quarta-feira, 22 de julho de 2009

É da padaria?

"Maybe I'm amazed at the way I really need you
Baby I'm a man maybe I'm a lonely man
Who's in the middle of something
That he doesn't really understand"

-- quem diria? Paul McCartney fez de Maybe I'm Amazed uma música melhor do que (muitas) coisas dos Beatles.

* * *

Minha mãe sempre me disse que telefone não é brinquedo, que é pra dar recado, falar coisa importante e matar saudade, quando for preciso. Meu pai adora um orelhão, mas detesta atender o telefone. Minha avó desliga na cara da gente sem falar tchau, mas ela tem 86 anos. A Ana Luísa pega o telefone e fica tentando morder ou falar umas coisas que a gente não entende, mas acha fofo do mesmo jeito. Eu mesmo acho que telefone é pra dar recado rápido, falar bobagem por um bom tempo (enquanto eu faço uma caminhada pela casa), contar piada, mas nunca pra ter uma conversa realmente séria, seja uma DR ou seja discutir assalto ou propina, coisa que as quadrilhas parecem não aprender nunca.

Agora, uma outra pra que telefone serve me foi lembrada esse fim de semana. Vou fazer as transcrição e ela é auto-explicativa (ou é 'autoexplicativa'?):

- Alô.
- Por favor, é da padaria?
- É sim.
- Ah, e que horas sai o pãozinho, por favor?
- Acabou de sair.
- Ah, que bom. E o senhor pode me dizer que horas ele volta?

Sim, eu passei um trote no sábado, depois de não sei quantos anos desde os dias da casa da Vovó com meus primos, uma lista telefônica e nada pra fazer! E foi ótimo, porque além da piada ser boa, foi gostoso fazer isso! Trotes são uma piada saudável, eu diria, porque o cara pode ficar enfezado, mas os colegas vão dar risada quando ele contar, e ele mesmo vai acabar rindo, e de certa forma isso pode dar uma aliviada na rotina. Ok, o cara tá trabalhando, e meio que pára pra atender o telefone e tem que aguentar uma dessas, mas não machuca, machuca? Não estou falando de passar trote pra Polícia ou pro SAMU, o que é uma tremenda idiotice, custa aos cofres públicos (leia-se "sai do nosso bolso") e ainda pode atrapalhar quem realmente precisa de ajuda.

Mesmo com bina, identificador de chamada e afins, padarias, farmácias, açougues, botecos não deveriam passar pelo menos a semana incólumes, sem levar pelo menos um trote, por mais bobo que seja. Até porque a pessoa xinga, fala palavrão e, sem querer, acaba dando aquela aliviada, talvez só precisasse de uma desculpa pra botar aquilo pra fora. Assim, o trote tem até uma função social de aliviar o estresse. Quem diria, não? Aposto que nenhum Sociológo chato já tentou analisar as implicações de um simples trote, até porque seria uma baita perda de tempo, ok.

E a melhor parte de sábado, sem contar passar mal de dar risada, aquelas de doer o estômago, foi a resposta do cara pra minha piadinha. Foi extramente espirituosa, sem descer do cavalo ou apelar, no mesmo tom de voz:

- Ah, ele volta quando sua mãe vier.

Genial!

2 comentários:

Aimée disse...

trotes! eu gosto deles.

Thais Pryscilla disse...

Hahahahahahaha!

Exatamente na mesma moeda em todos os sentidos! Se trote é coisa de "moleque", colocar a mãe no meio de uma resposta me remete ao ginásio! kkkkkkkkkkkk

Só vc Paulim... rsrsrsrs....