"And the way I feel tonight
I could die and I wouldnt mind
And theres something going on inside
Makes you want to feel makes you want to try
Makes you want to blow the stars from the sky"
-- depois de me acabar em Head On, do The Jesus and Mary Chain, fui perguntar o nome do som pra um cara. Ele era gay e me secou, aqui no Rio de Janeiro.
* * *
Semana passada, escrevi uma carta e arrumei meu quarto por conta dos armários novos, e joguei muita coisa fora, foi ótimo. Mas o mais curioso foi mesmo a tal carta, porque mais até do que a Respectiva 2008 que a Globo apresentava enquanto eu rasgava papel ela me deu a chance de pensar em como foi meu ano. Maluco, cheio de reviravoltas, (muitas) decepções, perspectivas e mesmices, pessoas que foram e novas que vieram, que voltaram ou que vieram e foram. E um sentimento de estar perdido que durou por tempo demais, acho eu.
Eu tenho mania de fazer promessas de ano novo, sim. Mas não se trata de arrumar emprego, ou perder peso - opa, essa vai ser daqui a algumas horas, porque o metabolismo parou de cooperar. São coisas relevantes, bem específicas e fazíveis. O Pearl Jam ano passado foi o resultado de uma delas. Esse ano que passou eu tinha praticamente três, e fui feliz (?) em 66,6% delas, curiosamente nas mais complicadas que demoraram meses pra se resolver, tivesse o resultado que tivesse em um dos casos e a outra com resultados em 5 anos. A mais simples, que implicava só a minha pessoa, um pouco de dinheiro e boa vontade... essa ficou na vontade, e talvez tenha direito a um repeteco. Só ela, espero. Dessa vez serão coisas novas, e espero ter a capacidade de levar a cabo.
Mas 2008 foi, pro meu espanto, muito mais complicado e difícil do que 2007. Uma montanha-russa emocional de que, ao contrário da anterior, eu não me orgulho nem um pouco, especialmente porque pessoas andaram nela comigo, e nem todo mundo enjoyed the ride - eu sei que eu não, mas era (mais do que) necessário. Sei que é um jeito tosco e bastante covarde, mas eu peço desculpas a cada uma delas, mas foram honest mistakes, seja o motivo que for, ou o "campo" que for, mas a gente às vezes aprende do jeito mais difícil e mais doloroso, e o que mais me deixa triste é saber que fui o motivo de maus bocados pra gente que merece tudo de bom. Foi também difícil constatar que um sonho de vida não saiu bem como eu queria ou planejava, e que terei longos 5 anos pela frente, mas ao mesmo tempo começar a mudar isso foi um dos pontos altos, e agradeço a quem me apoiou, por palavras, gestos ou pelo simples exemplo que me deu. Comecei e parei com a terapia, e ela se mostrou muito útil e faz falta agora, mas tudo é uma questão de escolhas e organização financeira. Organização, aliás, que passou a ser prioridade e fruto de uma escolha, mas sem contar com possibilidades que não se concretizam e me ensinam que de nada adianta fazer planos sem ter certeza das coisas, porque o tombo sempre é (foi) maior.
Por outro lado, finalmente fui à Argentina e vi que esse preconceito idiota dos brasileiros é unilateral e nuestros hermanos têm MUITOS motivos para que gostemos deles, mesmo que eles não tenham nascido por lá. Não é a toa que este que vos fala quase foi morar lá por alguns meses, mas tudo tem motivo pra acontecer ou deixar de. Vi também que alguém que veio ao mundo por um "erro" pode ser uma fonte de felicidade pra muita gente - bem como alguém que foi planejado e para muitos seria uma loucura -, e que aquelas pessoas que têm amor pelo filho dos outros têm razão. Consegui resolver muita coisa interna, passei a ouvir músicas um pouco diferentes do que costumo e gostei disso, revi muitos amigos queridos e que alguns deles entraram em outra fase de vida. Eu mesmo voltei a uma fase da vida que eu achava que tinha acabado, e vejo que foi a coisa certa. Agora mais pro fim do ano, descobri da melhor maneira possível que a vida tem seu lado cíclico, e só estaria mais feliz se um oceano não tivesse se tornado uma espécie de barreira, sendo que ao mesmo tempo isso me dá mais motivos pra ansiar por 2009, coisa de 20 dias.
Acho que hoje, mais do que nunca, eu quero que chova (pouco, pelo amor de Deus!), não pra miar a festa de ninguém. Mas eu quero virar o ano e me lavar, olhar pra trás e poder me orgulhar por ter tido um ano complicadíssimo mas, ao mesmo tempo, que me ensinou horrores, do qual eu saí "vivo" e de cabeça erguida, com boas perspectivas e especialmente expectativas, planos, projetos. Pronto pro que der e vier, mais bem preparardo pra isso e sem ter que cometer os mesmos erros que cometi, honest ou não, sendo uma pessoa melhor mesmo, tanto pra mim mesmo quanto para os outros. Há tempos que eu não fico tão esperançoso ou mesmo me importando tanto com uma virada, mas 2008/09 tem um peso que... talvez eu nunca tenha sentido numa virada, verdade seja dita.
Como de praxe, tentei pensar em fatos mais marcantes ou bobeiras, um Top 5 pra música ou filmes, mas acho que prefiro fazer uma lista menos específica mesmo, de fatos ou coisas marcantes, cada qual na sua área. Seria o Top 5 2008, criativo assim mesmo.
* a palavra eventualmente não existe em português, nem no Houaiss. Passado, eu parei de usar na hora, mas em inglês ainda vale. Me tiraram essa certeza da vida, junto com saber que Wishing Well é do Free, e não do Blackfoot.
* pedir demissão do mesmo lugar duas vezes e ver sua chefe pedir pra você ficar porque ela simplesmente GOSTA de você (além do seu trabalho, é claro) é bom pro ego, mas especialmente por mostrar que eu ainda acerto com pessoas.
* finalmente eu vi o R.E.M. ao vivo e, sem querer (ou não), foi melhor do que eu tinha imaginado quando tinha 17 anos. Vida cíclica, de novo, e esse "vi o R.E.M." é bem maior e mais importante do que parece, especialmente porque uma pergunta comendo hamburguer foi, ao mesmo tempo, de foder e de fazer ver mais claramente.
* o milagre dos torrents e do Last.fm tornaram quase impossível eu fazer outra lista dos discos mais relevantes do ano, e eu teria que citar muitas coisas. Como foi muito mais um ano de músicas do que de discos ou artistas, eu deixo 2008 como um ano rico em música, só isso.
* ter a mais clara sensação de que você faz mal pra alguém que você ama. Isso é algo por que ninguém deveria passar, mas é crucial em alguns casos, e ao mesmo tempo que machuca, te dá forças pra seguir em frente. Pena que a maioria dos homens não sabe "aproveitar" ou mesmo usa isso da forma mais cretina possível.
Estão me chamando na cozinha, e acho que já falei até demais. O resto vai ser na praia, eu vou ter tempo de sentir tudo isso mais tarde e, por que não?, chorar pra fazer com que tudo se vá mesmo. Quero mais é esse peso pra amanhã estar mais leve, e pronto. Que venha 2009, com tudo que ele tem pra me oferecer.
Feliz ano novo, e tudo de bom pra nós todos.
I could die and I wouldnt mind
And theres something going on inside
Makes you want to feel makes you want to try
Makes you want to blow the stars from the sky"
-- depois de me acabar em Head On, do The Jesus and Mary Chain, fui perguntar o nome do som pra um cara. Ele era gay e me secou, aqui no Rio de Janeiro.
* * *
Semana passada, escrevi uma carta e arrumei meu quarto por conta dos armários novos, e joguei muita coisa fora, foi ótimo. Mas o mais curioso foi mesmo a tal carta, porque mais até do que a Respectiva 2008 que a Globo apresentava enquanto eu rasgava papel ela me deu a chance de pensar em como foi meu ano. Maluco, cheio de reviravoltas, (muitas) decepções, perspectivas e mesmices, pessoas que foram e novas que vieram, que voltaram ou que vieram e foram. E um sentimento de estar perdido que durou por tempo demais, acho eu.
Eu tenho mania de fazer promessas de ano novo, sim. Mas não se trata de arrumar emprego, ou perder peso - opa, essa vai ser daqui a algumas horas, porque o metabolismo parou de cooperar. São coisas relevantes, bem específicas e fazíveis. O Pearl Jam ano passado foi o resultado de uma delas. Esse ano que passou eu tinha praticamente três, e fui feliz (?) em 66,6% delas, curiosamente nas mais complicadas que demoraram meses pra se resolver, tivesse o resultado que tivesse em um dos casos e a outra com resultados em 5 anos. A mais simples, que implicava só a minha pessoa, um pouco de dinheiro e boa vontade... essa ficou na vontade, e talvez tenha direito a um repeteco. Só ela, espero. Dessa vez serão coisas novas, e espero ter a capacidade de levar a cabo.
Mas 2008 foi, pro meu espanto, muito mais complicado e difícil do que 2007. Uma montanha-russa emocional de que, ao contrário da anterior, eu não me orgulho nem um pouco, especialmente porque pessoas andaram nela comigo, e nem todo mundo enjoyed the ride - eu sei que eu não, mas era (mais do que) necessário. Sei que é um jeito tosco e bastante covarde, mas eu peço desculpas a cada uma delas, mas foram honest mistakes, seja o motivo que for, ou o "campo" que for, mas a gente às vezes aprende do jeito mais difícil e mais doloroso, e o que mais me deixa triste é saber que fui o motivo de maus bocados pra gente que merece tudo de bom. Foi também difícil constatar que um sonho de vida não saiu bem como eu queria ou planejava, e que terei longos 5 anos pela frente, mas ao mesmo tempo começar a mudar isso foi um dos pontos altos, e agradeço a quem me apoiou, por palavras, gestos ou pelo simples exemplo que me deu. Comecei e parei com a terapia, e ela se mostrou muito útil e faz falta agora, mas tudo é uma questão de escolhas e organização financeira. Organização, aliás, que passou a ser prioridade e fruto de uma escolha, mas sem contar com possibilidades que não se concretizam e me ensinam que de nada adianta fazer planos sem ter certeza das coisas, porque o tombo sempre é (foi) maior.
Por outro lado, finalmente fui à Argentina e vi que esse preconceito idiota dos brasileiros é unilateral e nuestros hermanos têm MUITOS motivos para que gostemos deles, mesmo que eles não tenham nascido por lá. Não é a toa que este que vos fala quase foi morar lá por alguns meses, mas tudo tem motivo pra acontecer ou deixar de. Vi também que alguém que veio ao mundo por um "erro" pode ser uma fonte de felicidade pra muita gente - bem como alguém que foi planejado e para muitos seria uma loucura -, e que aquelas pessoas que têm amor pelo filho dos outros têm razão. Consegui resolver muita coisa interna, passei a ouvir músicas um pouco diferentes do que costumo e gostei disso, revi muitos amigos queridos e que alguns deles entraram em outra fase de vida. Eu mesmo voltei a uma fase da vida que eu achava que tinha acabado, e vejo que foi a coisa certa. Agora mais pro fim do ano, descobri da melhor maneira possível que a vida tem seu lado cíclico, e só estaria mais feliz se um oceano não tivesse se tornado uma espécie de barreira, sendo que ao mesmo tempo isso me dá mais motivos pra ansiar por 2009, coisa de 20 dias.
Acho que hoje, mais do que nunca, eu quero que chova (pouco, pelo amor de Deus!), não pra miar a festa de ninguém. Mas eu quero virar o ano e me lavar, olhar pra trás e poder me orgulhar por ter tido um ano complicadíssimo mas, ao mesmo tempo, que me ensinou horrores, do qual eu saí "vivo" e de cabeça erguida, com boas perspectivas e especialmente expectativas, planos, projetos. Pronto pro que der e vier, mais bem preparardo pra isso e sem ter que cometer os mesmos erros que cometi, honest ou não, sendo uma pessoa melhor mesmo, tanto pra mim mesmo quanto para os outros. Há tempos que eu não fico tão esperançoso ou mesmo me importando tanto com uma virada, mas 2008/09 tem um peso que... talvez eu nunca tenha sentido numa virada, verdade seja dita.
Como de praxe, tentei pensar em fatos mais marcantes ou bobeiras, um Top 5 pra música ou filmes, mas acho que prefiro fazer uma lista menos específica mesmo, de fatos ou coisas marcantes, cada qual na sua área. Seria o Top 5 2008, criativo assim mesmo.
* a palavra eventualmente não existe em português, nem no Houaiss. Passado, eu parei de usar na hora, mas em inglês ainda vale. Me tiraram essa certeza da vida, junto com saber que Wishing Well é do Free, e não do Blackfoot.
* pedir demissão do mesmo lugar duas vezes e ver sua chefe pedir pra você ficar porque ela simplesmente GOSTA de você (além do seu trabalho, é claro) é bom pro ego, mas especialmente por mostrar que eu ainda acerto com pessoas.
* finalmente eu vi o R.E.M. ao vivo e, sem querer (ou não), foi melhor do que eu tinha imaginado quando tinha 17 anos. Vida cíclica, de novo, e esse "vi o R.E.M." é bem maior e mais importante do que parece, especialmente porque uma pergunta comendo hamburguer foi, ao mesmo tempo, de foder e de fazer ver mais claramente.
* o milagre dos torrents e do Last.fm tornaram quase impossível eu fazer outra lista dos discos mais relevantes do ano, e eu teria que citar muitas coisas. Como foi muito mais um ano de músicas do que de discos ou artistas, eu deixo 2008 como um ano rico em música, só isso.
* ter a mais clara sensação de que você faz mal pra alguém que você ama. Isso é algo por que ninguém deveria passar, mas é crucial em alguns casos, e ao mesmo tempo que machuca, te dá forças pra seguir em frente. Pena que a maioria dos homens não sabe "aproveitar" ou mesmo usa isso da forma mais cretina possível.
Estão me chamando na cozinha, e acho que já falei até demais. O resto vai ser na praia, eu vou ter tempo de sentir tudo isso mais tarde e, por que não?, chorar pra fazer com que tudo se vá mesmo. Quero mais é esse peso pra amanhã estar mais leve, e pronto. Que venha 2009, com tudo que ele tem pra me oferecer.
Feliz ano novo, e tudo de bom pra nós todos.