quinta-feira, 23 de julho de 2009

"Beat It" - Mariachi Style

E podia ter homenagem melhor? Deviam ter colocado esses caras no Staples Center pra cantar na homenagem ao homem, e não Mariah Carey, Usher (WTF?!) e afins.

Ainda assim, independente de morte, essa versão é simplesmente fantástica.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

É da padaria?

"Maybe I'm amazed at the way I really need you
Baby I'm a man maybe I'm a lonely man
Who's in the middle of something
That he doesn't really understand"

-- quem diria? Paul McCartney fez de Maybe I'm Amazed uma música melhor do que (muitas) coisas dos Beatles.

* * *

Minha mãe sempre me disse que telefone não é brinquedo, que é pra dar recado, falar coisa importante e matar saudade, quando for preciso. Meu pai adora um orelhão, mas detesta atender o telefone. Minha avó desliga na cara da gente sem falar tchau, mas ela tem 86 anos. A Ana Luísa pega o telefone e fica tentando morder ou falar umas coisas que a gente não entende, mas acha fofo do mesmo jeito. Eu mesmo acho que telefone é pra dar recado rápido, falar bobagem por um bom tempo (enquanto eu faço uma caminhada pela casa), contar piada, mas nunca pra ter uma conversa realmente séria, seja uma DR ou seja discutir assalto ou propina, coisa que as quadrilhas parecem não aprender nunca.

Agora, uma outra pra que telefone serve me foi lembrada esse fim de semana. Vou fazer as transcrição e ela é auto-explicativa (ou é 'autoexplicativa'?):

- Alô.
- Por favor, é da padaria?
- É sim.
- Ah, e que horas sai o pãozinho, por favor?
- Acabou de sair.
- Ah, que bom. E o senhor pode me dizer que horas ele volta?

Sim, eu passei um trote no sábado, depois de não sei quantos anos desde os dias da casa da Vovó com meus primos, uma lista telefônica e nada pra fazer! E foi ótimo, porque além da piada ser boa, foi gostoso fazer isso! Trotes são uma piada saudável, eu diria, porque o cara pode ficar enfezado, mas os colegas vão dar risada quando ele contar, e ele mesmo vai acabar rindo, e de certa forma isso pode dar uma aliviada na rotina. Ok, o cara tá trabalhando, e meio que pára pra atender o telefone e tem que aguentar uma dessas, mas não machuca, machuca? Não estou falando de passar trote pra Polícia ou pro SAMU, o que é uma tremenda idiotice, custa aos cofres públicos (leia-se "sai do nosso bolso") e ainda pode atrapalhar quem realmente precisa de ajuda.

Mesmo com bina, identificador de chamada e afins, padarias, farmácias, açougues, botecos não deveriam passar pelo menos a semana incólumes, sem levar pelo menos um trote, por mais bobo que seja. Até porque a pessoa xinga, fala palavrão e, sem querer, acaba dando aquela aliviada, talvez só precisasse de uma desculpa pra botar aquilo pra fora. Assim, o trote tem até uma função social de aliviar o estresse. Quem diria, não? Aposto que nenhum Sociológo chato já tentou analisar as implicações de um simples trote, até porque seria uma baita perda de tempo, ok.

E a melhor parte de sábado, sem contar passar mal de dar risada, aquelas de doer o estômago, foi a resposta do cara pra minha piadinha. Foi extramente espirituosa, sem descer do cavalo ou apelar, no mesmo tom de voz:

- Ah, ele volta quando sua mãe vier.

Genial!

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Tirinha

"But now I am jaded
You're out of luck
I'm rolling down the stairs
Too drunk to fuck"

-- Too Drunk To Fuck, do Dead Kennedys, é uma situação no mínimo embaraçosa.

* * *

A Jana me pediu, então aqui vai uma coisa engraçadinha pra aliviar. Ou pra deixar mulher puta, mas que é engraçado, é.


Isso me fez lembrar de um e-mail piada chamado "Troféu o Homem do Ano", mas como eu nunca guardo piadas e correntes, eu deletei em algum lugar do passado.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Maria de Lourdes

"Billie Jean is not my lover
She's just a girl who picks that I am the one
But the kid is not my son
She says I am the one, but the kid is not my son"

-- se tivessem visto o Charles cantando Billie Jean no karaokê, com certeza ele teria repetido o feito na homenagem a Michael Jackson.

* * *

Semana passada, o mundo parou para ver o funeral/show/homenagem a Michael Jackson, o Rei do Pop (título mais do que merecido para o Elvis do pop). Foram milhões e milhões de pessoas vendo pela TV, pela internet, comprando discos, chorando, fazendo homenagens (algumas que chegavam a beirar o ridículo, convenhamos) e horas e horas e mais horas de cobertura exaustiva e repetitiva pela televisão. Chegou ao ponto de cansar, e rezar pra que enterrassem Michael Jackson de uma vez e o circo acabasse.

Daí que semana eu também fui a um velório. O primeiro da minha vida, ao menos a ponto de eu entrar e ver o corpo, caixão aberto. Sempre achei que seria o da minha avó, ou de algum amigo que porventura viesse a sofrer algum acidente, o que graças a Deus nunca aconteceu. Foi mais simples, sem música ou cantoria, porque foi da minha vizinha, uma portuguesa de 72 anos, com quem eu não tinha laço de sangue algum, nem era amigo íntimo, mas que sempre foi muito boa comigo, especialmente depois que ela descobriu o tanto que eu gosto de rabanada, e vinha me desejar a paz de Cristo efusivamente na missa aqui perto de casa. No fundo, eu sentia que ela era mais avó pra mim em São Paulo do que a minha avó que efetivamente mora aqui, ainda que por culpa minha.

A experiência como um todo foi marcante, e por mais que a vida não seja um blog, eu fiquei com vontade de escrever, colocar pra fora. Porque é uma coisa que mexe com a gente, como qualquer um que já tenha ido a um velório deve saber, por ser uma solenidade tão triste. Triste por ver que uma pessoa boa se foi, por ver que um marido viu, tarde demais, que os problemas eram sérios e desabou, triste por ver um peito imóvel e um corpo que outrora fora magrinho e delicado tão inchado, até mesmo deformado. Triste por saber que a partir dali os caminhos de pessoas que se uniram através dela talvez não se cruzem mais, justamente no momento em que deveriam seguir juntos, para dar força uns aos outros. As flores, ainda que nem tão bonitas, ganham mais vida, como que se esforçando para fazer daquele último adeus o mais ameno e belo possível.

O próprio cemitério, Parque dos Pinheiros (loooooonge que só ele), é bonito, com aquelas placas no gramado onde as covas estão. Indo até onde seria enterrada, a sensação é estranha, parece até uma falta de respeito. Sempre falamos dos olhos que a terra há de comer, mas andar sobre os mortos é demais. Não sei o que é pior: ver lápides monumentais que fomentam uma saudade que nunca passa ou aquele gramado com plaquinhas que se tornam tudo o que resta de três pessoas sob cada uma delas. Quando a gente vai ao Morumbi ver o túmulo do Ayrton Senna, é diferente, porque é menos "real" do que uma senhora que morava no 52 e que não deixa filhos. É vida real, não tem nada de especial ou fantástico.

Olhando para ela por uma última vez, pensei que aquele seria o momento quando, num filme ou num seriado com uma veia cômica, ela abriria os olhos e falaria comigo. Pensei na piada do bêbado que dizia que o que ele queria ouvir no próprio velório era "Olha, ele tá vivo!". Pensei em Brás Cubas, o defunto autor. Mas ali não teve nada disso. Teve, sim, gente chorando, gente conversando sobre amenidades, um português de 1,50m (ou algo assim) desolado, perdido, saudoso.

Eu mesmo não sei explicar o porquê de ter sido tão impactado por esse velório e ter chorado mais do que alguns parentes, mas fui. E ainda bem, porque não sei como seria ir de cara para um velório como os que eu imaginava, mesmo estando tão preparado para ele quanto estavam meus pais quando da morte do tio Jorge, um alívio diante de tanto sofrimento. O duro é que uma hora ou outra eu vou ter que saber, e espero poder protelar esse momento por mais 25 anos, que foi o quanto eu consegui ir ao meu primeiro velório.

sábado, 11 de julho de 2009

32 Dentes

"Não confio em ninguém
Não confio em ninguém
Não confio em ninguém com mais de 30
Não confio em ninguém com 32 Dentes"

-- os Titãs não confiam em muita, mas muuuuuuuuuuita gente. Isso é o que diz 32 Dentes.

* * *

Qualquer adulto normal deveria ter na boca 32 dentes, a menos que tenha tido uns acidentes no caminho, tenha precisado tirar por qualquer tipo de intervenção estética ou por falta de cuidado mesmo. Só que o tal cuidado é bastante simples, começando pela escovação, que é coisa básica e deveria ser dever do Estado (tipo é com camisinha). Dentes ao menos no lugar são um bom começo pra qualquer tipo de autoestima.

Então, vamos a uma lição básica:
A gente que tem escova e pasta em casa tem a OBRIGAÇÃO de seguir isso, e manter a boquinha minimamente arrumada. O Sloth foi popular nos Goonies e nos anos 80, e SÓ. Se for caso mais sério, vá lá, mas ninguém deveria deixar de escovar os dentes e acabar com a raiz de 5 na boca (dois e meio e uns quebrados, como diria a Flávia) por falta de fazer isso.

Agora, eu vou tomar banho, porque a ida ao centro (do Recife) foi foda pelo calor, pela sujeira e pela visão linda, comum a tantas outras regiões centrais, que me causou esse "nojo" que eu juro não ser preconceito. É só agressão estética parcialmente evitável. A minha escova já tá na pia, e eu vou tratar de seguir recomendação de mamãe, no banho mesmo. Assim eu me garanto.

(prontofalei)

quinta-feira, 2 de julho de 2009

"The Woman Who Shut Up Simon Cowell"

"Até quando esperar a plebe ajoelhar
Esperando a ajuda de Deus
Até quando esperar a plebe ajoelhar
Esperando a ajuda de Deus"

-- apesar de nunca saber que essa música da Plebe Rude se chama Até Quando Esperar?, dei graças a Deus por ela me dar um tempo do forró.

* * *

Às vezes, eu gosto de me sentir parte do grupo e acabo indo ver um vídeo X de que todo mundo está falando. Eu não vi até hoje o tal "Ronaldo" que virou piada; demorei um século pra ver o vídeo do "Tapa na Pantera", e achei até sem graça. Mas meu pai me falou tanto da Susa Boyle que eu tive que ver, e confesso que à primeira vista fiquei até mesmo eu impressionado, porque eu também olhei pra ela e imaginei que vinha por aí mais uma forte candidata às pérolas do SBT que aparecem em compilações de YouTube, mais bizarras do que engraças em si.

Só que a tal de Susan Boyle me surpreendeu e, independente de uma papagaiada que eu li sobre ela ser uma representação do American Dream (tá na Wikipedia), eu torci por ela, talentosa e humilde, caçoada pela aparência, que não se deixou abater e soltou o gogó. You to go, Susan! Perdeu, sim, que pena, mas tá com a vida feita, convenhamos - e pode fazer uma plástica e dar um up na aparência, porque... tadinha. Tem uma voz dos anjos, mas é feia como o capeta.

O grande problema é que Susan Boyle encheu o saco. Como muita coisa que é overcovered pela mídia, porque começaram a destrinchar a vida da mulher, de infância a cor de calcinha (afe, medo só de imaginar essa, porque deve ser um treco grande e bege), a falar de tudo que ela fez, faz e deixou de fazer. Claro que os 15 minutos de fama dela começaram a passar, mas hoje eu tive uma constatação que me deixou com medo, aqui em Natal/RN mesmo: eu vejo Susan Boyle. Em todo o lugar!

É na rodoviária, no restaurante, no forró, no Largo da Batata, no Aeroporto de Recife, na Barra Funda, no Renascença... em todo lugar tem alguém que me faz pensar nela, ou que é parecido com ela. Daqui a pouco, vou encontrar alguém no Mackenzie ou O'Malley's, mas peloamordeDeus, chega! Eu vejo a pessoa e me vem ela cantando I Dreamed A Dream, com a cara do Simon Cowell, tudo junto, como se minha cabeça tivesse um plugin do YouTube já instalado. E ela é FEIA! Hoje mesmo ela passou do meu lado num buggy, e sabe lá Deus onde vou vê-la amanhã, ou depois.

Aliás, eu sei. Amanhã, vou vê-la em Pipa, e depois em Porto de Galinhas e, em seguida, Recife. É ótimo, mas depois do dia 13, volto a ver Susan Boyle pelas ruas de São Paulo.