quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Eissi/Dissi

"And it's a rock 'n' roll damnation
Ma's own whippin' boy
Rock 'n' roll damnation
Take your chance while you still got the choice"

-- Rock n' Roll Damnation, do grande AC/DC, e hoje eu tive a escolha.

* * *

Foram 4 horas e pouco em pé na fila, sem almoço, sem canapés ou aquela cervejinha gelada que a tal "taxa de conveniência" deveria dar, cabeça na prova e o tempo pra estudar que só ia ficando menor, mas valeu a pena. Sim, o AC/DC, dia 27 de novembro, e ele não vai ser outro Motörhead.

Mas o curioso foi pensar, inspirado por uma cena real que uma amiga presenciou, na possibilidade do seguinte diálogo:

(sujeito de meia idade, casado, em casa, se arrumando pra sair no dia que tirou de folga, intencionalmente)

- Amor, tô indo lá comprar meu ingresso pro AC/DC. Tem certeza que não quer ir?
- Ai, credo! Você tá doido? A gente devia é ir ver show de bossa nova, é mais calmo, isso é que é música. E quanto tá?
- Você sabe que bossa nova não é minha praia. Eu sou fã de AC/DC, e nunca tive a chance de vê-los ao vivo. Sonho de moleque, sabe? E a pista tá R$ 300.
- Cruzes, que assalto. Empurra-empurra, fila, banheiro sujo... você quer ir mesmo? Não acha que já passou da idade pra isso, meu bem?
- Quero, e não acho que passei da idade. Não tem idade pra essas coisas.
- Sabe, acho que a gente devia ir àquele show novo da Maria Rita, que tal? Mesinha, tranquilo... Podemos chamar o Roberto e a Rita, eles gostam também. Vai ser no Tom Brasil, lá tem manobrista, lugar pra parar o carro, é tão mais fácil.
- Eu sei, mas esse vai ser no Morumbi.
- Afe, além de longe, o acesso é ruim e aposto que você vai querer que eu vá te buscar no meio daquele povão, daquela molecada.
- Era a minha idéia, se você não se importasse, mas eu penso em algo.
- (rindo) Ainda acho que você não deveria ir.
- É... amor?
- Sim?
- Vá à merda. Quer alguma coisa da rua? Vou passar perto daquela confeitaria de que você gosta.

É... não é nem legal imaginar uma coisa assim.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Cartão Vermelho

"To see him obviously framed
Couldn't help but make me feel ashamed to live in a land
Where justice is a game."

-- de 1975, Hurricane tem versos que me fazem pensar se Bob Dylan estaria prevendo o futuro do Brasil.

* * *

Hoje, vi a minha admiração pelo senador Eduardo Suplicy, do PT/SP, aumentar. Não por ele ser do partido que é e muito menos por ser pai do Supla, mas pelo seu cartão vermelho mostrado a José Sarney (PMDB/AP), o famigerado coronel e Presidente do Senado, contra quem 11 acusações corriam e foram arquivadas semana passada pelo Conselho de Ética de nosso digníssimo Congresso Nacional. O duro foi ver Heráclito Fortes (DEM/PI) interromper, dar início a um bate-boca até desnecessário e levar, intencionalmente, ao fim da conversa. Uma mini-pizza no Senado, mais uma, que parece divertir o povo, que não percebe que no fim das contas apenas da própria desgraça, que tem origem na sua própria burrice.

“No meu entender, o arquivamento das representações não foram suficientemente esclarecidas. Para voltarmos à normalidade, o melhor caminho é que Sua Excelência renuncie ao cargo no Senado", pediu Suplicy.

O mais curioso é ter gente que critica a linguagem usada por Suplicy. Quando nosso presidente faz isso, atinge o povo em cheio, e é assim que tem que ser, sem "Vossa Excelência" pra cá ou "eu tenho o maior apreço e carinho" mais falsos que nota de R$ 3,00 - como diria a Flávia, "nota de três reau".

Agora, ano que vem... tem Copa do Mundo, e mais uma vez o povo vai estar mais preocupado com o futebol do que com as eleições. Eu rezo, pelo menos, para que o Twitter consiga fazer alguma coisa, já que até hoje o que se tem não anda fazendo seu trabalho.

Herbert Vianna, tá na hora de uma música de 300 picaretas nova, não acha? E em quem vamos estar votando ano que vem?

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Quem sou eu

"It's hard to say what it is I see in you
Wonder if I'll always be with you
Words can't say, I can't do
Enough to prove it's all for you"

-- curioso como All For You, de uma banda "normal" como o Sister Hazel, poderia me tirar as palavras da boca.

* * *

Hoje fui tentar escrever meu perfil aqui no blog, pra ficar uma coisa mais... sei lá, arrumadinha, ou pelo menos informativa pra quem resolver ler, até inspirado por uns outros blogs que eu costumo ler.

Professor por vocação, advogado-wannabe por necessidade. Paulistano e mineiro. Cansado de nadar contra a maré e de reclamar, de tentar mudar alguma coisa de um jeito mais romântico. Uma constante sensação de que o mundo está errado, e começando a aceitar uma conformidade um tanto incômoda. Otimista, especialmente nas pessoas, ainda que desacreditado de uma juventude tão vazia. Movido a música, cinema e literatura, ainda que ultimamente com muita preguiça de pegar em livros só por prazer. Bebedor de primeira, mas com medo dos efeitos fora do corpo. No trabalho, confundem Ctrl + F (ligado há tempos) com paciência. Sentimento de culpa em excesso por coisas que fogem ao controle e não pelas coisas que deveriam realmente gerar isso. Hiperativo, ligado no 220V, mas estático e por vezes (demais) completamente mole. Sonhador estranhamente com os pés no chão. Corinthiano, roxo, sofredor, que não tem mais muita paciência de sentar na frente da TV pra ver um jogo. Amigo, mais sumido do que presente, e mudando isso com quem merce. Sincero, mas ótimo em mentir se preciso for. Uma criança no corpo fora de forma de um quase homem. Um violão em casa; facilidade e gosto para línguas; por falta de tempo, dinheiro e motivação, mais potenciais (será?) que estão se perdendo. Um TOC fortíssimo de organizar as coisas, mas justamente porque a vida está bem bagunçada, bem como Rob Gordon sempre faz com seus discos.

Daí, eu cansei de pensar, e resolvi voltar minha atenção à labuta ingrata de uma segunda-feira de escola voltando de férias.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

"Beat It" - Mariachi Style

E podia ter homenagem melhor? Deviam ter colocado esses caras no Staples Center pra cantar na homenagem ao homem, e não Mariah Carey, Usher (WTF?!) e afins.

Ainda assim, independente de morte, essa versão é simplesmente fantástica.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

É da padaria?

"Maybe I'm amazed at the way I really need you
Baby I'm a man maybe I'm a lonely man
Who's in the middle of something
That he doesn't really understand"

-- quem diria? Paul McCartney fez de Maybe I'm Amazed uma música melhor do que (muitas) coisas dos Beatles.

* * *

Minha mãe sempre me disse que telefone não é brinquedo, que é pra dar recado, falar coisa importante e matar saudade, quando for preciso. Meu pai adora um orelhão, mas detesta atender o telefone. Minha avó desliga na cara da gente sem falar tchau, mas ela tem 86 anos. A Ana Luísa pega o telefone e fica tentando morder ou falar umas coisas que a gente não entende, mas acha fofo do mesmo jeito. Eu mesmo acho que telefone é pra dar recado rápido, falar bobagem por um bom tempo (enquanto eu faço uma caminhada pela casa), contar piada, mas nunca pra ter uma conversa realmente séria, seja uma DR ou seja discutir assalto ou propina, coisa que as quadrilhas parecem não aprender nunca.

Agora, uma outra pra que telefone serve me foi lembrada esse fim de semana. Vou fazer as transcrição e ela é auto-explicativa (ou é 'autoexplicativa'?):

- Alô.
- Por favor, é da padaria?
- É sim.
- Ah, e que horas sai o pãozinho, por favor?
- Acabou de sair.
- Ah, que bom. E o senhor pode me dizer que horas ele volta?

Sim, eu passei um trote no sábado, depois de não sei quantos anos desde os dias da casa da Vovó com meus primos, uma lista telefônica e nada pra fazer! E foi ótimo, porque além da piada ser boa, foi gostoso fazer isso! Trotes são uma piada saudável, eu diria, porque o cara pode ficar enfezado, mas os colegas vão dar risada quando ele contar, e ele mesmo vai acabar rindo, e de certa forma isso pode dar uma aliviada na rotina. Ok, o cara tá trabalhando, e meio que pára pra atender o telefone e tem que aguentar uma dessas, mas não machuca, machuca? Não estou falando de passar trote pra Polícia ou pro SAMU, o que é uma tremenda idiotice, custa aos cofres públicos (leia-se "sai do nosso bolso") e ainda pode atrapalhar quem realmente precisa de ajuda.

Mesmo com bina, identificador de chamada e afins, padarias, farmácias, açougues, botecos não deveriam passar pelo menos a semana incólumes, sem levar pelo menos um trote, por mais bobo que seja. Até porque a pessoa xinga, fala palavrão e, sem querer, acaba dando aquela aliviada, talvez só precisasse de uma desculpa pra botar aquilo pra fora. Assim, o trote tem até uma função social de aliviar o estresse. Quem diria, não? Aposto que nenhum Sociológo chato já tentou analisar as implicações de um simples trote, até porque seria uma baita perda de tempo, ok.

E a melhor parte de sábado, sem contar passar mal de dar risada, aquelas de doer o estômago, foi a resposta do cara pra minha piadinha. Foi extramente espirituosa, sem descer do cavalo ou apelar, no mesmo tom de voz:

- Ah, ele volta quando sua mãe vier.

Genial!

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Tirinha

"But now I am jaded
You're out of luck
I'm rolling down the stairs
Too drunk to fuck"

-- Too Drunk To Fuck, do Dead Kennedys, é uma situação no mínimo embaraçosa.

* * *

A Jana me pediu, então aqui vai uma coisa engraçadinha pra aliviar. Ou pra deixar mulher puta, mas que é engraçado, é.


Isso me fez lembrar de um e-mail piada chamado "Troféu o Homem do Ano", mas como eu nunca guardo piadas e correntes, eu deletei em algum lugar do passado.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Maria de Lourdes

"Billie Jean is not my lover
She's just a girl who picks that I am the one
But the kid is not my son
She says I am the one, but the kid is not my son"

-- se tivessem visto o Charles cantando Billie Jean no karaokê, com certeza ele teria repetido o feito na homenagem a Michael Jackson.

* * *

Semana passada, o mundo parou para ver o funeral/show/homenagem a Michael Jackson, o Rei do Pop (título mais do que merecido para o Elvis do pop). Foram milhões e milhões de pessoas vendo pela TV, pela internet, comprando discos, chorando, fazendo homenagens (algumas que chegavam a beirar o ridículo, convenhamos) e horas e horas e mais horas de cobertura exaustiva e repetitiva pela televisão. Chegou ao ponto de cansar, e rezar pra que enterrassem Michael Jackson de uma vez e o circo acabasse.

Daí que semana eu também fui a um velório. O primeiro da minha vida, ao menos a ponto de eu entrar e ver o corpo, caixão aberto. Sempre achei que seria o da minha avó, ou de algum amigo que porventura viesse a sofrer algum acidente, o que graças a Deus nunca aconteceu. Foi mais simples, sem música ou cantoria, porque foi da minha vizinha, uma portuguesa de 72 anos, com quem eu não tinha laço de sangue algum, nem era amigo íntimo, mas que sempre foi muito boa comigo, especialmente depois que ela descobriu o tanto que eu gosto de rabanada, e vinha me desejar a paz de Cristo efusivamente na missa aqui perto de casa. No fundo, eu sentia que ela era mais avó pra mim em São Paulo do que a minha avó que efetivamente mora aqui, ainda que por culpa minha.

A experiência como um todo foi marcante, e por mais que a vida não seja um blog, eu fiquei com vontade de escrever, colocar pra fora. Porque é uma coisa que mexe com a gente, como qualquer um que já tenha ido a um velório deve saber, por ser uma solenidade tão triste. Triste por ver que uma pessoa boa se foi, por ver que um marido viu, tarde demais, que os problemas eram sérios e desabou, triste por ver um peito imóvel e um corpo que outrora fora magrinho e delicado tão inchado, até mesmo deformado. Triste por saber que a partir dali os caminhos de pessoas que se uniram através dela talvez não se cruzem mais, justamente no momento em que deveriam seguir juntos, para dar força uns aos outros. As flores, ainda que nem tão bonitas, ganham mais vida, como que se esforçando para fazer daquele último adeus o mais ameno e belo possível.

O próprio cemitério, Parque dos Pinheiros (loooooonge que só ele), é bonito, com aquelas placas no gramado onde as covas estão. Indo até onde seria enterrada, a sensação é estranha, parece até uma falta de respeito. Sempre falamos dos olhos que a terra há de comer, mas andar sobre os mortos é demais. Não sei o que é pior: ver lápides monumentais que fomentam uma saudade que nunca passa ou aquele gramado com plaquinhas que se tornam tudo o que resta de três pessoas sob cada uma delas. Quando a gente vai ao Morumbi ver o túmulo do Ayrton Senna, é diferente, porque é menos "real" do que uma senhora que morava no 52 e que não deixa filhos. É vida real, não tem nada de especial ou fantástico.

Olhando para ela por uma última vez, pensei que aquele seria o momento quando, num filme ou num seriado com uma veia cômica, ela abriria os olhos e falaria comigo. Pensei na piada do bêbado que dizia que o que ele queria ouvir no próprio velório era "Olha, ele tá vivo!". Pensei em Brás Cubas, o defunto autor. Mas ali não teve nada disso. Teve, sim, gente chorando, gente conversando sobre amenidades, um português de 1,50m (ou algo assim) desolado, perdido, saudoso.

Eu mesmo não sei explicar o porquê de ter sido tão impactado por esse velório e ter chorado mais do que alguns parentes, mas fui. E ainda bem, porque não sei como seria ir de cara para um velório como os que eu imaginava, mesmo estando tão preparado para ele quanto estavam meus pais quando da morte do tio Jorge, um alívio diante de tanto sofrimento. O duro é que uma hora ou outra eu vou ter que saber, e espero poder protelar esse momento por mais 25 anos, que foi o quanto eu consegui ir ao meu primeiro velório.

sábado, 11 de julho de 2009

32 Dentes

"Não confio em ninguém
Não confio em ninguém
Não confio em ninguém com mais de 30
Não confio em ninguém com 32 Dentes"

-- os Titãs não confiam em muita, mas muuuuuuuuuuita gente. Isso é o que diz 32 Dentes.

* * *

Qualquer adulto normal deveria ter na boca 32 dentes, a menos que tenha tido uns acidentes no caminho, tenha precisado tirar por qualquer tipo de intervenção estética ou por falta de cuidado mesmo. Só que o tal cuidado é bastante simples, começando pela escovação, que é coisa básica e deveria ser dever do Estado (tipo é com camisinha). Dentes ao menos no lugar são um bom começo pra qualquer tipo de autoestima.

Então, vamos a uma lição básica:
A gente que tem escova e pasta em casa tem a OBRIGAÇÃO de seguir isso, e manter a boquinha minimamente arrumada. O Sloth foi popular nos Goonies e nos anos 80, e SÓ. Se for caso mais sério, vá lá, mas ninguém deveria deixar de escovar os dentes e acabar com a raiz de 5 na boca (dois e meio e uns quebrados, como diria a Flávia) por falta de fazer isso.

Agora, eu vou tomar banho, porque a ida ao centro (do Recife) foi foda pelo calor, pela sujeira e pela visão linda, comum a tantas outras regiões centrais, que me causou esse "nojo" que eu juro não ser preconceito. É só agressão estética parcialmente evitável. A minha escova já tá na pia, e eu vou tratar de seguir recomendação de mamãe, no banho mesmo. Assim eu me garanto.

(prontofalei)

quinta-feira, 2 de julho de 2009

"The Woman Who Shut Up Simon Cowell"

"Até quando esperar a plebe ajoelhar
Esperando a ajuda de Deus
Até quando esperar a plebe ajoelhar
Esperando a ajuda de Deus"

-- apesar de nunca saber que essa música da Plebe Rude se chama Até Quando Esperar?, dei graças a Deus por ela me dar um tempo do forró.

* * *

Às vezes, eu gosto de me sentir parte do grupo e acabo indo ver um vídeo X de que todo mundo está falando. Eu não vi até hoje o tal "Ronaldo" que virou piada; demorei um século pra ver o vídeo do "Tapa na Pantera", e achei até sem graça. Mas meu pai me falou tanto da Susa Boyle que eu tive que ver, e confesso que à primeira vista fiquei até mesmo eu impressionado, porque eu também olhei pra ela e imaginei que vinha por aí mais uma forte candidata às pérolas do SBT que aparecem em compilações de YouTube, mais bizarras do que engraças em si.

Só que a tal de Susan Boyle me surpreendeu e, independente de uma papagaiada que eu li sobre ela ser uma representação do American Dream (tá na Wikipedia), eu torci por ela, talentosa e humilde, caçoada pela aparência, que não se deixou abater e soltou o gogó. You to go, Susan! Perdeu, sim, que pena, mas tá com a vida feita, convenhamos - e pode fazer uma plástica e dar um up na aparência, porque... tadinha. Tem uma voz dos anjos, mas é feia como o capeta.

O grande problema é que Susan Boyle encheu o saco. Como muita coisa que é overcovered pela mídia, porque começaram a destrinchar a vida da mulher, de infância a cor de calcinha (afe, medo só de imaginar essa, porque deve ser um treco grande e bege), a falar de tudo que ela fez, faz e deixou de fazer. Claro que os 15 minutos de fama dela começaram a passar, mas hoje eu tive uma constatação que me deixou com medo, aqui em Natal/RN mesmo: eu vejo Susan Boyle. Em todo o lugar!

É na rodoviária, no restaurante, no forró, no Largo da Batata, no Aeroporto de Recife, na Barra Funda, no Renascença... em todo lugar tem alguém que me faz pensar nela, ou que é parecido com ela. Daqui a pouco, vou encontrar alguém no Mackenzie ou O'Malley's, mas peloamordeDeus, chega! Eu vejo a pessoa e me vem ela cantando I Dreamed A Dream, com a cara do Simon Cowell, tudo junto, como se minha cabeça tivesse um plugin do YouTube já instalado. E ela é FEIA! Hoje mesmo ela passou do meu lado num buggy, e sabe lá Deus onde vou vê-la amanhã, ou depois.

Aliás, eu sei. Amanhã, vou vê-la em Pipa, e depois em Porto de Galinhas e, em seguida, Recife. É ótimo, mas depois do dia 13, volto a ver Susan Boyle pelas ruas de São Paulo.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Today's Fortune

"We don't need no education
We don't need no thought control
No dark sarcasm in the classroom
Teacher leave them kids alone
Hey! Teacher! Leave them kids alone!"

-- com o maior prazer do mundo hoje eu atendo ao que o Pink Floyd e as criancinhas inglesas medonhas do clipe pedem em Another Brick in the Wall (pt.2).

* * *

Hoje o orkut me disse pra "Get happiness out of your work or you may never know what happiness is". Isso é meio que a minha "sorte" de hoje, sei lá como isso fica em português.

E hoje eu sou obrigado a dar o braço a torcer, ele acertou na mosca, apesar da filhadaputice (existe isso?) sem tamanho que eu vi acontecer com uma das pessoas mais dedicadas daquela merda - ainda vai ter troco. Mas eu troco uma palavra, 'get', por 'find'. Não quero saber de tirar satisfação do meu trabalho, mas sim encontrar a felicidade fora dele. Bem longe, no NE. Em casa, em Poços e na chance de acordar três dias por semana e pensar que eu não vou ter que ir pro Rena. Ou seja: acordar sorrindo.

Que venham as férias escolares, as últimas que eu pretendo ter profissionalmente. Até o fim de julho, moré!

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Segredinhos

"And I said, Let me tell you a secret, about a father's love
A secret that my daddy said was just between us
I said daddies don't just love their children every now and then
It's a love without end, amen, it's a love without end, amen"

-- hoje cedo Love Without End, Amen do George Strait tocou aqui em casa, mas ninguém ouviu. Acho que só eu.

* * *

Ele não é muito bem humorado; na verdade, tem variações de humor de deixar perplexo. Não tem muita paciência com algumas coisas, mas tem toda a do mundo com outras para que eu não tenho. Fuma e tosse, mas se recusa a admitir a conexão entre um e outro, igual aos roncos que não o são. Dorme demais, talvez por querer fugir. Esquece de colocar dedicatória nos livros que me dá. Não tem muitos amigos, nem gosta muito de sair de casa, nem de viajar. Gosta de ver filme dublado, e fala que algumas comédias são "bonitas", o que me deixa intrigado quanto ao que isso quer realmente dizer. Lê livros espíritas, policiais, mas se recusa a encarar uma das minhas indicações. Dá exemplos que não têm nada a ver com a discussão, e às vezes simplesmente não ouve o que eu falo, quando não me contradiz dizendo exatamente a mesma coisa que eu. Tem mania de teimar em assuntos óbvios, acho que pra manter a conversa, ou vem conversar demais quando eu ainda estou entorpecido de sono de manhã.

Por outro lado, ele tem um coração de ouro. Nunca se recusa a ajudar a alguém, seja quem for, e acho que os colegas de serviço dele já perceberam isso faz tempo - afinal, quem mais ganha um ovo de chocolate de 2 kg da Kopenhagen de Páscoa? Prova de tudo que eu cozinho e diz que está gostoso, até o macarrão quando eu queimei o alho e o frango na cerveja, horrível. Me espera deitado no sofá da sala pra tomarmos sopa, ou às vezes vai deitar, mas deixa suco ou cachorro quente pra mim, bem no dia que eu estou com desejo de comer. Segura as pontas com as contas de casa, e não reclama disso. Dá uma risada gostosa que, embora rara, vale cada segundo quando eu a ouço. Ficou dormindo na sala, num frio do cão, só pra me fazer companhia quando eu precisei varar a madrugada fazendo um trabalho que valeu uma camisa preta bonita pra mim e uma noite mal dormida pra ele. Não leva pro sebo um livro de que nem gostou tanto só porque tem uma dedicatória minha. Deixa a luz do corredor acesa pra me ajudar a acordar, ou liga quando eu peço. Corre pra Poços quando minha mãe precisa de uma força, e aguenta os desaforos da minha avó quieto, nem por isso deixando de fazer o que é preciso. Se arrisca na cozinha e me faz uma omelete meio estranha, mas que me salva às vezes e caiu nas graças do Salsicha. Abraça meus amigos e minha namorada, como poucos fariam no lugar dele. Vai me buscar na Marginal sempre que eu peço, mas nunca pede que eu faça o mesmo em troca. Exagera e compra alguma coisa por demais tentando agradar, e a gente tem que pedir pra parar, seja abacaxi toda semana, ou a Lance quando eu morava em MG. Me disse que um dia todos os seus livros vão ser meus, sem saber que melhor que eles foi o gosto por eles que herdei dele. Compra manga e deixa picada pro café da manhã pra "visita", sendo que eu detesto manga. Apesar de não concordar muito, aceita quando eu apareço em casa com uns gringos perdidos que nem português falam, e ainda faz canja de galinha pra eles. Tem sido pra Ana Luísa o pai que o verdadeiro se recusou a ser.

Ouviu em alto e bom tom um "Quer saber, vai tomar no seu cu!" de mim, com raiva, e ainda assim me ama.

E eu, que sou tão "melhor", mais forte, mais preparado, sou um covarde, porque dou uma flor pro meu pai na colação de grau, mas não consigo chegar pra ele e dizer o quanto eu o amo.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Pequenos Prazeres

"You know I can't have another
Turn it on
I can't stop thinking of you
Turn it on
If I can't have you then nobody can
Yeah Yeah Yeah
Yeah Yeah Yeah"

-- no fundo, Turn It On é o Franz Ferdinand romântico. Juro!

* * *

Tomar banho, se secar e se jogar na cama, bagunçada ou arrumada, entrando embaixo dos lençóis ou cobertores, e ficar lá, curtindo. Parece que tá tudo mais macio, e você meio que desliza, não tem atrito.

Chegar em casa e ver que tem carta, correr pra sacada e sentar pra ler, rindo com o que tá escrito, ficando feliz pela outra pessoa, chorando mesmo que seja de saudade, tendo aquele ímpeto de escrever de volta, que pode demorar mais do que se imagina pra voltar.

Comprar um disco novo de uma banda de que você gosta muito, em loja mesmo, especialmente na Galeria. Chegar em casa e, como uma criança, colocar pra tocar como se fosse um brinquedo novo, e ficar lá ouvindo, uma música por uma, com o encarte na mão, vendo as fotos ou acompanhando as letras, e se surpreendendo.

Matar aula com alguém de vez em quando, sentado na porta da faculdade, sem cerveja, sem cigarro, sem comida. Só sentar pra conversar, bater um bom papo, dar risada, e olhar pro prédio pensando que era pra você estar lá dentro, enfurnado numa sala. Melhor ainda se for uma aula mais complicada, porque você sente ainda mais o gostinho de relaxar um pouco da seriedade da vida.

Fazer bolo à moda antiga, com receita daquele livro que é da sua mãe e que ela copiou da sua avó, só pra poder comer o que sobrou da massa, já com o Pó Royal, raspando a tigela com a colher e com os dedos. Depois, vem aquele cheiro gostoso de bolo quente no forno, e o comer em si parece ser a parte mais sem graça.

Deixar bilhetes à post-it em cima da mesa pra alguém, dando bom dia, agradecendo por um prato de comida que foi deixado em cima da mesa à noite, desejando boa sorte em algo específico ou simplesmente mostrando como você é grato por aquela pessoa simplesmente existir e fazer parte da sua vida. Tudo acompanhado de um devido smiley, por mais simples que seja.

Fazer chá ou chocolate quente e sentar, enrolado no coberto, pra beber com uma vista à frente, e só ficar lá, sem fazer nada, admirando a paisagem e pensando na vida, que é bem menos complicada do que a gente faz ser.

Comprar um livro na Livraria Cultura mais pro fim da tarde, qualquer um que seja, andar até o MASP e sentar no vão pra ler, até ficar tão escuro que você não consegue mais. Sem celular, sem relógio.

Pegar papel e brincar de fazer origami (e quem sabe finalmente acertar aquele que você nunca conseguiu na aula de artes) ou escrever coisas a esmo, sem muito sentido ou obrigação, ou mesmo destinatário. Escrever pra si mesmo, e depois reler.

Correr atrás de uma criança, jogá-la no ar, fazer pum de barriga, se jogar no chão. E tudo só pra conseguir uma risada, que é a mais gostosa do mundo.

Pena que a gente se priva de tanta coisa, e sempre parece ter uma desculpa muito plausível pra isso.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Ele não está...

A Fabi (minha namorada, e o Greg usa o adorável termo "patroa" - que exemplo!), que está lendo o livro Ele Simplesmente Não Está A Fim de Você pra mim neste exato momento (e só chegamos ao fim do terceiro capítulo), me disse que toda mulher com mais de 18 anos deveria ler esse livro. Então, faço um post bem rápido, até porque estou no meio de uma leitura, meio que um recado, ou aviso, ou conselho ou sei lá o quê. Atenção!

Mulheres, vocês têm o direito de irem atrás de homens quando quiserem, e devem exercê-lo. Nada de ficar sentada esperando o cara te ligar. Lembrem-se: por vezes, vocês são iguaizinhas a nós, fazem as mesmas cagadas, brincam com a gente o mesmo tempo e nós temos, sim, o direito de sairmos magoados, feridos e chateados dessas. Não somos de ferro, não. Mas muito cara finge que é. Por favor, tenham em mente que nem todos os homens são iguais, ou seja, babacas. Além disso, a culpa é compartilhada, porque tem muita gente grande o suficiente pra saber em que tipo de situação está se metendo, sem o menor pingo de ingenuidade.

Homens, deixem de ser babacas que ficam enganando mulheres e aceitem, de uma vez por todas, que elas podem e devem vir atrás de nós quando quiserem. Se isso acontecer, sinta-se lisonjeado, em vez de pensar que ela é fácil ou alguma merda do tipo. Me disseram que fui pedido em namoro e, se for sério, me sinto um cara de muita sorte por isso. Depois, você sai e escreve uma porcaria de livro que (tem lá suas partes com que eu concordo, mas que) só vai botar ainda mais lenha na fogueira da guerra dos sexos, e complicar ainda mais a vida de quem se esforça pra ser minimamente não-homem, levando em conta a pior acepção do termo. Tratem melhor as mulheres, aquelas (muitas) que merecem, e todo mundo sai ganhando.

Não pensei muito pra escrever aqui (mas tive um tempo pra pensar no banho e depois, levando um coro nas damas, e por isso a cor), é uma reação meio imediata e quero ouvir mais do livro. Greg, você é um babaca porque dá um recado até que bom, mas usa e abusa da posição de vítima em que muita mulher se coloca - conscientemente.

terça-feira, 31 de março de 2009

Do furto

"So sad
Everything's gone bad
In the dreams I've had
They all laugh at what I have"

-- Used to Be Lucky, do Wallflowers, foi a primeira coisa que veio no iTunes. Ironia, não?

* * *

Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, entre 2001 e 2003, tivemos por ano aproximadamente 19.961 furtos de veículos só na capital. Explicando o tipo penal do Furto:

Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.


No caso de furto a casa ou veículo (não do próprio), temos Furto Qualificado, no mesmo artigo do Código Penal:


§ 4º - A pena é de reclusão de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa, se o crime é cometido:

I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;

II - com Abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;

III - com emprego de chave falsa;

IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.


É o caso, por exemplo, do rádio do meu carro, que foi levado hoje. Ou dos meus dois iPods, da minha máquina, da minha blusa ano passado, dos meus óculos escuros. A única vontade que eu sinto, além da fustração de ter entrado para as estatísticas, é vontade de vender o carro, e frustração por ter mais gastos com ele, que vão deixar a minha já não tão simples vida ainda mais emocionante.

terça-feira, 24 de março de 2009

Fake Plastic Trees

Mais de 2 horas de show, 5 horas em pé, sem cerveja, doente, quase chuva, muita gente, pés doendo, sono começando a bater, dor de cabeça, sem saber como seria para ir embora, prova no dia seguinte, trabalho por fazer, noite mal dormida.

Tenta não se emocionar, tenta. Não dá.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Relativamente Falando

"Just need to get closer, closer
Lean on me now
Lean on me now
Closer, closer"

-- a letra é simples e acerta em cheio. Closer, do Travis.

* * *

Gozada a minha escolha de epígrafe, até porque... bom, do começo. Eu sou professor de inglês, mas não gostos exatamente disso. Quer dizer, gosto, mas tem lá suas coisas chatas, e uma delas é justamente ensinar comparativos e superlativos. E closer ('mais perto', just for the records) é um caso daquele, um porre pra ensinar, por ser relativamente simples e ainda assim ter gente que consegue fazer confusão. Paciência, né teacher? É, e ainda ontem eu vi isso acontecer.

Mas, ao mesmo tempo, é mega importante ensinar isso, e seria até bom se desse pra tanto professor quanto alunos pararem no meio da aula e pensarem sobre especialmente as comparações. Entre o Nilo e o Amazonas, entre Nick e Bob, entre o Brasil e os EUA? Não, entre a gente mesmo, e as que fazemos dos outros, mas não pela altura, pela idade ou qualquer outro atributo físico, ou mesmo emocional. É uma comparação de impacto subjetivo, digamos. Impacto que elas têm na nossa cabeça, no nosso coração, nas nossas atitudes - especialmente nessas, porque nem sempre a gente consegue parar pra ver isso, a menos que seja tarde demais.

E não adianta: TODO MUNDO COMPARA. Fato. Por mais que você tente não o fazer, sempre vai sentir aquela coisa de que faltou alguma coisa, ou podia ser melhor, ou foi melhor do que alguma outra vez ou ocasião, porque você tem a base, e só pode ser melhor/pior ou simplesmente diferente porque é relativo. Tudo é relativo, "depende do referencial adotado", diria o Chico, meu (brilhante) professor de física do colegial, até porque somos um saco de carne e ossos pensante, racional, fruto de nossas experiências, e negar isso é querer negar tudo que se vive, de bom ou de ruim. E não é de todo ruim, porque algumas coisas são melhores do que as outras, pessoas que acabam por nos agradar mais do que outras, atitudes com as quais nos identificamos menos do que outras... sempre o "mais/menos que".

Eu mesmo ando me pegando nisso, porque frequentemente acho que já fui menos reclamão, menos propenso a ficar irritado, menos crítico (não do que os outros fazem, mas do mundo mesmo), mais de bem com a vida, mais desencanado, menos estressado. Acho que até mais esperançoso.

Mas o complicado é, voltando, pessoas. A gente comparando e sendo comparado, porque muitas vezes é uma coisa desigual, e certos filtros vão sendo colocados que distorcem ou norteiam essas comparações. E o mais complicado é saber que somos todos diferentes, a tal ponto que às vezes é como querer jogar Super Trunfo com cartas misturadas de diferentes temas, tipo um de "Caminhões Envenenados" (meu primeiro baralho desses, de partidas que nunca acabavam com o Otávio, meu primo, no alpendre da casa da minha avó) e o outro de "Super Motos", nada a ver. Só que o fato de ambos terem um motor e um dos itens de ambas as cartas ser Km/h faz com que, automaticamente, coloquemos as cartas lado a lado pra ver qual é melhor. Não dá, mas a gente insiste, por mais que racionalmente saibamos que o certo é separar os baralhos - sorry, impossível. Tem cartas que ficam perdidas e nunca voltam ao deck original.

Um exemplo prático de como essa coisa toda atrapalha a gente mais do que deveria? Música. Tem muita banda boa hoje, mas a gente insiste em rotular e dizer "Ah, parece com Fulano". Eu mesmo fui ouvir The Last Shadow Puppets, porque o Last.fm me disse que era similar a Franz Ferdinand e The Kooks, por exemplo. Gostei? Nada, uma merda, mas porque eu tava esperando uma coisa e ouvi outra. Será que se eu não tivesse comparado, mesmo que previamente, eu teria gostado? Pode até ser, mas dá pra fazer? Complicado, complicado mesmo, e talvez o coitado do Alex Turner (vocalista do Arctic Monkeys também, por sinal) tenha se queimado sem culpa, porque eu não dei uma chance justa a ele. Ou não, porque é chato pra burro mesmo.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Certezas

Não quero alguém que morra de amor por mim...

Só preciso de alguém que viva por mim, que queira estar junto de mim, me abraçando.

Não exijo que esse alguém me ame como eu o amo, quero apenas que me ame, não me importando com que intensidade.
Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim...

Nem que eu faça a falta que elas me fazem, o importante pra mim é saber que eu, em algum momento, fui insubstituível...
E que esse momento será inesquecível...

Só quero que meu sentimento seja valorizado.
Quero sempre poder ter um sorriso estampando em meu rosto, mesmo quando a situação não for muito alegre...
E que esse meu sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem ao meu redor.

Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém...e poder ter a absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim quando fecha os olhos, que faço falta quando não estou por perto.

Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras, alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho...

Que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons sentimentos que a vida lhe proporciona, que dê valor ao que realmente importa, que é meu sentimento...e não brinque com ele.

E que esse alguém me peça para que eu nunca mude, para que eu nunca cresça, para que eu seja sempre eu mesmo.

Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe...

Que ele é superior ao ódio e ao rancor, e que não existe vitória sem humildade e paz.
Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar, amanhã será outro dia, e se eu não desistir dos meus sonhos e propósitos, talvez obterei êxito e serei plenamente feliz.

Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas...
Que a esperança nunca me pareça um NÃO que a gente teima em maquiá-lo de verde e entendê-lo como SIM.

Quero poder ter a liberdade de dizer o que sinto a uma pessoa, de poder dizer a alguém o quanto ele é especial e importante pra mim, sem ter de me preocupar com terceiros... Sem correr o risco de ferir uma ou mais pessoas com esse sentimento.

Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão...
Que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades a às pessoas, que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim... e que valeu a pena.

Mário Quintana

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Mesmo Que Mude

A música já me bateu algumas vezes, socos mesmo. E hoje, na volta de um aluno, mais uma vez. Por ser em português, não vale a pena postar a letra, mas sim ouvir a música.

Eu tenho medo, mas muito medo dela.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Cx. mensagens

"Shake it, Shake it
Take it to the spot
You know she make it really hot
Get it on, get it up
Come on give it all you got"

-- o AC/DC quase não mudou em Rock N Roll Train. Graças a Deus.

* * *

Tudo em (sic).

"Paulinho querido! Um beijo enorme de Feliz Aniversário directamente de Lisboa, da mesa da minha cozinha! :) Obrigada pelo convite! Adorava estar a festejar contigo. Espero que o teu dia esteja a ser demais! Gosto muito de ti! Parabéeeeens!!!!"
* 22:37:56

"Aqui ja e' 25 e vc deve estar na sua festa, entao feliz aniversario! Depois a gente conversa direito! Beijao! Saudades!"
* 01:07:50

"Feliz aniversario,amiguinho! Desculpa, fui arrastada p praia, mas tomei 1 devassa por vc kk! Td d bao pra ti! Bjao"
* 00:10:28

"Ola querido,meus parabéns! mta paz,saude,sucesso,que este ano seja d plenas realizacoespra voce!te ligo logo mais!bjao!"
* 11:39:40

"Parabens pelo nat. Tentamos falar mas nao conseguimos. Qdo.puder nos ligue. Bjs."
* 12:13:25

"Feliz aniversario! Tudo de bom pra vc, hj e sempre! Vc merece! Beijao direto de orlando!"
* 10:37:50

"Teacher! Parabens!!!! E feliz ano novo!!! Bj"
* 17:19:56

"Paulooo, prabéns! Td de bom pra vc sempre! Se amanhã vc aparecer na Winner te dou seu abraço! Se não, era era! Hehehe... Bjos"
* 17:39:12

"Oi querido! Realmente estou viajando. :). Olha, te desejo o melhor, de verdade. Seja feliz. Aproveite seu dia, seu ano, sua vida! Beijao."
* 17:53:49

"Heeeeeeey HAPPYYYYYYY BIRTHDAY.... Te desejo tudo de melhor... Vamos marcar outro bar de comemoraÇao aniversarialll LOGO miss u"
* 18:29:04

"Paulinhoooo! PARABENS!! Tudo de bom..muita paz, saude e muito sucesso!! Saudaede..como vc ta? Um bjo e enjoy your day!!"
* 19:56:48

"Pensou q eu esqueci seu niver?! Enganou-se... HAPPY BIRTHDAY and I wish u have 100s of chill bottles of beer! Bear hug!"
* 20:22:35

"Paulo, desejo te um ano cheio de vida, amor e saude. Feliz aniversario! Espero q nao esteja bravo comigo. Te adoro apesar de ñ parecer rs. Bj"
* 21:00:34

"Parabéns, Pa! Tudo de magico pra vc! Beijo."
* 21:52:13

"Paulinhooo! Pauleti! Parabéns! Tudo de bao pra vc nesse ano! Espero q a festa tenha sido legal. To em pira, volto amanha. Vamo toma todas qquer dia. Bjao"
* 22:01:54

"Parabéns! Tudo d bom moÇo! Queria ter ido ontem, mas nao consegui... Comemore mto! Beijao"
* 23:02:47

Por essas, por quem lembrou, por quem se deu ao trabalho de me vir até aqui me abraçar, pelos e-mails, pelos telefonemas - de longe, de perto, que atendi, que não atendi - e especialmente por uma fofa que eu chamo de NAMORADA com gosto, que me ajudou mais do que eu podia querer, foi um dia especial.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Kanst Du Portugiesisch schprechen?

"E como será?
O vento vai dizer
lento o que virá"

-- ouvir O Vento, do Los Hermanos, me traz sensações contraditórias, por pessoas contraditórias.

* * *

Eu falo inglês decentemente desde uns 10 anos de idade, e hoje é pra mim segunda língua. Meu espanhol é o suficiente para ir pra Barcelona e pra Buenos Aires e me virar sem ter que apelar. O que eu aprendi de francês com a Laura, especialmente, me garantiu na Bélgica, em Paris e no pub uma vez, além me ajudar a escapar de uma multa de €73 por conta de um erro no metrô, em Bruxelas. Mas isso não é pra mostrar como eu sou viajado ou como eu sei falar outras coisas, até porque eu tenho é vergonha de não ter ido mais além no espanhol ou no francês. É pra falar do bom e velho português.

Sim, minha língua-mãe, aquela que eu adquiri e não aprendi, que é o terror de tantos alunos e me fez sorrir ao chegar a Portugal só pelo fato de existir. A língua de Machado de Assis, de Guimarães Rosa e de Carlos Drummond de Andrade, de Camões, Fernando Pessoa e José Saramago, entre outros tantos. A língua que eu faço questão de enumerar como primeira sempre que me perguntam quais eu falo, como deve ser. Aquela que, com esse novo acordo, vai dar um nó na cabeça de muita gente, sendo que mesmo como "era" já era complicada o bastante, com tantas regras, num país onde se tem tantos analfabetos funcionais que mal sabem ler textos básicos. A língua do colonizador, a minha, a sua, a nossa.

Muitas vezes eu me pego pensando em postar, por exemplo, em inglês, ou mesmo em francês, como já fiz antes e como é um rascunho que nunca vai ser publicado. Mas a real é que eu gosto mesmo é de escrever em português, porque eu ME levo a sério. Percebi isso alguns anos atrás, e foi quando percebi que não poderia dar aulas de inglês pro resto da vida, porque não é sério, não é real, não é a expressão real do que eu tenho dentro de mim e quero colocar pra fora. Eu sinto que, quando falo em inglês, estou dando aula, são exemplos ou papo pra aluno, coisas do tipo, a menos que seja o caso de expressões que não tenham uma tradução decente o bastante, e então... eu não me levo tanto a sério, o que tem me forçado cada vez mais a me forçar a usar português, com ou sem erros, formal ou informal, oral ou escrito. Não quero dizer que usar inglês é péssimo, mas o problema está justamente em quando usar o inglês, ou com quem.

Não sei bem o porquê de estar escrevendo isso aqui, mas acho que é um tipo de aviso. Não sei. Não sei nem mesmo se o francês e o espanhol sofrem desse "mal", talvez não dado o nível deles pra mim, mas o inglês acaba sofrendo, coitado. E a verdade é que eu me sinto mal toda vez que tento falar alguma coisa, tento me expôr, e acabo recorrendo a ele, por ser mais fácil, por as palavras não terem o mesmo peso e, assim, eu proteger alguma coisa, que eu nem mesmo sei o que é.

* * *

Agradecimentos ao Fiu pela ajuda com o título. Que, por favor, é uma certa ironia.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Top 5?

"These days with you have come to pass
We've seen some dreams and we've tried hard to make them last
We've learned a lot along our way
So in simple words, I will try to say"

-- sabe quando a música meio que cai como uma luva, até mesmo a última frase? É o caso de These Days Without You, do Neal Casal. De bandeija, agora.

* * *

Tive das mais agradáveis horas dirigindo - sozinho, em silêncio - de volta de Angra dos Reis na quarta, depois de tanta enrolação e estresse. Deu pra pensar, tomar algumas decisões e até mesmo bolar um Top 5 que faria muito sentido, mas que nunca vai ser feito. Daí quando eu passei a ouvir algumas músicas, me toquei que uma delas, que faria parte da tal lista, serve e muito pra mim. E o mais curioso? Só consegui fazer duas partes, mais uma que veio ontem pelo YouTube, e é uma coisa em aberto, com espaço pra mais.

Acho que eu posso de chamar de Top 5 Músicas Para Mim Mesmo. Sim, é isso, e não está terminado, porque ainda temos um ano inteiro pela frente, mas elas traduzem o que está dentro de mim, e também me dizem muita coisa.

1. Ben Harper & The Innocent Criminals - Fight Outta You
2. Foo Fighters - Best of You
3. Kate Nash - Nicest Thing
4.
5.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Feliz 2009!

"People are crazy and times are strange
I'm locked in tight, I'm out of range
I used to care, but things have changed"

-- esse ano quero chegar ao fim e, como Bob Dylan, dizer que Things Have Changed. Nem todas.

* * *

Praia nem tão lotada, fogos por mais de 20 minutos, tequila, banho de espumante/cidra/champagne, amigos, tequila e cerveja, abraços, fotos, SMS fofos e queridos... e o mar. Paz, tranquilidade, sozinho naquela imensidão, sentindo que a água ia lavando, levando, trazendo; finalmente acreditei naquil0 de vibes e energias.

Se o ano resolver seguir a promessa de ontem, vai ser bom, muito bom. E não me importo que seja difícil, porque isso sempre é.