terça-feira, 25 de agosto de 2009

Cartão Vermelho

"To see him obviously framed
Couldn't help but make me feel ashamed to live in a land
Where justice is a game."

-- de 1975, Hurricane tem versos que me fazem pensar se Bob Dylan estaria prevendo o futuro do Brasil.

* * *

Hoje, vi a minha admiração pelo senador Eduardo Suplicy, do PT/SP, aumentar. Não por ele ser do partido que é e muito menos por ser pai do Supla, mas pelo seu cartão vermelho mostrado a José Sarney (PMDB/AP), o famigerado coronel e Presidente do Senado, contra quem 11 acusações corriam e foram arquivadas semana passada pelo Conselho de Ética de nosso digníssimo Congresso Nacional. O duro foi ver Heráclito Fortes (DEM/PI) interromper, dar início a um bate-boca até desnecessário e levar, intencionalmente, ao fim da conversa. Uma mini-pizza no Senado, mais uma, que parece divertir o povo, que não percebe que no fim das contas apenas da própria desgraça, que tem origem na sua própria burrice.

“No meu entender, o arquivamento das representações não foram suficientemente esclarecidas. Para voltarmos à normalidade, o melhor caminho é que Sua Excelência renuncie ao cargo no Senado", pediu Suplicy.

O mais curioso é ter gente que critica a linguagem usada por Suplicy. Quando nosso presidente faz isso, atinge o povo em cheio, e é assim que tem que ser, sem "Vossa Excelência" pra cá ou "eu tenho o maior apreço e carinho" mais falsos que nota de R$ 3,00 - como diria a Flávia, "nota de três reau".

Agora, ano que vem... tem Copa do Mundo, e mais uma vez o povo vai estar mais preocupado com o futebol do que com as eleições. Eu rezo, pelo menos, para que o Twitter consiga fazer alguma coisa, já que até hoje o que se tem não anda fazendo seu trabalho.

Herbert Vianna, tá na hora de uma música de 300 picaretas nova, não acha? E em quem vamos estar votando ano que vem?

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Quem sou eu

"It's hard to say what it is I see in you
Wonder if I'll always be with you
Words can't say, I can't do
Enough to prove it's all for you"

-- curioso como All For You, de uma banda "normal" como o Sister Hazel, poderia me tirar as palavras da boca.

* * *

Hoje fui tentar escrever meu perfil aqui no blog, pra ficar uma coisa mais... sei lá, arrumadinha, ou pelo menos informativa pra quem resolver ler, até inspirado por uns outros blogs que eu costumo ler.

Professor por vocação, advogado-wannabe por necessidade. Paulistano e mineiro. Cansado de nadar contra a maré e de reclamar, de tentar mudar alguma coisa de um jeito mais romântico. Uma constante sensação de que o mundo está errado, e começando a aceitar uma conformidade um tanto incômoda. Otimista, especialmente nas pessoas, ainda que desacreditado de uma juventude tão vazia. Movido a música, cinema e literatura, ainda que ultimamente com muita preguiça de pegar em livros só por prazer. Bebedor de primeira, mas com medo dos efeitos fora do corpo. No trabalho, confundem Ctrl + F (ligado há tempos) com paciência. Sentimento de culpa em excesso por coisas que fogem ao controle e não pelas coisas que deveriam realmente gerar isso. Hiperativo, ligado no 220V, mas estático e por vezes (demais) completamente mole. Sonhador estranhamente com os pés no chão. Corinthiano, roxo, sofredor, que não tem mais muita paciência de sentar na frente da TV pra ver um jogo. Amigo, mais sumido do que presente, e mudando isso com quem merce. Sincero, mas ótimo em mentir se preciso for. Uma criança no corpo fora de forma de um quase homem. Um violão em casa; facilidade e gosto para línguas; por falta de tempo, dinheiro e motivação, mais potenciais (será?) que estão se perdendo. Um TOC fortíssimo de organizar as coisas, mas justamente porque a vida está bem bagunçada, bem como Rob Gordon sempre faz com seus discos.

Daí, eu cansei de pensar, e resolvi voltar minha atenção à labuta ingrata de uma segunda-feira de escola voltando de férias.