terça-feira, 31 de março de 2009

Do furto

"So sad
Everything's gone bad
In the dreams I've had
They all laugh at what I have"

-- Used to Be Lucky, do Wallflowers, foi a primeira coisa que veio no iTunes. Ironia, não?

* * *

Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, entre 2001 e 2003, tivemos por ano aproximadamente 19.961 furtos de veículos só na capital. Explicando o tipo penal do Furto:

Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.


No caso de furto a casa ou veículo (não do próprio), temos Furto Qualificado, no mesmo artigo do Código Penal:


§ 4º - A pena é de reclusão de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa, se o crime é cometido:

I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;

II - com Abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;

III - com emprego de chave falsa;

IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.


É o caso, por exemplo, do rádio do meu carro, que foi levado hoje. Ou dos meus dois iPods, da minha máquina, da minha blusa ano passado, dos meus óculos escuros. A única vontade que eu sinto, além da fustração de ter entrado para as estatísticas, é vontade de vender o carro, e frustração por ter mais gastos com ele, que vão deixar a minha já não tão simples vida ainda mais emocionante.

terça-feira, 24 de março de 2009

Fake Plastic Trees

Mais de 2 horas de show, 5 horas em pé, sem cerveja, doente, quase chuva, muita gente, pés doendo, sono começando a bater, dor de cabeça, sem saber como seria para ir embora, prova no dia seguinte, trabalho por fazer, noite mal dormida.

Tenta não se emocionar, tenta. Não dá.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Relativamente Falando

"Just need to get closer, closer
Lean on me now
Lean on me now
Closer, closer"

-- a letra é simples e acerta em cheio. Closer, do Travis.

* * *

Gozada a minha escolha de epígrafe, até porque... bom, do começo. Eu sou professor de inglês, mas não gostos exatamente disso. Quer dizer, gosto, mas tem lá suas coisas chatas, e uma delas é justamente ensinar comparativos e superlativos. E closer ('mais perto', just for the records) é um caso daquele, um porre pra ensinar, por ser relativamente simples e ainda assim ter gente que consegue fazer confusão. Paciência, né teacher? É, e ainda ontem eu vi isso acontecer.

Mas, ao mesmo tempo, é mega importante ensinar isso, e seria até bom se desse pra tanto professor quanto alunos pararem no meio da aula e pensarem sobre especialmente as comparações. Entre o Nilo e o Amazonas, entre Nick e Bob, entre o Brasil e os EUA? Não, entre a gente mesmo, e as que fazemos dos outros, mas não pela altura, pela idade ou qualquer outro atributo físico, ou mesmo emocional. É uma comparação de impacto subjetivo, digamos. Impacto que elas têm na nossa cabeça, no nosso coração, nas nossas atitudes - especialmente nessas, porque nem sempre a gente consegue parar pra ver isso, a menos que seja tarde demais.

E não adianta: TODO MUNDO COMPARA. Fato. Por mais que você tente não o fazer, sempre vai sentir aquela coisa de que faltou alguma coisa, ou podia ser melhor, ou foi melhor do que alguma outra vez ou ocasião, porque você tem a base, e só pode ser melhor/pior ou simplesmente diferente porque é relativo. Tudo é relativo, "depende do referencial adotado", diria o Chico, meu (brilhante) professor de física do colegial, até porque somos um saco de carne e ossos pensante, racional, fruto de nossas experiências, e negar isso é querer negar tudo que se vive, de bom ou de ruim. E não é de todo ruim, porque algumas coisas são melhores do que as outras, pessoas que acabam por nos agradar mais do que outras, atitudes com as quais nos identificamos menos do que outras... sempre o "mais/menos que".

Eu mesmo ando me pegando nisso, porque frequentemente acho que já fui menos reclamão, menos propenso a ficar irritado, menos crítico (não do que os outros fazem, mas do mundo mesmo), mais de bem com a vida, mais desencanado, menos estressado. Acho que até mais esperançoso.

Mas o complicado é, voltando, pessoas. A gente comparando e sendo comparado, porque muitas vezes é uma coisa desigual, e certos filtros vão sendo colocados que distorcem ou norteiam essas comparações. E o mais complicado é saber que somos todos diferentes, a tal ponto que às vezes é como querer jogar Super Trunfo com cartas misturadas de diferentes temas, tipo um de "Caminhões Envenenados" (meu primeiro baralho desses, de partidas que nunca acabavam com o Otávio, meu primo, no alpendre da casa da minha avó) e o outro de "Super Motos", nada a ver. Só que o fato de ambos terem um motor e um dos itens de ambas as cartas ser Km/h faz com que, automaticamente, coloquemos as cartas lado a lado pra ver qual é melhor. Não dá, mas a gente insiste, por mais que racionalmente saibamos que o certo é separar os baralhos - sorry, impossível. Tem cartas que ficam perdidas e nunca voltam ao deck original.

Um exemplo prático de como essa coisa toda atrapalha a gente mais do que deveria? Música. Tem muita banda boa hoje, mas a gente insiste em rotular e dizer "Ah, parece com Fulano". Eu mesmo fui ouvir The Last Shadow Puppets, porque o Last.fm me disse que era similar a Franz Ferdinand e The Kooks, por exemplo. Gostei? Nada, uma merda, mas porque eu tava esperando uma coisa e ouvi outra. Será que se eu não tivesse comparado, mesmo que previamente, eu teria gostado? Pode até ser, mas dá pra fazer? Complicado, complicado mesmo, e talvez o coitado do Alex Turner (vocalista do Arctic Monkeys também, por sinal) tenha se queimado sem culpa, porque eu não dei uma chance justa a ele. Ou não, porque é chato pra burro mesmo.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Certezas

Não quero alguém que morra de amor por mim...

Só preciso de alguém que viva por mim, que queira estar junto de mim, me abraçando.

Não exijo que esse alguém me ame como eu o amo, quero apenas que me ame, não me importando com que intensidade.
Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim...

Nem que eu faça a falta que elas me fazem, o importante pra mim é saber que eu, em algum momento, fui insubstituível...
E que esse momento será inesquecível...

Só quero que meu sentimento seja valorizado.
Quero sempre poder ter um sorriso estampando em meu rosto, mesmo quando a situação não for muito alegre...
E que esse meu sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem ao meu redor.

Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém...e poder ter a absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim quando fecha os olhos, que faço falta quando não estou por perto.

Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras, alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho...

Que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons sentimentos que a vida lhe proporciona, que dê valor ao que realmente importa, que é meu sentimento...e não brinque com ele.

E que esse alguém me peça para que eu nunca mude, para que eu nunca cresça, para que eu seja sempre eu mesmo.

Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe...

Que ele é superior ao ódio e ao rancor, e que não existe vitória sem humildade e paz.
Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar, amanhã será outro dia, e se eu não desistir dos meus sonhos e propósitos, talvez obterei êxito e serei plenamente feliz.

Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas...
Que a esperança nunca me pareça um NÃO que a gente teima em maquiá-lo de verde e entendê-lo como SIM.

Quero poder ter a liberdade de dizer o que sinto a uma pessoa, de poder dizer a alguém o quanto ele é especial e importante pra mim, sem ter de me preocupar com terceiros... Sem correr o risco de ferir uma ou mais pessoas com esse sentimento.

Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão...
Que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades a às pessoas, que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim... e que valeu a pena.

Mário Quintana