quarta-feira, 30 de abril de 2008

Lady Goodman

"Penny Lane is in my ears and in my eyes.
There beneath the blue suburban skies
I sit, and meanwhile back."
-- Penny Lane, dos eternos Beatles. Só que é uma rua.

* * *

Penny Lane
: I always tell the girls, never take it seriously, if ya never take it seriosuly, ya never get hurt, ya never get hurt, ya always have fun, and if you ever get lonely, just go to the record store and visit your friends.

William Miller
: I have to go home.
Penny Lane: You are home.

Por essas e outras que eu poderia ter me apaixonado por você. Mas eu só queria ser seu amigo, juro.



PS: pra alguns, o título é um spoiler.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Nossa Senhora do Desterro

"Memories fade
Like looking through a fogged mirror
Decisions too
Decisions are made
Decisions are made and not bought"
-- Kids, do Mgmt, foi definitivamente a música do fim de semana. Acabei de notar que mais do que eu imaginava.

* * *

Das mulheres de Florianópolis, não vou nem falar, porque é um despeito. Não, sério mesmo... eu sempre falei que BH é foda, mas Florianópolis me deixa de queixo caído, ainda que como sempre eu não faça nada. Fica até chato, porque eu até paro o que eu tô falando às vezes por conta do queixo que vai ao chão - sem virar a cabeça, por favor, que isso é grosseria.

Da Berdz - ou Juliana -, também não. Ficou um quê de triste quando eu subi no avião (obrigado, Gol!) porque me veio que foi a última vez que a visitei lá, e como eu dizia pro irmão dela, fiquei com uma sensação de ter aproveitado pouco os anos que ela passou por lá fazendo faculdade. Uma boa parte deles foi nos EUA. Na real, foi mais porque foi um dos últimos fins de semana que passamos juntos por um bom tempo. Sou mesmo um privilegiado por ter essa menina como minha amiga, e por ser uma das poucas pessoas (ao menos de Poços) que ouve ela falar tanto, sóbria ou bêbada.

Por isso, resolvi ir a um Top 5 sobre o fim de semana em terras catarinenses. Simples assim, até porque foi ela quem me emprestou o Alta Fidelidade dela, em 2004, justamente quando a visitei em Floripa e passamos por uma situação de ressaca bem parecida. hahaha

Não está em ordem.

1.
a amnésia geral que parece ter acometido os participantes do baile de formatura, de Design. Da metade pra frente, tudo que se consegue colher são fragmentos, pedaços, coisinhas... e geralmente algumas delas não fazem o MENOR sentido, incrível! Isso sem falar do meu celular, que até agora é uma coisa bastante indecifrável. Bastante mesmo.

2.
meu GPS é bom, mas bom pra caralho! Afinal de contas, como você acha uma casa muito longe com sono e meio bêbado, sem nunca ter ido lá? Fácil, eu consigo.

3.
"A Juliana não tá acostumada, né? E vodka é forte, tava de estômago vazio..."; "E depois o mau-caráter aqui sou eu"; "Eu fiz faculdade aqui, o que ela acha que eu fazia?" e a vontade do "Ih tia, não é a primeira vez, relaxa... a outra vez que eu vim foi igualzinho, mas ela dormiu menos e daí ficou pior. Foda mesmo foi ter saído daquele saco de dormir pra correr pro banheiro, e ela foi logo depois". Dispensa maiores comentários, mas pede requeijão e dá uma fome da porra.

4.
músicas, músicas e mais músicas. Especialmente essa aí em cima - quero ver não viciar -, Le Disko do Shiny Toy Guns - fiquei perplexo com ela no meio da balada - e o funk do Creu, a música que com certeza ia tocar na festa. Daí teve também uma valsa dançada como se deve na Europa com a professora ideal, uma outra valsa de última hora e, pra fechar, pulinhos à Angus Young que eu prefiro não acreditar que foram ouvindo Tihuana.

5.
a zona. Isso mesmo, um puteiro, boite, casa das "primas". Não pagar pra entrar, tomar uma Coca, ver um pole e dormir no chão, abraçadinhos. Levanta, sai, e dorme de novo, na calçada. Tudo isso de terno e longo, devidamente trajados para ambas as ocasiões. Pena que disso não tem foto, uma pena mesmo.

Afe, por que mesmo o fim de semana acabou? Que merda! Só faltou mesmo o Tobias lá. E as meninas deveriam se lembrar de um conselho muito sábio: ser quietinha não leva a nada.

E pensar que amanhã eu tenho que ir trabalhar...

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Ô, c******!

"Don't get me wrong
If I'm acting so distracted"

-- não é tão fácil assim, não. Don't Get Me Wrong, dos The Pretenders. A Chrissie Hynde tem um apartamento no Copam, sabia?

* * *

A Haddad me dizia que, por um dia só, ela queria ser alcóolatra, só pra ter aquela tremedeira e tudo mais, passar mal mesmo por não ter cachaça. Sentir na pele o que é perder o controle sobre a coisa, tomar um copo e não conseguir parar mais. Eu já tive vontade de ter outra coisa, por um dia só. Ou por alguns dias, alternados de preferência. A Síndrome de Tourette.

"Síndrome de Tourette é uma desordem neurológica ou neuroquímica caracterizada por tiques involuntários, reações rápidas, movimentos repentinos (espasmos) ou vocalizaçõesque ocorrem repetidamente da mesma maneira. (...) A cropalia enquandra aqueles indivíduos que, além de outros sintomas de Tourette, se vêem obrigados a repetir palavras obscenas e/ou insultos. Obviamente as conseqüências desse tipo de comportamento geralmente se traduzem em diferentes graus de desvantagens no âmbito social."

Quem já assistiu a "Gigolô Por Acidente" (Deuce Bigolow: Male Gigolow) deve se lembrar da loirinha do primeiro filme que não conseguia se controlar de soltar palavrões, até que ele a leva a um jogo de baseball, onde ela puxa a torcida junto com ela. Não que um jogo do Timão precise de alguém assim, porque nós já fazemos barulho o bastante, mas e na sala de aula, a vontade que não anda me dando de ter um ataque desses? Ah, se eu pudesse...

Mas não é de hoje que eu uso e abuso das minhas "vocalizações", não mesmo. Sempre gostei de falar palavrão, acho que um bem colocado numa frase é praticamente insubstituível, não importa o quanto minha mãe tente me convencer do contrário, ou minha chefe fique horrorizada quando eu pergunto algo como "Onde fica essa porra?" quando ela me fala de uma casa de aluno que fica, na boa, na casa do caralho. Pode não ser exatamente demonstração de finesse e elegância, mas é uma ótima válvula de escape, sem a menor sombra de dúvidas. Exemplo disso é que, com ou sem Síndrome, ver jogo pra mim é motivo pra desfilar palavras de baixo calão. E a Marina, amiga minha, escreveu um poema que diz exatamente o que eles significam pra mim, às vezes - nada, são palavras. Diz ela: "Que mal tão grande pode fazer/Se é sempre dito em vão?". Minha avó tentou me convencer de que era pecado, mas até que ela me mostre na Bíblia onde Jesus diz isso e faz sua listinha, eu vou continuar usando, quando possível.

Às vezes até mesmo acho que a Dercy é minha "ídala", porque ela é brincadeira. Dercy FUCKIN' ROCKS! E curiosamente a mesma avó me ensinou a relacionar o cu e as calças numa pergunta que minha mãe detesta.

Sem contar que nada, mas nada mesmo, substitui um "Caralho!" bem colocado. Deixando de lado a ambigüidade da frase, é verdade. Toda vez que me perguntam qual minha palavra favorita em português, vou direto nele: caralho. Não é 'saudade'? Caralho. Nem alguma coisa que só nós temos, que transmite um sentimento de blá blá blá? Não, é caralho. E não é porque eu sou um cara amargurado ou rancoroso (por mais que eu ande assim), mas é simplesmente porque é o tipo de palavra que substitui um monte de explicações e comentários, gestos e resume sentimentos. É mais ou menos como o "Fudeu", sabe? Bateu o carro, ou vê aquele gorila vindo pra cima de você com uma cara nada amigável porque você passou a mão na bunda da namorada dele. Estufa o peito, olha pra cima e solta... "Fudeu!". Vááááárias vezes passei por isso.

Eu falo assim até de comida, juro. Na mesa, me perguntam se eu quero alguma coisa um nome grotesco, que parece com o ranho de um monstro que saiu das obras do Tolkien. A resposta é a mesma, na lata: "Que bosta é essa?". A mãe de uma amiga minha ficava louca, mas não era por maldade... tudo bem, com ela era meio que piada, mas não falo isso pra denegrir, até porque falo assim da minha própria comida, numa boa. No caso do frango na cerveja, era a mais pura verdade, mas falo de boa mesmo. E como com gosto, sem ficar com "nojinho" porque falei uma dessas, quem me conhece sabe.

Por hora, enquanto não descolo um atestado falso do Tourette, vou ter que dar um jeito de manter a postura e dar sorrisos no social. E até controlar um pouco, porque ultimamente eu ando falando o dobro de palavrões, até mesmo a tal palavra que eu não falo, mas que algumas pessoas já ouviram (né, Batotis?). Se alguém souber como eu consigo, me avisa, por favor, pra eu poder chegar no trampo e justificar porque mandei um aluno pra puta que pariu ou perguntei se ele não queria ir tomar no cu e parar de me encher o saco. Só isso que eu peço. É demais?

terça-feira, 15 de abril de 2008

Madrigal nada engraçadinho

"Angel you sing about beautiful things
And all I want to do is believe"
-- Angel, de Matt Nathanson

* * *

A escolha quase mais estúpida talez que eu devo ter feito até hoje na minha vida, inclusive o tanto de coisinha estranha e depois bonitinha que me dizem quando eu tinha vinte e três e depois vinte e quatro anos, não tem nome.

sábado, 5 de abril de 2008

Pegou, hã hã?

"As weak we move, I'll feed you light, baby
May our bodies remain
Oh yeah in history, I'll treat you right, baby
I'm honest that way, hey"

-- Public Pervert, do sempre bom Interpol


* * *


Tem gente que morre de vergonha quando pensa em sacanagem, ou mesmo solta uns palavrões. Piada de duplo sentido, então, nem pensar, menina atrevida! E o pior é que quando a gente faz uma perto dessa pessoa, todo mundo ri e ela fica lá com aquela cara de "não entendi", até que alguém tenha que explicar a piada, e daí fica muito chato, perde completamente a graça.

Eu tenho a mente suja, e não nego isso. Bem diferente do cara de 18 anos que ficava roxo porque uma menina falava que tava de moicano e olhava pra baixo, pra si mesmo. Lá pra você-sabe-onde. Claro que na época tive um grande "mestre", um teacher que era literalmente o dobro do que é hoje, ainda que seu tamanho pra mim nunca tenha diminuído. Penso em besteira a cada 5 minutos, e consigo ver um lado sujo em coisas ditas o mais inocentemente possível. Só saí, aliás, da comunidade disso do orkut por conta dos meus alunos... ou não? Nem lembro. Enfim, o lance é que eu fico com piadas na boca, penso pelo menos no dobro das que eu falo, e a coisa é meio incontrolável. E nem sempre tem a ver com sexo, mas como resistir pedir pra ver a palma da mão quando a pessoa fala que tá com o joelho doendo? E quando falam "a gente mora em quatro"?

O foda (oh!, palavrão!) é que tem horas que a coisa passa do limite. Daí, mesmo qualquer coisa tipo "introdução" ou mesmo a frase "vou sentar um pouco" te fazem pensar em coisa feia. Claro que isso é em dias de Homem-Aranha (leia-se "subindo pelas paredes"), ou da pá virada, ou quando rola bebida no meio, ainda que algumas pessoas não sofram desse mal etílico. Mas nada pior pra ativar seu lado sacana do que uma pessoa, fato. No meu caso algumas, e isso não é necessariamente ligado ao fato de que vocês (a gente?) já se pegaram, mas simplesmente acontece. Uma das pessoas, no meu caso, supera qualquer limite, porque QUALQUER conversa passa a ter um quê de sacanagem, por mais boba que ela seja... é uma coisa incrível! Semana passada, tomando café da manhã, acontecia de ser um comentário > um olhar > uma risadinha e pronto! Já tinha besteira no meio (ui!). Sempre foi assim, e desconfio que desde ano passado meu nível de besteiras subiu, e bastante.

E qual o problema nisso? Te digo, chega ae.

Nenhum.

Absolutamente nenhum. Todo mundo é feito de carne e osso, e eu sempre fui da turma dos que acha que se tá a fim tem mais é que fazer mesmo, e pensar não mata ninguém. Tudo bem que na Igreja a gente fala que pecou por "pensamentos e palavras, atos e omissões", mas pensar em besteira não é nada de mais; não sou católico tão fervoroso assim. Ainda assim, minha mente funciona a mil, e eu sou pervetido nesse sentido, não no de tentar coisas bizarras demais. Quando alguém, aliás, me chama disso por conta das piadinhas maliciosas e das besteiras que eu penso, meio que levo a coisa como um elogio, especialmente pelo fato de que eu não tenho vergonha de admitir a coisa. Óbvio que não é com qualquer pessoa, por favor.

Vamos fazer um teste pra medir o seu nível de "perversão"? Vou postar uma foto aqui, que graças ao Tobias - suíço muito gente boa e que pensa tanta besteira quanto eu - existe. Na real, a gente nem viu na hora, mas foi olhar no computador pra - pimba! - batermos o olho e darmos risada. Diz aí, o que você vê de mais nessa foto?


Pode deixar postado aqui o que você pensou, e depois eu posto a resposta. Se você não conseguir ver nada, mas nada mesmo... que tristeza, credo. Daí só falta falar que nem na música do Interpol você conseguiu pegar um duplo sentido.

Fato é que se o sujeito não consegue pegar essas coisas, não tem jeito. Nenhuma porra vai fazer milagre, até porque é uma dureza essa situação. Não muda, nem fodendo. Aproveito e faço um pedido: tem umas frutas na foto. Pica pra mim, por favor?

* * *

Toby, what can you see in that picture? It's for you, dude! hahahaha