segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

orkut

Faço aqui uma listinha de 10 coisas que meu orkut dizia sobre mim através de algumas comunidades que deletei recentemente. É vero que aquilo perdeu um tanto da graça pra mim, apensar de ter me rendido bons frutos. Bora lá?

(não faz sentido, e não tem ordem)

1. Engenheiros de Lego
Juro que quando era criança pensei até em fazer engenharia, por gostar de carros e pelo Lego. Fiz Letras e hoje sou professor, apaixonado por literatura.

2. Meu porteiro é meu fã
Acredite, eles me acobertam e até mentem pra mim, se preciso. Eu dou comida pra eles, gravo CD e até já levei cachaça pra um deles, sentei e bebi junto.

3. Eu me perco, mas eu chego...
Incrível a minha "burrice rodoviária". Fora vez ou outra, tô pra ver quem se perde mais do que eu dirigindo e acaba achando caminhos ótimos, ainda que na primeira vez isso me custe chegar no horário.

4. [indie e brit rock]
Que sou louco por música não é nenhuma novidade, mas esses estilos são bons demais. Só que hoje não sei se ainda é O estilo pra mim.

5. Bêbados, cantamos sertanejo
Galopeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeiraaaaaaaaaaa! Dispensa comentários. Praticamente um Xororó, que tem um fôlego do cão. Ele, não eu, claro.

6. Mentos, Pringles, capuccino e Dadinho
Sou louco, louco, louco (ou seja, trilouco) por eles. Cachorro quente, sushi e pão de queijo ainda merecem lugar de destaque.

7. Mulher de boné é frentista
Dá vontade mesmo de chegar e pedir pra encher o tanque, especialmente na balada. Se tem sol e vai correr, ou na praia, tudo bem. Mas na rua, de bobeira, não dá.

8. Peace & Pacisfism
Ainda que eu me estresse às vezes, o Homem-Aranha me ensimou uma coisa valiosíssima: a violência é o refúgio dos incopetentes. Isso antes de esmurrar alguém.

9. Amo tempo frio
Não adianta, não consigo gostar de calorão, sol e praia. Meu negócio é mais um friozinho, coberta, filme no sofá... além disso, imagina que gostoso dormir junto com alguém e os dois suando, se empurrando porque encostar só piora a coisa? Fora que o alfato alheio agradece.

10. Sonhos malucos, e com detalhes
Já sonhei com amigos rolando ladeira abaixo pelados, com o Mickey gay e correndo atrás do Sadam, a Minnie dava em cima de mim, minha mãe morreu 3 vezes no mesmo sonho, vivo caindo neles, vestidos verdes e pessoas bêbadas... e ultimamente sonhos que me fazem acordar chorando.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Ano Letivo

Já disse Fernando Pessoa:

"Sou o intervalo entre o meu desejo e aquilo que os desejos dos outros fizeram de mim. Frequentemente as escolas esmagam os desejos das crianças com os desejos dos outros que lhes são impostos. O programa da escola, aquela série de saberes que as professoras tentam ensinar, representa os desejos de um outro, que não a criança. Talvez um burocrata que pouco entende dos desejos das crianças. É preciso que as escolas ensinem as crianças a tomar consciência dos seus sonhos!"

A escolas a ponto de voltar, recomeçam as discussões, e as boas intenções e esperanças afloram. Parece que dessa vez vai, sempre.

Seja o que Deus quiser.

domingo, 13 de janeiro de 2008

"Ilhas Desconhecidas"

Qualquer um que goste de viajar vai gostar do texto, bastante relevante. Pra mim, pra você, pra todo mundo - e se for mochileiro, ainda que em espírito, mais ainda. Pra CouchSurfers também.

E me dá uma vontade desgraçada...

* * *

CONTARDO CALLIGARIS - 29/11/2007

Ilhas desconhecidas
O amor e a viagem nos fazem descobrir que há algo, em nós, que não conhecíamos até então

QUANDO ERA criança, um senhor canadense, Mr. Evans, foi contratado por meus pais para "treinar" meu inglês. O método de Mr. Evans consistia em narrar grandes eventos da História (com H maiúsculo) como se ele tivesse sido uma testemunha ocular. Conseqüência: há detalhes íntimos de várias cenas famosas que não sei mais se são fatos ou fantasias de Mr. Evans.Uma fonte de inspiração de Mr. Evans era a expedição de Lewis e Clark, que, entre 1804 e 1806, abriu o caminho do Oeste americano. Segundo Mr. Evans, em 7 de abril de 1805, deixando Fort Mandan para se aventurar no território desconhecido das grandes planícies, Lewis, pensativo, teria dito a George Gibson (o melhor atirador da expedição): "New land, George" (uma nova terra, George). Nunca pude confirmar a veracidade da dita conversa. Mas essa frase, aparentemente trivial, foi incorporada no meu léxico familiar. A cada vez que, numa viagem de férias, saíamos do país, meu irmão e eu não parávamos de repetir: "New land, George". Ainda hoje, quando chego num lugar desconhecido, penso em Lewis e Gibson. Mais tarde, meu irmão e eu passamos a usar a mesma expressão quando - numa festa, por exemplo - avistávamos mulheres que despertavam nosso interesse. Um dos dois, invariavelmente, levantava a mão espalmada, como se quisesse proteger os olhos do sol, e dizia: "New land, George". Na literatura, não é raro que um corpo amado e desejado seja comparado à paisagem de terras incógnitas. John Donne, num de seus mais lindos poemas (do século 17), chamou sua amada de "minha América, minha terra recém-descoberta". De fato, há mesmo uma relação entre o amor e a verdadeira viagem. Vamos ver qual. De vez em quando, tenho vontade de viajar. O que chamo de viajar não tem muito a ver com viagens de férias. Tampouco significa necessariamente desbravar terras virgens. Encontrei a melhor definição do que é viajar numa maravilhosa e breve fábula de José Saramago, que acaba de ser publicada, "O Conto da Ilha Desconhecida" (Companhia das Letras). O protagonista explica assim seu desejo: "Quero encontrar a ilha desconhecida. Quero saber quem eu sou quando nela estiver". Viajar é isto: deslocar-se para um lugar onde possamos descobrir que há, em nós, algo que não conhecíamos até então. Sem estragar o prazer dos leitores, só direi que, no fim da fábula de Saramago, talvez o protagonista não encontre sua ilha, mas ele encontra uma mulher. A moral da história é incerta, entre duas leituras opostas. Primeira leitura: quem casa não viaja (a não ser de férias); casar-se é desistir de viajar. É o que pensam, com freqüência, homens e mulheres casados. E é também o que os leva, às vezes, a se separarem. Quando achamos que o outro nos impede de viajar, ou seja, que ele nos priva da aventura de descobrir o que poderia haver de diferente em nós, o casal se torna nosso inimigo. Claro, na maioria dos casos, acusamos o casal de uma inércia que é só nossa. Exemplo: anos atrás, na França, um amigo se interessava pelas pessoas que desaparecem sem razão aparente e refazem sua vida alhures, sob outro nome, como se tivessem sido vítimas de uma amnésia repentina. Em todos os casos em que meu amigo conseguira entrevistar esses "desaparecidos", os mesmos constatavam que, depois de seu sumiço, em poucos anos, eles tinham reconstruído uma situação de vida parecida com aquela que tinha motivado sua fuga. Segunda leitura: o protagonista descobre que a mulher ao seu lado é a própria ilha desconhecida que ele procurava e que a verdadeira viagem é o encontro com um outro amado. Faz todo sentido, pois o amor e a viagem, em princípio, têm isto em comum: ambos nos fazem descobrir em nós algo que não estava lá antes. O outro amado nos transforma. Tanto quanto a chegada numa terra incógnita, ele nos revela algo inesperado em nós. Por isso, aliás, o viajante e o amante podem esbarrar em problemas análogos: às vezes, ao sermos transformados pela viagem ou pelo amor, não gostamos do que encontramos, não gostamos dos efeitos em nós do amor ou da viagem. Essa é, em geral, a única razão séria para se separar ou para voltar da viagem. Moral dessa coluna (e talvez da fábula de Saramago): os outros não são nenhum inferno, são uma viagem. Agora, para amar, como para viajar, é preciso ter determinação e coragem.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Ano Novo ...

... velhas histórias. Mas, esse ano, eu me peguei fazendo daquelas "retrospectivas" do ano e cheguei a uma conclusão: 2007 foi um ano difícil. Bom, claro, mas foi difícil. Aliás, quando não o é?

Mas, ao invés de escrever um monte de coisas sobre o que passou, pensei em duas listinhas - uma delas é um Top 5, claro.

* Certezas Tiradas da Vida *

1. 'muSSarela' está errado. É 'muÇarela'
2. "Come On Feel The Noise" não é do Slade, mas sim do Quiet Riot
3. a banda INXS não se pronuncia com o /i/ de "I go to school", mas sim com o /i/ de "in", e a idéia é "in excess"

* Top 5 - Discos Mais Legais de 2007 *
(não que eles tenham sido gravados no ano)

1. Ryan Adams - Gold
2. The Killers - Sam's Town
3. Pearl Jam - Pearl Jam
4. Wolfmother - Wolfmother
5. Bidê ou Balde - Se Sexo É o que Importa, Só o Rock É Sobre o Amor

Agora, algumas pessoas sempre vêm com aquelas coisas de resoluções de ano novo, mas eu percebi ano passado que o lance é pensar em poucas coisas e fazíveis, de verdade. Nada de "emprego novo" ou "arrumar namorada". No ano que passou, consegui fazer 2 das 3 promessas que me fiz - em 1 delas, falhei miseravelmente, e pro bem. Isso incluiu nunca mais choramingar por não ter visto o Pearl Jam, da forma mais direta, mas nem por isso simples: fui à Europa e os vi, chorei e cantei.

Pra 2008? Só tenho umas 2 coisas em mente, e provavelmente vou pensar numa terceira, mas essa pode esperar, e ela virá, ou não. Se forem 2 e eu conseguir, tá ótimo, porque são coisas importantes. É bom a gente saber sempre onde pisa, e se PODE pisar lá. Eu acho que sim, mas vamos ver.

De resto? Um ótimo ano pra nós todos, sempre melhor ou pelo menos igual ao que passou. Se der, um pouco mais fácil. A vida não o é, mas eu não reclamaria.


PS: vale ressaltar que o disco Make Some Noise, aquele da Anistia Internacional por Darfur, merece lugar de destaque. Nunca o ouvi, mas o filho da puta travou meu SoulSeek e acabou com a alegria da criançada.