domingo, 24 de fevereiro de 2008

Click Click Click Click

Post "deletado".

O conteúdo dele perdeu o sentido, e a situação perdeu completamente o sentido. É, pois é.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Burnham

Lester Burnham: [narrating] It's a great thing when you realize you still have the ability to surprise yourself.

* * *

Beleza Americana é meu filme favorito, ainda ontem eu disse isso. Muita gente, a maioria na verdade, diz que é bom mas nem de longe é o favorito. Bom, é o meu. Ter visto isso com 16 anos e ir morar nos EUA mudou minha perspectiva, sem contar que Lester Burnham (o sempre bom Kevin Spacey) se tornou de certa forma um molde pra mim. Não pela maconha, ou por querer comer a amiga da filha, mas o homem tem as melhores frases que algum filme pode ter. Talvez só Casablanca (que finalmente vi!) tenha diálogos melhores, mas ainda assim... sem contar que o filme em si é visualmente bonito, e a trilha sonora faz milagres - a última cena do filme, por exemplo, quando ele conta o flash da própria vida. Sim, eu choro nela.

Mas hoje eu vi, às 9 da manhã, como essa frase acima é verdadeira. Como é bom perceber que você ainda consegue se surpreender, ainda que o "truque" matinal não seja nenhuma novidade, e me fez ver melhor ainda como eu gosto de andar de ônibus em São Paulo.

Lester e Tati, muito obrigado. Se jogar é impreciso, Pessoa, mas preciso também.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Se juega!


O bonitão aqui do lado, chama-se Fitzwilliam Darcy, ou Mr. Darcy para os íntimos. O nome soa familiar? Então você leu Orgulho e Preconceito, escrito por Jane Austen em 1813, ou então assistiu a uma das milhares de adaptações para filmes ou mesmo TV, como essa com o Colin Firth de 1995, da BBC. Eu particularmente acho o livro um saco, bem como qualquer outra coisa que a Austen escreva, por melhor que ela o faça. É chato!

Enfim, o que tem esse homem de especial? Nada, ao menos pra mim. Mas na trama - olha o spoiler! - ele conhece uma pobre moça, Elizabeth, que tem - é claro - mais virtudes que a própria Madre Teresa, além de ser bonita e tudibom. Daí, entre vais e vens, ele se recusa a dançar com ela, depois propõe casamento, ela rejeita, o tempo passa, o rapaz muda e todo mundo fica feliz da vida, casamentos acontecem e bebês são encomendados. Nada muito diferente de uma novela das 8, mas que coisa! Claro que a primeira coisa que se nota no livro sobre Mr. Darcy é o orgulho dele, uma vez que ele é rico e foi educado pelos pais para ser assim mesmo, estar acima da "ralé", ainda que com seus iguais ele se mostre um verdadeiro gentleman. Coisas de sociedade inglesa.

O que me vem sobre o livro é justamente a mudança dele. Afinal de contas, o homem foi rejeitado por uma mulher "mais baixa", e ainda assim ele não desiste, por mais humilhante que tenha sido a rejeição, que no fim das contas é uma coisa normal, ao menos nos dias de hoje. Mas a verdade é que ele se apaixona por Elizabeth, se sente atraído pela esperteza da moça e pelos olhos expressivos que ela tem, e por isso passa por cima de muitas coisas para poder ficar com ela, como por exemplo da própria sociedade e dos seus preconceitos, mas acima de tudo do seu próprio orgulho. Quem iria atrás da pessoa que o/a rejeitou, dando um jeito de consertar as coisas e engolindo o tal orgulho?

Claro que Mr. Darcy faz isso, porque ele é um fofo - ainda que arrogante a princípio - e porque a Jane Austen é chata e adora isso. Mas podemos nós fazer a mesma coisa?

"Veja bem", quantas vezes ou mesmo quantas pessoas não ficaram a ver navios porque por algum motivo ficaram de birra, ou com "orgulho ferido", por causa de uma pessoa que talvez tenha cometido um erro? Falo mesmo de gente que por vezes toma um pé na bunda, mas não deixa de gostar, e por isso se recusa a fazer qualquer coisa pra salvar a relação. Ou mesmo de gente que deixa tudo ir por água abaixo quando o parceiro ou mesmo um amigo comete algum erro, mas é incapaz de chegar e mostrar claramente isso e tomar alguma atitude, porque não são todas as pessoas que têm a capacidade de ver a cagada que fizeram e tentar arrumar, até porque muitas vezes elas simplesmente não têm coragem, se sentem envergonhadas - como no caso do pé na bunda. Se isso fica claro, é a hora de se jogar, dar a cara a tapa, porque ninguém nunca chegou muito longe ficando parado, esperando que tudo se resolva numa solução deus ex machina, que venha do céu.

Lá pelos meus 16 anos, quando morava nos EUA, tomei uma decisão que mudou minha vida, e vem bem a calhar. Duas noites sem dormir at all me mostraram o peso que isso pode ter, e quantas chances perdemos de fazermos coisas, pra depois nos lamentarmos no "ah, se eu tivesse...", até porque o orgulho desaparece quando nos damos conta disso. Aí é fácil falar que, se pudesse voltar no tempo, daria a cara a tapa, faria Deus e o diabo pra arrumar as coisas, ia "se humilhar", que é uma tremenda idiotice. Quem falou que demonstrar sentimentos ou mesmo lutar por aquilo que se quer, seja uma amizade ou mesmo um romance, é se humilhar? Se for isso, já fui humilhado algumas vezes e disso, sim, eu sinto orgulho. Muito, por sinal. Aqueles dois dias me fizeram ver que nunca mais eu ia me arrepender por não ter feito, mas sim por ter feito. A menos que seja um filho, é um pensamento geralmente bom, e só me trouxe coisas boas.

O orkut, sempre ele, tem uma comunidade chamada "Libera o mosh!", que fala justamente disso de pessoas - no caso, mulheres em especial - que não ficam cheias de nhé-nhé-nhé e vão atrás do que querem. Isso não quer dizer que não devemos ter amor-próprio, porque orgulho é diferente e muito disso; só atrapalha, e já deve ter levado um tanto de gente pra encontrar o Criador porque o "orgulho foi ferido", por coisas completamente idiotas. O caso, minha gente, é se jogar mesmo, sem medo de ser feliz (não, não é por causa do Zezé di Camargo & Luciano que digo isso) porque voltar atrás depois não dá.

É claro que a própria Elizabeth teve de engolir o seu orgulho, porque não é só uma questão de dar a cara a tapa, mas sim de saber reconhecer que as pessoas erram, como o próprio Mr. Darcy, que pagou a língua depois. Alguém fez uma besteira? Por que não dar outra chance? Tanta gente se prende a um medo de que a história se repita que não vê que as pessoas têm capacidade de mudar, e às vezes só na porrada vão entender. Mas entendem, e daí lá vem o nosso - aliás, não "nosso", porque eu acredito que aprendi a passar por cima de muita coisa, ainda que tarde em alguns casos - orgulho dizer pra não aceitar, e fazer cu doce mesmo, querendo que a pessoa rasteje pra que possamos nos sentir bem. Mulher tem muito disso, fato. Não ligo de rastejar um pouco, especialmente se eu tiver errado, mas a outra pessoa tem que saber que tem limite, e isso não resolve nada.

O "se jogar" resolve bem mais, é fato. Mr. Darcy se jogou; Elizabeth se jogou. Eu me joguei. E você, porque não se juega? Afinal de contas, nessas horas são os audazes que levam as batatas.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Obras


Esse sou eu, muito prazer. Atualmente, errando mais do que acertando, me descobrindo. Desculpe-nos pelo transtorno.