite, quando eu me lembrei do que é ser estudante e ter que fazer uma prova na faculdade. Acho que era disso que o Kurtz tava falando.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

LHC

"It's the end of the world as we know it.
It's the end of the world as we know it.
It's the end of the world as we know it and I feel... fine...fine..."

-- not really, Michael. Mas a letra de It's The End Of The World, do R.E.M., faz sentido total. A menos que o Charles cante no PS.

* * *
Para a tristeza de muita gente, hoje o LHC foi ligado, às 5h38 da matina, e o mundo não acabou. Não temos buracos negros na Europa. Nenhuma explosão - ao menos fora dos túneis dos aceleradores - aconteceu. Isso para a decepção de muitas pessoas que conseguiram ir longe, até porque um projeto de 13 anos e do tamanho que é deve ter alguma segurança, e o próprio Stephen Hawking disse que esses medos eram infundados - se ele fala, tá falado.

Eu, como bom nerd, fiquei super empolgado, vi um monte de vídeos, infográficos, animações e tudo mais pra entender (ou tentar) até onde vai a extensão dessa experiência, e me senti num filme de ficção científica, porque é MUITO legal! Claro, tem gente que nem tava sabendo disso, e eu fico feliz em dizer, pela primeira vez em algum muito tempo, que foram meus alunos que me contaram sobre essa loucura toda. Nem tudo está perdido!

(ok, estou colocando de lado o fato de que eles iriam "fumar uma narga" e fazer sexo se o mundo fosse mesmo acabar)

Bom, mas enquanto o tal fim não vem pra nos atazanar, vale a pena ver um vídeo do YouTube sobre isso, é bem engraçado (notem o sotaque do sujeito e dos franceses, impagáveis!) e viajar em como seria o nosso verdadeiro armagedom, talvez em 2012 como dizem os Maias.

Só sei que eu iria querer estar no ar na hora H, livre como um pássaro, fazendo sky diving, por exemplo. O que minha ex-terapeuta diria sobre isso, eu me pergunto.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

À Deriva


Essa metáfora fez tanto sentido que eu até me assustei. Sou eu ali no meio.

sábado, 23 de agosto de 2008

Ana Luísa

Digam o que disserem, ela é mais fofa que todos os outros cara-de-joelho que tem por aí. E hoje é aniversário dela, 1 ano. O tempo voa, não?

E eu, mesmo sem irmãos ou namorada, sou tio. =)


Faz o porquinho, faz!

sábado, 16 de agosto de 2008

Pérolas

Cada coisa que a gente lê.

* * *

(na Sta. Ifigênia, vendo orçamento de PC com a Fields)

- E esse é o preço à vista? Tem desconto?

- À vista tem 5%, ou você pode falar com o Fulano ali pra negociar.

- E com cartão, cheque, como faz? Pode parcelar?

- Cartão faz em 3 e em cheque, pela financeira, faz em 7, tudo sem juros.

- Beleza, então você pode anotar a forma de pagamento atrás, por favor?

O sujeito começa a escrever, erra uma... pára, pensa. Recomeça e termina de escrever. Quase não deu tempo de sair antes de começar a rir, espantado e maravilhado ao mesmo tempo. Ele tinha acabado de inventar uma nova forma de pagamento, tadinho, e matou o cheque.

Olha aí:

Impagável, em sentido literal e figurado. Ao menos em 7 vezes.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

10%

"Garçom, mas eu só quero chorar
Eu vou minha conta pagar
Por isso eu lhe peço atenção"
-- já falei sobre Garçom, do Reginaldo Rossi.

* * *

Pra muita gente, na hora de comer fora a comida e a babida são o fator de maior importância, não é segredo. E isso tem lá sua lógica, porque imagine você ir ao Fasano, pagar a bagatela de R$ 82 num prato de comida e o treco ainda vir ruim, ou a cerveja quente? Não dá, não mesmo. Pior é quando você paga, por exemplo, mais de R$ 40 numa pizza e quando ela chega a vontade de falar é "Opa, chegou metade dela. Cadê o resto?", de tão pequena que ela é. Drink preparado com muito gelo, doce demais ou mesmo forte demais também não ajuda, mas pelo menos no último caso você fica bêbado, então até passa. Coloca um gelinho que tá tudo certo.

Agora, especialmente desde que comecei a andar com pessoas que fizeram/fazem Senac, no caso Hotelaria, eu passei a prestar mais atenção a uma coisa, que no fundo sempre foi super importante pra mim: o serviço. Prova disso é que eu penso duas vezes antes de voltar a bar onde o garçom tá de má vontade, ou dá rolo na conta e o povo do bar não quer nem conversar. Tudo bem, bêbado fazendo conta não é a coisa mais lógica do mundo, mas tem bar que abusa da boa vontade e do teor alcóolico. No caso de garçom com má vontade, acho que o primeiro sinal que eu tive foi na Pizza Hut, indo pra Bienal do Livro, em 1998 - os caipiras vinham pra SP e tinham que passar no shopping, claro. A mulher atendeu a gente tão mal que eu fiz questão de falar "E traz os 10% no troco porque a gente não vai pagar", pra ver uma cara de bosta e outra mulher trazer o troco. No segundo, foi no Bar Baro, ali na Vila Olímpia, dois anos atrás, quando meus amigos e eu tivemos que ser escoltados pela PM pra fora do bar pelo rolo que deu com a conta, a Amanda em prantos e o bar querendo botar seguranças-gorila pra gente pagar por coisas que não tínhamos consumido (nem a tal tequila, por incrível que pareça). Aliás, hostess com cara de cu também não me agrada, e deve ser requisito pro El Kabong de Pinheiros.

Serviço conta DEMAIS. Pra muita gente, tem que ser impecável, mas pra mim a coisa não pode ser ruim, seja ela como for. Confesso que gosto mais do garçom que vai te dar tapinha nas costas e gritar no meio da cantina "Salve o Corinthians!", sendo que ele é palmeirense - esse, no caso, é o garçom personificado, impressionante. Aquele outro que vai beber com você depois do expediente, até sua amiga já bêbada dar PT e ameaçar vomitar de tanto vinho. Ou mesmo garçom que faz piadinha com você, sendo ao mesmo tempo mega educado pra te servir um beirute delicioso. Tem garçom que tá há tanto tempo na mesma lanchonete (e ele é o único que tá lá, juro) que deve ser dono já. Sempre que eu vejo esses caras, ou mulheres, eu penso que contrataria pro bar que eu ainda vou abrir, e até então tinha uma listinha de uns 5 garçons.

Ah, por sinal, a palavra 'garçom' vem do francês. Pra eles, garçon significa 'menino', mas aqui essa merda dessa palavra é com M e NS no plural, só. No português antigo, por outro lado, 'garçom' designa um sujeito desonesto. Aqui no Brasil, se você parar pra pensar, eles são sempre o Bigode, o Ceará, o Baixinho, o Zé, o Pelé e por aí vai, sem erro.

Daí que quarta agora eu fui finalmente ao Joakin's, e eles têm mais um que vai ser contratado, o Moacir (esse é com I). Mas o detalhe é que eu não faço a menor idéia do nome do sujeito, mas ele é manco, cheio de rugas e é a CARA do Moacyr Franco, e tem uma cara de mau humorado que eu nunca vi, some do nada (o melhor comentário sobre isso foi "Tá lá na cozinha aquecendo a voz") e nem olha na cara da gente, porque é estrelinha e só atende quem ele quer. Sem contar que logo depois veio o Joacir (não é piada), que puxou o tapete do Moacir e assumiu o cargo de gerente de mesas antes, safado. Mas tá contratado, porque eventualmente alguém ia achar graça e acabar voltando, e ele vai receber mais que os 10% dele, porque vai ter gorjeta e, um sorriso e um obrigado sinceros, que garantem a fidelidade do cliente.

Juro, é muito bom voltar à Mercearia São Pedro e ver o sujeito chegar com um sorrisinho na cara e soltar um "Vai outra capirinha de pinga aí?", tirando com uma coisa que rolou em 2005. Eu, é claro, sempre aceito. E volto depois, sempre deixando meus 10%.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Aaaaahhhhhhhhhhhhhhh

"Não pára!"

"Embora cerca de 30% delas tenham dificuldades de sentir prazer durante o sexo, as mulheres têm uma vantagem sobre seus pareceiros: ao contrário deles, elas podem ter vários orgasmos durante uma mesma relação, e não precisam dar uma descansada antes de partir para a segunda rodada."

Ponto pra elas na batalha dos sexos. Aliás, se a transa fosse um placar, em muitos casos a mulher ganha do homem de goleada. Sorte a delas, e de quem é homem o suficiente pra achar isso ótimo, porque sexo nunca é uma coisa feita sozinho.

Feliz dia do orgasmo! Já teve o seu hoje?

domingo, 13 de julho de 2008

Me escreve?

"You smile, mention something that you like
or how you'd have a happy life if you did the things you like"

-- nunca tinha percebido como gosto desse trecho de The Dark of the Matinée, do Franz Ferdinand. E como é certo isso que eles cantam.

* * *

Já falei aqui da minha relação com livros e acho que já deu pra ficar bem claro que tem uma coisa muito forte, mas muito mesmo, com filmes também. Daí que semana passada eu finalmente acabei de ler Slam, do genial inglês Nick Hornby e, no busão indo pra BH, li o trecho que fala sobre o nascimento do filho do Sam, protagonista do livro - e babei. Não entendeu?

Sam é um garoto de 16 anos, skatista e londrino, que arruma uma namorada, Alicia, e ela fica grávida. Só que a mãe dele o teve com a mesma idade, é divorciada do pai e a família da Alícia, claro, não gostou nada da idéia. De quebra, ele conversa com o pôster do Tony Hawk que ele tem pregado na parede do quarto, sendo que o tal pôster só responde com trechos do livro que o próprio TH escreveu sobre sua vida. Basicamente é isso, e não vou ficar falando aqui por horas sobre o livro, até porque tenho uma tendência péssima a ser spammer de mão cheia. Mas pelo menos pra uma coisa eu vou ser: o nascimento do filho, Roof. Quando li que o menino tem esse apelido por se chamar Rufus, não entendi muito bem, mas foi assim: na hora do parto, a mãe da Alicia tinha colocado um CD, e a faixa em questão era de um cara chamado Rufus Wainwright - que já tocou no Brasil, e é ótimo compositor -, vindo daí o nome do filho. O trecho com a piada do nome Coldplay Burns ou Coldplay Jones é hilário, mas o cerne da passagem, pra mim, foi como escolheram o nome, e isso foi fantástico! Daí pensei: vou tentar fazer a mesma coisa, e deve ser mais fácil com um iPod (se até lá ainda não tiverem roubado o que eu tiver). Ou mando uma carta pro Nick Hornby, pedindo pra ele bolar uma nova, e até prometo que o segundo pimpolho vai se chamar Nick.

Daí me veio que, pensando que eu queria algo legal assim pro nascimento do meu filho, já pensei nisso antes, com o Tim Burton e pensando no momento da minha morte. Trágico? Nem um pouco, é só ver Peixe Grande, uma obra prima longe de ser seu melhor filme, menos pra mim. Se você não faz idéia do que eu estou falando, tire essa bunda da cadeira e vá ver o filme, eu até te empresto, porque tenho aqui. O pega na net, por torrent, sei lá. Mas imagine aí como seria uma morte calma, pacífica, ao melhor estilo do melhor contador das melhores histórias que você consegue imaginar, indo até onde sua imaginação puder te levar. É assim que Will Bloom conta para seu pai, Edward, no leito de hospital, como seria a morte dele, já que o pai era o maior contador de histórias do filme - não é a toa que o filme tem, em português, o "e Suas Histórias Maravilhosas" no título. Eu que sou contra isso achei bem apropriado, e choro toda vez que vejo tanto a morte contada quanto a morte real. Acho que, se eu pudesse, pedia para o Tim Burton escrever a minha morte, nem que fosse pra que ela fosse contada ao invés de algo simples como morrer dormindo, ou estúpido como um acidente.

Filho e morte, certo? Bom... daí fui pro casamento. Tudo bem que tem cenas e cenas e cenas de casamento, mas a de um filme de que até já falei aqui me veio: El Hijo de la Novia ("O Filho da Noiva"). Ok, não quero me casar tão velho, mas ver os Belvedere casando de um jeito tão bonitinho me fez pensar que, se até lá eu estiver como eles, apaixonado, faço questão de me casar de novo, como Nino, o pai, faz. Juan José Campanella, escreve pra mim essa? Mas, por favor, não precisa fazer com que minha mulher esteja esclerosada e meu filho tenha passado por um ataque cardíaco, porque as coisas podem ser um pouco mais fácil. Mas, se tiver comida argentina, eu bem agradeço, especialmente as carnes e mascarpone. Valeu, hein?


Mas aí eu travei, pensando em como eu gostaria que fosse o meu casamento, ou minha formatura daqui a alguns anos (Legalmente Loira passou longe), e vi que... sei lá, não vi nada - só a menina do outro lado do corredor do Cometa me encarando. Acho que seria muito legal poder ter as coisas escritas para mim, até mesmo uns episódios tão bons quanto os que tem no livro Ria da Minha Vida Antes que Eu Ria da Sua, que foi surpreendentemente engraçado - pelo menos o primeiro, como no episódio do arroto da pizza, que me fez rir alto no ônibus, mas aqui em São Paulo mesmo. Só que, no fundo no fundo, eu quero mais é que tudo venha como vier. Não teve filme que me mostrou uns corações partidos tão bons quanto o meu, ou que me mostraram como o mundo é cão como algumas coisas que eu vi e vejo todo dia mostram (a exemplo do menino assaltado na Sta. Cecília). Por um lado é muito bom, porque essa parte difícil a gente só aprende escrevendo enquanto vai vivendo, não tendo um script pronto, e por linhas tortas, escrevemos ora certo, ora errado.

Mas, se a gente pedir com a jeitinho, será que um dos três aí em cima, ou mesmo outros escritores e roteiristas tão bons, não escrevem um pouco mais do mundo pra gente? Garanto que o mundo seria um lugar mais bonito, mas como não dá pra mudar a realidade, eles continuam a brincar com nosso imaginário, e por isso eu sou agradecido, por me darem um certo refúgio de tanta loucura. E, como ainda tem tempo, eu agradeço se puderem fazer essas que eu marquei aqui. Custa nada, vá. Até convido os três pras festas.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Em 5 anos...

"We've got five years, stuck on my eyes
Five years, what a surprise
We've got five years, my brain hurts a lot
Five years, thats all we've got"
-- será que meu cérebro vai doer em 5 anos, Bowie? Five Years.

* * *

Ontem, parei pra pensar nas coisas que podem acontecer nos próximos 5 anos, e foi até uma coisa curiosa, porque me peguei pensando nos últimos 5 anos, em tudo que aconteceu. Mas prefiro falar do que vem por aí, e não tô falando de mim mesmo.

* o Brasil pode ter sido hexa na África e levado mais uma Copa América, e com certeza o técnico não vai ser o Dunga. Eu até diria que será o Scolari, preparando o time pra 2014 em casa.

* o Corinthians vai ter subido e ainda vai estar tentando ganhar uma Libertadores - como eu quero estar errado nessa.

* as administrações da Casa Branca e do Palácio do Planalto, graças a Deus, já terão mudado. E já teremos tido duas eleições para prefeito.

* terão se passado 1826 dias, porque temos um ano bissexto no meio e, consequentemente, mais uma edição dos Jogos Olímpicos, considerando que Pequim é esse ano. Isso dá 43.824 horas.

* um brasileiro terá lido 23,5 livros, o que é vergonhoso. Um francês, no mesmo tempo, terá lido aproximandamente 55 livros. Pelo menos lemos mais do que os norte-americanos, que terão lido coisa de 20 livros.

* Deus só que sabe o que Steve Jobs e a Apple terão feito do iPod e do iMac. Talvez o Windows 7 estará rodando em máquinas no mundo inteiro, e o XP será obsoleto. Laptops, com certeza, dominarão o mundo. Eu ainda espero estar com meu bom e velho PC.

* o começo do embargo norte-americano a Cuba fará 50 anos (e até lá deve ter caído), o Brasil celebra 50 anos da primeira transmissão a cores na TV (a TV Tupi) e 40 anos da primeira novela a cores ("O Bem Amado"), a primeira ligação a partir de um telefone celular terá completado 40 anos, Adriane Galisteu fará 40 anos, o Video Show fará 30 anos (espero que não, peloamordedeus!), Priscila Fantim fará 30 anos, os homossexuais comemorarão 20 anos do veto à proibição de gays no exército dos EUA, A Morte do Super-Homem completará 20 anos e ela continuará sendo a coisa mais legal feita do Homem de Aço até então, o Novo Código Civil Brasileiro estará completando 10 anos de efetivação, o Fantástico completará 40 anos e deve exibir mais um especial.

* israelenses e palestinos, provavelmente, ainda estarão se matando aos montes.

* meus pais terão sido casados há 32 anos, e minha avó estaria (estará, espero) fazendo 90 anos. A Ana Luísa, coisa fofa, vai estar com quase 6 anos. E a Larissa estará pra completar seu quinto ano como - pasme! - mãe e eu serei tio por duas vezes, mesmo sem irmãos.

* acho que a maior parte dos meus amigos vai estar casada ou se casando. Das formaturas aos casamentos, é o ciclo da vida.

* São Paulo terá completado 459 anos, e Poços de Caldas ainda fará 141 anos.

* meu cabelo - e o seu, a menos que seja careca - terá crescido aproximadamente 120 cm. Se não cortar, claro.

E poderia ir colocando coisas e mais coisas. Pensei nisso tudo porque, em 5 anos, espero estar me formando advogado às portas do exame da OAB. Esse tipo de pensamento que me fez esquecer a preguiça e ver que, fazendo faculdade ou não, os próximos 5 anos vão passar e, aposto, poderia colocar muito mais coisas aqui.

Quem sabe o São Paulo também não cai pra segundona até lá?

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Pérolas

"Ontem você acabou comigo
Quase não chego vivo em casa
Subi as escadas rastejando
Olhos vermelhos, lacrimejando
Todo cheio de porrada"
-- só porque eu finalmente consegui a discografia inteira do Velhas Virgens. No caso, Madrugada e Meia.

* * *

(uma pessoa acordando, a outra chegando em casa, umas 9h30 da manhã)

- Ele tem uma importadora de cerveja?
- Tem sim, sei lá... era uma coisa assim. Só fui saber disso hoje cedo, e quase soltei um "Como você chama mesmo?".
- hahaha E pegou o telefone?
- Eu não queria dar, mas daí ele pegou meu telefone e me ligou pra ver se era o certo. Eu tinha pensado em dar o errado, mas ainda bem que eu dei o certo.
- Vai sair com ele hoje?
- Não! Putz, que raiva... quando a gente faz alguma coisa de homem, vocês ficam todos mulherzinha. "Ai, quando eu vou te ver de novo?" ou "Posso te ligar amanhã?".

(por isso também eu sou tão fã dela; e quem não te conhece que te compre)

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Motorzinho

"You need passion, we need passion
Can't live without passion
Won't live without passion"

-- vai parecer piada, mas isso é Rod Stewart, em Passion.

* * *

Pessoas sem uma paixão na vida são um caso complicado. Ou algumas, não precisa ficar preso a alguma coisa só. Meu pai, que talvez seja meu maior role model, pro bem ou pro mal, me mostra uma coisa que eu não quero ser, e acho que não vai ser o caso: uma pessoa sem paixões.

"Ah, mas eu amo meu namorado, sou apaixonada por ele", diria alguém. Que bom, mas não é disso que eu tô falando. "Sou apaixonado pela minha família". Legal, eu também sou, mas não é isso. "Meus amigos são a paixão da minha vida". Também não, até porque nesse caso é uma coisa que talvez só eu seja de fato no meu household - e isso não tem a ver com a quantidade de amigos (ou melhor, amigas?) que eu tenho, como algumas pessoas já notaram.

Eu falo de paixões SUAS. Eu conheço gente que tem verdadeira tara pelo trabalho, chega a fazer um workaholic parecer um vagabundo, mas não pela quantidade, mas sim pelo empenho, pela empolgação. Tenho amigas, eu diria, cuja paixão é o teatro, e eu gosto de ver como elas ficam quando falam sobre isso, especialmente se é o caso de uma peça delas. Alguns dos meus amigos são loucos pelos times de futebol, e pelo esporte em si. Um ex-aluno meu - acho que posso dizer "meu amigo", apesar de ele me chamar de teacher até hoje - é bem caladão, mas falar de música com ele faz com que o bicho mude. Algumas pessoas são apaixonadas por viajar, conhecer novos lugares - e não é só gostar, é AMAR a coisa.

No meu caso, acho que é literatura, mais até do que música ou cinema. Claro, o livro do Pearl Jam foi o fruto de alguém conhecer essa paixão que eu tenho, e mais especificamente uma vertente que até então ninguém (friso: NINGUÉM) sabia: os tais cartazes de shows. Mas talvez nada faça meus olhos brilharem tanto quanto falar sobre livros, impressões, explicar, mostrar conexões, falar da relação deles com o mundo. Curiosamente, eu percebi isso nos EUA, por causa de um sorrisinho bobo (no melhor sentido da palavra) e um "You should see the way your eyes shine when you talk about books", porque eu falava sobre 1984 e Admirável Mundo Novo.

Acho que o que eu quero dizer é que não é ruim ter como paixões sua família e seus amigos, como metade do orkut gosta de dizer. O que eu penso é que... sei lá, parece que a pessoa, ou a vida dela, fica meio vazia sem mais nada. Eu gosto de ouvir alguém falar de coisas pelas quais ela é apaixonada, e pode ser biologia, mas é uma coisa da pessoa, na qual ela pode se aprofundar, se soltar, se empolgar, sem necessariamente depender dos outros. Isso se reflete nas conversas, e quem me conhece sabe como isso pesa pra mim, até porque eu sempre brinco dizendo que uma hora tudo que a gente vai ter pra fazer na vida vai ser conversar com os outros. Falar dos outros é legal, contar histórias também - eu que o diga -, mas tão bom, tão legal quanto isso é falar e ouvir também alguém falar, com os olhos brilhando, sobre alguma paixão e ver o porquê daquilo ser o que é pra pessoa, e que isso não seja contar o que os outros fizeram.

Confesso que sempre que escuto alguém fico até com uma ponta de inveja, sabe? Acho que é porque me fica uma coisa de "Isso parece ser tão bacana, como eu nunca fui atrás antes?", e daí me vem a vontade de ler, ver, ouvir, aprender. Só que nem sempre eu vou porque, por outro lado, gosto de saber que aquela não é a minha paixão, é a de alguém, e talvez seja justamente por saber que eu sempre vou poder aprender um pouco mais, alguma coisa nova, que essa pessoa me cause a admiração que eu sinto por ela.

E, sinceramente, todo mundo tem essa capacidade. Sou da humilde opinião que eu consigo ver isso e até que bem, e por isso ainda sou tão fascinado pelas pessoas. Talvez essa seja minha real paixão, justo com o Guimarães e o Drummond, claro.

* * *

Agora, comenta ae: o que te move, hein? Sem mentir!

domingo, 15 de junho de 2008

Random

"I'm feeling rough, I'm feeling raw, I'm in the prime of my life.
Let's make some music, make some money, find some models for wives.
I'll move to Paris, shoot some heroin, and fuck with the stars.
You man the island and the cocaine and the elegant cars."
-- o MGMT dá as dicas com Time to Pretend.

* * *

Esse post é descaradamente roubado de um outro blog, idéia da Bruna (aka "Brota"). E é muito legal!

Vamos montar uma banda?

Nome da minha banda: Department of Arts, Sport and Tourism

Disco: Random Quotations

Capa:


Será que vai fazer sucesso? Uma das músicas vai ter que se chamar Modo Texto, fato.

domingo, 8 de junho de 2008

* PEARL JAM Vs. AMES BROS *

"Don't it make you smile?
Don't it make you smile?
When the sun don't shine? (shine at all)
Don't it make you smile?"
- Eddie Vedder, sua gaita, o Pearl Jam e Smile.

* * *

"Este é, na verdade, também um presente pra mim. Sempre um prazer, uma alegria poder ver seus olhos brilharem. Depois de muitas voltas, ele chega, enfim, nas mãos do único dono que poderia imaginar."


Hoje eu ganhei um livro. Livros são sempre bons presentes, ainda mais pra mim. Mas esse é especial, por vários motivos - a começar pela dedicatória, e por tudo que ele acaba representando. E é, sem a menor sombra de dúvida, o melhor presente que eu ganhei na vida. Foi uma pena não ter demonstrado tão efusivamente, mas você sabe disso, pode acreditar.

Obrigado. Obrigado MESMO!

terça-feira, 27 de maio de 2008

¡Qué rico!


Juro que vou escrever um post sobre BsAs, mas agora eu preciso dormir. A coisa tá feia, e infelizmente não é piada. O Alberto andou se descontrolando, e eu perdendo vôo.

* * *

Então, olhando aqui nas minhas anotações... não sei se vale a pena entrar em detalhes, porque foi tudo muito bom. Então, decidi ir por tópicos, que não estão em ordem e podem não fazer o menor sentido. Se bater curiosidade, podemos sentar pra tomar um suco (até 22/06) que eu conto, com prazer. E com um pouco de vergonha.

* numa casa com muita gente dormindo na sala, esperar que você durma no SEU saco de dormir é querer demais. Isso quando você tira a roupa ou pelo menos se lembra de ter dormido.

* andar de ônibus é uma experiência única! Você descobre que não sabe nada de espanhol, percebe que São Paulo tem o melhor sistema do mundo (até mesmo o Terminal Bandeira) e ainda por cima toma um com um motorista que é o louco no trânsito em pessoa, mas como toca som legal até pensa numa balada no busão. Só se for pra Recoleta.

* definitivamente, deve ter um campo magnético portenho que afeta minha memória. Acho que ele emana das garrafas de vinho. E de pisco. E de cerveja. E de rum. E de pinga. E de absinto.

* eu me perco, tomo o metrô errado, ando por horas, dou de cara com um museu fechado, sento pra ler mapa no meio da calçada (e um moço muito simpático vem me perguntar se eu tô bem), andamos pelas ruas às 3 da manhã sem saber direito onde estou, cantamos a plenos pulmões no meio da avenida mais larga do mundo... ADORO!

* Brasil, Argentina, Rússia, Alemanha, EUA, Canadá, Grécia, Polônia, Espanha, Venezuela, Bolívia, Israel. E não era nenhum torneio de futebol.

* música é vida, definitivamente. Tanto brincando de DJ (viu, Anna? Eu disse que sabia o que estava fazendo!) quanto "morning music", vinda do quarto do lado. Aos berros, é claro. Só faltou mesmo um pouco mais de tango na minha vida, e menos vergonha pras fotos.

* Menelaos estava certo: o café deles é horrível! Só serve pra colocar com leite e jogar, bem quente, em mim - pelo menos não tive que tomar tudo aquilo. E todos estão certos quanto à carne, porque é um pecado de boa. Ainda assim, consegui ir ao McDonald's um dia.

* vinho no melão, caipirinha ótima feita na panela e que se torna um tipo de "cachimbo da paz", música da boa, uma venezuelana que merece uns tapas, cerveja, pinga na boca da garrafa, mordidas pra todos os lados, fotos e mais fotos, vizinhos chatos e muitos, mas muitos bêbados fazem do seu sábado à noite uma coisa muito especial.

* cachorro quente por lá é chamado "pancho". E daí, bêbado, você diz na lanchonete que vai comer o Pancho e se mata de rir, sozinho. Metade da salsicha vai pro chão, diante da cara de nojo da menina do seu lado.

* além de ótimas refeições, Puerto Madero também tem bolos nem sempre muito agradáveis. E dá pra jantar sorvete, só. Sem comida.

* alguns alemães são ótimos para tocar fogo no chão da sua casa, com uma colher.

Posso voltar agora? Mas não quero perder vôo dessa vez.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Coisa corriqueira

Sabe, saindo do metrô, ali na Sta. Cecília, acho que vi um assalto. Logo de cara pensei que fossem dois irmãos, mas passando perto vi que não. Um marmanjo, coisa do meu tamanho, socando um moleque de no máximo uns 7 anos no chão, e arrancando coisa da mão dele. Fiquei meio estático, com vontade de correr lá e dar um soco na cabeça dele e cair em cima, descendo porrada. Todo mundo passando como se nada estivesse rolando, meio indiferente, e o moleque no chão, chorando. E eu lá, parado. E o medo de o cara ter uma faca? Confesso que pensei até mesmo no meu iPod, coisa bem egoísta. Me senti um inútil, um idiota, por não ter feito nada, e nenhum policial por perto. Uns taxistas "assistindo" àquilo... QUE RAIVA! Juro, tô muito puto, sei lá... revoltado, bravo por não ter feito nada, e em especial por pensar que isso é coisa corriqueira, acontece todo dia, e o moleque, de certo, vai chegar em casa e apanhar de novo por isso. E daí cresce mais uma pessoa achando que o mundo é assim mesmo. Caralho!

Por isso e por outras eu acho que a humanidade já teve a chance dela. Tá na hora de botar outra aqui.

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Lady Goodman

"Penny Lane is in my ears and in my eyes.
There beneath the blue suburban skies
I sit, and meanwhile back."
-- Penny Lane, dos eternos Beatles. Só que é uma rua.

* * *

Penny Lane
: I always tell the girls, never take it seriously, if ya never take it seriosuly, ya never get hurt, ya never get hurt, ya always have fun, and if you ever get lonely, just go to the record store and visit your friends.

William Miller
: I have to go home.
Penny Lane: You are home.

Por essas e outras que eu poderia ter me apaixonado por você. Mas eu só queria ser seu amigo, juro.



PS: pra alguns, o título é um spoiler.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Nossa Senhora do Desterro

"Memories fade
Like looking through a fogged mirror
Decisions too
Decisions are made
Decisions are made and not bought"
-- Kids, do Mgmt, foi definitivamente a música do fim de semana. Acabei de notar que mais do que eu imaginava.

* * *

Das mulheres de Florianópolis, não vou nem falar, porque é um despeito. Não, sério mesmo... eu sempre falei que BH é foda, mas Florianópolis me deixa de queixo caído, ainda que como sempre eu não faça nada. Fica até chato, porque eu até paro o que eu tô falando às vezes por conta do queixo que vai ao chão - sem virar a cabeça, por favor, que isso é grosseria.

Da Berdz - ou Juliana -, também não. Ficou um quê de triste quando eu subi no avião (obrigado, Gol!) porque me veio que foi a última vez que a visitei lá, e como eu dizia pro irmão dela, fiquei com uma sensação de ter aproveitado pouco os anos que ela passou por lá fazendo faculdade. Uma boa parte deles foi nos EUA. Na real, foi mais porque foi um dos últimos fins de semana que passamos juntos por um bom tempo. Sou mesmo um privilegiado por ter essa menina como minha amiga, e por ser uma das poucas pessoas (ao menos de Poços) que ouve ela falar tanto, sóbria ou bêbada.

Por isso, resolvi ir a um Top 5 sobre o fim de semana em terras catarinenses. Simples assim, até porque foi ela quem me emprestou o Alta Fidelidade dela, em 2004, justamente quando a visitei em Floripa e passamos por uma situação de ressaca bem parecida. hahaha

Não está em ordem.

1.
a amnésia geral que parece ter acometido os participantes do baile de formatura, de Design. Da metade pra frente, tudo que se consegue colher são fragmentos, pedaços, coisinhas... e geralmente algumas delas não fazem o MENOR sentido, incrível! Isso sem falar do meu celular, que até agora é uma coisa bastante indecifrável. Bastante mesmo.

2.
meu GPS é bom, mas bom pra caralho! Afinal de contas, como você acha uma casa muito longe com sono e meio bêbado, sem nunca ter ido lá? Fácil, eu consigo.

3.
"A Juliana não tá acostumada, né? E vodka é forte, tava de estômago vazio..."; "E depois o mau-caráter aqui sou eu"; "Eu fiz faculdade aqui, o que ela acha que eu fazia?" e a vontade do "Ih tia, não é a primeira vez, relaxa... a outra vez que eu vim foi igualzinho, mas ela dormiu menos e daí ficou pior. Foda mesmo foi ter saído daquele saco de dormir pra correr pro banheiro, e ela foi logo depois". Dispensa maiores comentários, mas pede requeijão e dá uma fome da porra.

4.
músicas, músicas e mais músicas. Especialmente essa aí em cima - quero ver não viciar -, Le Disko do Shiny Toy Guns - fiquei perplexo com ela no meio da balada - e o funk do Creu, a música que com certeza ia tocar na festa. Daí teve também uma valsa dançada como se deve na Europa com a professora ideal, uma outra valsa de última hora e, pra fechar, pulinhos à Angus Young que eu prefiro não acreditar que foram ouvindo Tihuana.

5.
a zona. Isso mesmo, um puteiro, boite, casa das "primas". Não pagar pra entrar, tomar uma Coca, ver um pole e dormir no chão, abraçadinhos. Levanta, sai, e dorme de novo, na calçada. Tudo isso de terno e longo, devidamente trajados para ambas as ocasiões. Pena que disso não tem foto, uma pena mesmo.

Afe, por que mesmo o fim de semana acabou? Que merda! Só faltou mesmo o Tobias lá. E as meninas deveriam se lembrar de um conselho muito sábio: ser quietinha não leva a nada.

E pensar que amanhã eu tenho que ir trabalhar...

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Ô, c******!

"Don't get me wrong
If I'm acting so distracted"

-- não é tão fácil assim, não. Don't Get Me Wrong, dos The Pretenders. A Chrissie Hynde tem um apartamento no Copam, sabia?

* * *

A Haddad me dizia que, por um dia só, ela queria ser alcóolatra, só pra ter aquela tremedeira e tudo mais, passar mal mesmo por não ter cachaça. Sentir na pele o que é perder o controle sobre a coisa, tomar um copo e não conseguir parar mais. Eu já tive vontade de ter outra coisa, por um dia só. Ou por alguns dias, alternados de preferência. A Síndrome de Tourette.

"Síndrome de Tourette é uma desordem neurológica ou neuroquímica caracterizada por tiques involuntários, reações rápidas, movimentos repentinos (espasmos) ou vocalizaçõesque ocorrem repetidamente da mesma maneira. (...) A cropalia enquandra aqueles indivíduos que, além de outros sintomas de Tourette, se vêem obrigados a repetir palavras obscenas e/ou insultos. Obviamente as conseqüências desse tipo de comportamento geralmente se traduzem em diferentes graus de desvantagens no âmbito social."

Quem já assistiu a "Gigolô Por Acidente" (Deuce Bigolow: Male Gigolow) deve se lembrar da loirinha do primeiro filme que não conseguia se controlar de soltar palavrões, até que ele a leva a um jogo de baseball, onde ela puxa a torcida junto com ela. Não que um jogo do Timão precise de alguém assim, porque nós já fazemos barulho o bastante, mas e na sala de aula, a vontade que não anda me dando de ter um ataque desses? Ah, se eu pudesse...

Mas não é de hoje que eu uso e abuso das minhas "vocalizações", não mesmo. Sempre gostei de falar palavrão, acho que um bem colocado numa frase é praticamente insubstituível, não importa o quanto minha mãe tente me convencer do contrário, ou minha chefe fique horrorizada quando eu pergunto algo como "Onde fica essa porra?" quando ela me fala de uma casa de aluno que fica, na boa, na casa do caralho. Pode não ser exatamente demonstração de finesse e elegância, mas é uma ótima válvula de escape, sem a menor sombra de dúvidas. Exemplo disso é que, com ou sem Síndrome, ver jogo pra mim é motivo pra desfilar palavras de baixo calão. E a Marina, amiga minha, escreveu um poema que diz exatamente o que eles significam pra mim, às vezes - nada, são palavras. Diz ela: "Que mal tão grande pode fazer/Se é sempre dito em vão?". Minha avó tentou me convencer de que era pecado, mas até que ela me mostre na Bíblia onde Jesus diz isso e faz sua listinha, eu vou continuar usando, quando possível.

Às vezes até mesmo acho que a Dercy é minha "ídala", porque ela é brincadeira. Dercy FUCKIN' ROCKS! E curiosamente a mesma avó me ensinou a relacionar o cu e as calças numa pergunta que minha mãe detesta.

Sem contar que nada, mas nada mesmo, substitui um "Caralho!" bem colocado. Deixando de lado a ambigüidade da frase, é verdade. Toda vez que me perguntam qual minha palavra favorita em português, vou direto nele: caralho. Não é 'saudade'? Caralho. Nem alguma coisa que só nós temos, que transmite um sentimento de blá blá blá? Não, é caralho. E não é porque eu sou um cara amargurado ou rancoroso (por mais que eu ande assim), mas é simplesmente porque é o tipo de palavra que substitui um monte de explicações e comentários, gestos e resume sentimentos. É mais ou menos como o "Fudeu", sabe? Bateu o carro, ou vê aquele gorila vindo pra cima de você com uma cara nada amigável porque você passou a mão na bunda da namorada dele. Estufa o peito, olha pra cima e solta... "Fudeu!". Vááááárias vezes passei por isso.

Eu falo assim até de comida, juro. Na mesa, me perguntam se eu quero alguma coisa um nome grotesco, que parece com o ranho de um monstro que saiu das obras do Tolkien. A resposta é a mesma, na lata: "Que bosta é essa?". A mãe de uma amiga minha ficava louca, mas não era por maldade... tudo bem, com ela era meio que piada, mas não falo isso pra denegrir, até porque falo assim da minha própria comida, numa boa. No caso do frango na cerveja, era a mais pura verdade, mas falo de boa mesmo. E como com gosto, sem ficar com "nojinho" porque falei uma dessas, quem me conhece sabe.

Por hora, enquanto não descolo um atestado falso do Tourette, vou ter que dar um jeito de manter a postura e dar sorrisos no social. E até controlar um pouco, porque ultimamente eu ando falando o dobro de palavrões, até mesmo a tal palavra que eu não falo, mas que algumas pessoas já ouviram (né, Batotis?). Se alguém souber como eu consigo, me avisa, por favor, pra eu poder chegar no trampo e justificar porque mandei um aluno pra puta que pariu ou perguntei se ele não queria ir tomar no cu e parar de me encher o saco. Só isso que eu peço. É demais?

terça-feira, 15 de abril de 2008

Madrigal nada engraçadinho

"Angel you sing about beautiful things
And all I want to do is believe"
-- Angel, de Matt Nathanson

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A escolha quase mais estúpida talez que eu devo ter feito até hoje na minha vida, inclusive o tanto de coisinha estranha e depois bonitinha que me dizem quando eu tinha vinte e três e depois vinte e quatro anos, não tem nome.

sábado, 5 de abril de 2008

Pegou, hã hã?

"As weak we move, I'll feed you light, baby
May our bodies remain
Oh yeah in history, I'll treat you right, baby
I'm honest that way, hey"

-- Public Pervert, do sempre bom Interpol


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Tem gente que morre de vergonha quando pensa em sacanagem, ou mesmo solta uns palavrões. Piada de duplo sentido, então, nem pensar, menina atrevida! E o pior é que quando a gente faz uma perto dessa pessoa, todo mundo ri e ela fica lá com aquela cara de "não entendi", até que alguém tenha que explicar a piada, e daí fica muito chato, perde completamente a graça.

Eu tenho a mente suja, e não nego isso. Bem diferente do cara de 18 anos que ficava roxo porque uma menina falava que tava de moicano e olhava pra baixo, pra si mesmo. Lá pra você-sabe-onde. Claro que na época tive um grande "mestre", um teacher que era literalmente o dobro do que é hoje, ainda que seu tamanho pra mim nunca tenha diminuído. Penso em besteira a cada 5 minutos, e consigo ver um lado sujo em coisas ditas o mais inocentemente possível. Só saí, aliás, da comunidade disso do orkut por conta dos meus alunos... ou não? Nem lembro. Enfim, o lance é que eu fico com piadas na boca, penso pelo menos no dobro das que eu falo, e a coisa é meio incontrolável. E nem sempre tem a ver com sexo, mas como resistir pedir pra ver a palma da mão quando a pessoa fala que tá com o joelho doendo? E quando falam "a gente mora em quatro"?

O foda (oh!, palavrão!) é que tem horas que a coisa passa do limite. Daí, mesmo qualquer coisa tipo "introdução" ou mesmo a frase "vou sentar um pouco" te fazem pensar em coisa feia. Claro que isso é em dias de Homem-Aranha (leia-se "subindo pelas paredes"), ou da pá virada, ou quando rola bebida no meio, ainda que algumas pessoas não sofram desse mal etílico. Mas nada pior pra ativar seu lado sacana do que uma pessoa, fato. No meu caso algumas, e isso não é necessariamente ligado ao fato de que vocês (a gente?) já se pegaram, mas simplesmente acontece. Uma das pessoas, no meu caso, supera qualquer limite, porque QUALQUER conversa passa a ter um quê de sacanagem, por mais boba que ela seja... é uma coisa incrível! Semana passada, tomando café da manhã, acontecia de ser um comentário > um olhar > uma risadinha e pronto! Já tinha besteira no meio (ui!). Sempre foi assim, e desconfio que desde ano passado meu nível de besteiras subiu, e bastante.

E qual o problema nisso? Te digo, chega ae.

Nenhum.

Absolutamente nenhum. Todo mundo é feito de carne e osso, e eu sempre fui da turma dos que acha que se tá a fim tem mais é que fazer mesmo, e pensar não mata ninguém. Tudo bem que na Igreja a gente fala que pecou por "pensamentos e palavras, atos e omissões", mas pensar em besteira não é nada de mais; não sou católico tão fervoroso assim. Ainda assim, minha mente funciona a mil, e eu sou pervetido nesse sentido, não no de tentar coisas bizarras demais. Quando alguém, aliás, me chama disso por conta das piadinhas maliciosas e das besteiras que eu penso, meio que levo a coisa como um elogio, especialmente pelo fato de que eu não tenho vergonha de admitir a coisa. Óbvio que não é com qualquer pessoa, por favor.

Vamos fazer um teste pra medir o seu nível de "perversão"? Vou postar uma foto aqui, que graças ao Tobias - suíço muito gente boa e que pensa tanta besteira quanto eu - existe. Na real, a gente nem viu na hora, mas foi olhar no computador pra - pimba! - batermos o olho e darmos risada. Diz aí, o que você vê de mais nessa foto?


Pode deixar postado aqui o que você pensou, e depois eu posto a resposta. Se você não conseguir ver nada, mas nada mesmo... que tristeza, credo. Daí só falta falar que nem na música do Interpol você conseguiu pegar um duplo sentido.

Fato é que se o sujeito não consegue pegar essas coisas, não tem jeito. Nenhuma porra vai fazer milagre, até porque é uma dureza essa situação. Não muda, nem fodendo. Aproveito e faço um pedido: tem umas frutas na foto. Pica pra mim, por favor?

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Toby, what can you see in that picture? It's for you, dude! hahahaha

sábado, 22 de março de 2008

It's over, Johnny. It's over!

ANTES DE LER O RESTO: tenha em mente que esse post é um spoiler de Rambo IV. Sim, dá pra ser, mas não é só isso, juro.

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John J. Rambo: Live for nothing... Or die for something... Your call.

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Depois de séculos, finalmente fui ao cinema ver o novo filme do Stallone. Na verdade, o "novo" velho filme, porque a esse Rambo IV não tem nada de novo - nem mesmo titio Stalla pagando de novinho ou tentando revivier um de seus antigos personagens, como Rocky Balboa já tinha mostrado ano passado. Mas, se você for assistir pensando que é um filme de ação pra divertir sem maiores pretensões, ele cumpre seu papel, e até que bem.

Mas daí eu confesso que voltei pra casa pensando nos outros filmes da série Rambo, e na relação deles com esse novo. Será que eu não consigo MESMO ver um filme sem pensar em algo de mais complexo? Saco.

Mas, enfim... voltando ao primeiro filme da série (que em inglês nem mesmo se chama Rambo, mas sim First Blood), é gozado ver como John Rambo naquele filme mais é um homem perturbado, que é provocado na hora errada e do jeito errado, e isso leva a algumas mortes e a um posto de gasolina explodindo. Mas nem de longe o personagem é um herói de guerra, uma máquina de matar como ele viria a ser mostrado depois; tanto que por mais que o Marcão, por exemplo, fizesse piada com os diálogos do filme, eles eram infinitamente mais bem construídos do que qualquer fala que eu vi hoje - tanto que a epígrafe aqui em cima é de certo a fala mais "inteligente" ou profunda do filme. Sem contar que uma fala do tipo "Fuck the world!" é o que a gente vê de mais atormentado no Rambo. Tanto que o nível de violência nos filmes, independente de estarmos falando de 1982 e 2008, é incrivelmente distante porque, ainda que eu não os detalhes tão frescos na cabeça do primeiro filme, lembro que o que ele fazia era mais uma consequência do que era feito pra ele, e agora o bicho virou simplesmente uma máquina de matar (236 mortes) que consegue arrancar o pomo de Adão de alguém na raça e tem um facão que tira cabeças e tripas.

Depois veio Rambo II, que já mostra a máquina de matar. Claro, dá pra pensar que o filme tem um lado de mostrar legal como um soldado pode ser usado pelo Governo pra fazer o serviço sujo, mas ainda assim é basicamente um filme de ação, com o sujeito tirando do apoio do helicóptero uma metralhadora que faria o braço de qualquer um se deslocar. Mas o filme é legal, mesmo! Sem contar que o Rambo se dá bem, dando uns beijos na mocinha espiã do filme, pra ela morrer logo em seguida. E entram os russos em cena! Qual fã de ação esquece a tortura na cama elétrica, ou mesmo o corte com a faca em brasa no rosto dele? A faixinha vermelha, pela primeira vez, sendo amarrada na testa na hora do pega-pra-capá? O gritinho dele destruindo o acampamento do exército no helicóptero e a perseguição que vem logo depois, pra acabar com o tiro de bazuca, são simplesmente fenomenais, extramente bem feitas. E, de novo, estamos falando de um filme de ação. Ponto.

(ah, e a faixinha rolava em todo santo episódio do desenho animado, uma das coisas mais mal feitas que eu já vi na vida)

Na hora de falar sobre Rambo III me sinto suspeito, porque eu simplesmente A-DO-RO esse filme, fato. Dublado ou legendado. Com o Omar Shariff fazendo o velho árabe sábio (o Masoud). Aquela ladainha no começo do filme com as lutas na Tailândia e com os monges. Afinal de contas, ele usa pólvora pra curar um ferimento - acho que a coisa mais de macho que já vi num filme -, entra num jogo estranho (chamado buzkashi)com cavalos e um carneiro morto pra ganhar e dá conta praticamente de um batalhão de russos malvados, derrubando dois helicópteros com uma metralhadora e com um arco-e-flecha. Fora isso, o general russo Zaysen é o melhor dos filmes, com o arzinho de ironia constante no rosto dele e ainda assim conseguindo passar a impressão de que ele seria capaz de te capar com um cortador de unha sem expressar nada. Daí tem a cena final, que começa com uma frase irônica vinda do Rambo fantástica ao ver um exército vindo pra cima, enquanto ele e o Coronel estão em cavalos. Vai assim:

C. Trautman: What do we do?
Rambo: Well, surrounding them's out of the question...

Tudo bem, empolguei. Mas é um bom filme de ação, simples assim. Violento, com ritmo de non-stop e que é bem feito. Tem o melhor absurdo de filme de guerra, que é uma batida de frente de um tanque e um helicóptero, e ainda assim todo um tom irônico se pensarmos que à época (1988) os afegãos eram os coitados oprimidos pelos soviéticos comunistas comedores de criancinhas, e em 2001 eles viriam a ser os fucking terroristas que jogaram os aviões nas torres e no Pentágono, chocando o mundo. Essa arte, hein?

Agora, finalmente chegando a Rambo IV... fica meio decepcionante. A começar que a tal Birmânia chama-se Miamar hoje em dia, mas as cenas de guerra civil e de como os soldados são com as pessoas são, infelizmente, bastante realistas. Os americanos bobinhos e bem intencionados estão lá, tem a figura de um comandante do mal (dessa vez um major pedófilo, acho eu) que tem uns óculos bem bacanas, por sinal, mas nada de russos, ou mesmo do drama do primeiro filme. Ficou longe disso, na verdade, e ainda assim algumas mudanças vieram bem. Não tem helicóptero, e os vilões do filme não falam um A de inglês, então fica sem aquela lenga-lenga de dar explicações do porquê do que fazem - como se houvesse justificativa, e não tem um beijo sequer! Sim, é incrível! Ainda que tenha vários outros clichês e frases prontas, não tem esse! Claro que há um ar todo mítico em volta da figura do próprio Stallone (que bancou a coisa toda, e ainda dirigiu o filme) e do Rambo, porque quem vai ver e tem mais de 24 anos vai sentir aquela coisinha nostálgica de quando via outros filmes, e é aí que o filme perde pontos, não pela sua qualidade isoladamente. O filme não tem aqueles típicos dois ataques, um dando errado (geralmente quando o Rambo é preso e torturado, nem que seja um pouco) e o outro dando certo, pra ele sair gritando e metralhando - é um só, bem discreto, pra um desfecho sangrento, em que a arma em si faz mais diferença do que ele. Aliás, ele inspira até um pacifista a matar a pedradas, mas quem nunca teve esse instinto? A cena final, do tipo "I'm coming home" é muito clichê, do pior, porque é ligada diretamente a um diálogo péssimo com a Sarah "eu toco o coração do bruto" Miller, mas curiosamente lembra e MUITO a abertura do primeiro filme... até mesmo o cabelo dele!

É um filme de ação ao melhor estilo "tiros, mortes e sangue", e no meio de tanta coisa visualmente mais bonita hoje em dia não faz feio não. Mas deixa claro uma coisa: Rambo já deu. Esse filme diverte e é pra ser visto no cinema ou em casa com um aparelho legal, é isso, mas tá na hora de dar ouvidos ao Coronel Trautman quando ele diz que acabou, e deixar por isso mesmo.

* * *
Minha memória é boa, mas nem de longe tanto assim. O IMDB (www.imdb.com) me ajudou, e esse post de certa forma é pro Sandro.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Alter-Ego?






Which Disney Character is your Alter Ego?
created with QuizFarm.com
You scored as Goofy

Your alter ego is Goofy! You are fun and great to be around, and you are always willing to help others. You arn't worried about embarrassing yourself, so you are one who is more willing to try new things.


Goofy


81%

Ariel


81%

The Beast


69%

Peter Pan


69%

Donald Duck


69%

Sleeping Beauty


63%

Snow White


50%

Pinocchio


44%

Cinderella


38%

Cruella De Ville


25%




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E aí, vai fazer? Aproveita e posta nos comentários. Have a magical day!