sábado, 16 de junho de 2007

"Hello, stranger"

Quem muitas vezes já não se deparou pensando demais em alguém que nem conhece? Se empolgando por ouvir aquele barulho do MSN quando o contato entra, e você nunca viu o sujeito na vida? Ou fazendo planos, uns mais longe que os outros, com pessoas que nem mesmo entraram de fato em nossas vidas, mas que estão ali, esperando a chance de dar um "oi"? Em outras palavras: quem nunca se interessou, de uma forma ou de outra, por estranhos?

Claro que, quando encontramos alguém pela primeira vez, seja na balada, seja na casa de algum conhecido, esse alguém é, de fato, um(a) estranho(a). Mas, apesar disso, muitas vezes você vê de longe, fica de olho e se sente interessado. Regras da atração, normal, e o mais legal é quando a pessoa olha de volta, fica de olho... daí você vai conversar, com um xaveco melhor do que o do chocolate, mas ouve um "Você tava me olhando, perdeu alguma coisa?" com um tom claramente não-amigável. Toco! Mas eu falo de, por exemplo, MSN ou orkut, por mais que alguns achem que essas coisas são de nerd ou algo menos educado. Deus me livre de conhecer alguém pela internet!

Mas não precisa ser nesse ponto. Amigos, por exemplo. Às portas de uma viagem, conversando com pessoas de outros países, que falam outras línguas, por e-mail ou por MSN, como explicar aquele formigamento e animação só de ver que o cara mandou um e-mail legal, ou mesmo que entrou no MSN? E o papo flui como se fossem velhos amigos, segredos compartilhados, besteiras são ditas, risadas dadas e, principalmente, planos traçados (e até casamento vale nisso, se o padrinho deixar, é claro). De repente, você se pega andando na rua e pensando que o Fulano gostaria daquilo, ou mesmo que você morreria pra levar a Cicrana a tal lugar, numa convicção de quem tem anos de amizade; dá até vontade de ligar na hora, e nesses momentos eu olho pra cima e dou graças aos céus pelo SMS. Obrigado, Senhor! Minha conta agradece.

E qual o problema com isso? Nenhum, nem mesmo se o caso for de passar horas na frente do PC só porque aquela pessoa pode entrar, ou correr pra ver os e-mails seja a hora ou o lugar que for, numa ânsia infantil. E tá interessado(a) mesmo? Ótimo, não se reprima, deixe a coisa sair. Numas dessas, mesmo que não aconteça a paixão (como diriam Leandro & Leonardo), uma amizade muito bacana pode sair dali. E pro inferno com quem tem preconceito contra esse tipo de coisa, como eu já disse. O mundo muda, e pra que negar o que o bendito digital hoje é parte da nossa vida?

Pior, eu diria, é poder cantar algo como em "We Might As Well Be Strangers", do Keane. Esse tipo de estranho, sim, deve ser evitado a todos os custos:

"I don't know your thoughts these days
We're strangers in, an empty space
I don't understand your heart
It's easier, to be apart"

Me chame de sonhador, ou romântico (e, por favor, não vá ver isso como um apaixonado, vai), mas eu gosto mais da minha concepção da coisa toda. Não vejo pessoas como estranhos, ou estranhas. São amigos e amigas que ainda não tive o prazer de encontrar. E se você concorda não se iniba de dizer, com um sorriso sincero, um sonoro "Hello, stranger". Pode operar pequenos e verdadeiros milagres, como já pude viver.

5 comentários:

Unknown disse...

Hallo Stranger!!
Esses dias me peguei pensando num desses amigos virtuais da vida... foi muito bacana ler isso aqui hoje, e ver que não sou a única maluca a viajar antes de dormir, pensando na conversa do msn, na sms ou no email...
as vezes até é mais fácil conversar com esses ilustres "estranhos" que de uma maneira ou de outra (é chato ser sempre convencional) entram nas nossas vidas...
grande beijo, ótima semana!

Unknown disse...

Não seja por isso...

"Hello Stranger"

Concordo com vc... principalmente quanto a parte de já sermos amigos mesmo sem nos conhecer.
Isso é muito afrodisíaco!

Sara Rodrigues disse...

HELLOOOO STRAAANGEEER! :D

Que bom que é quando alguém consegue expressar tão bem por palavras aquilo em que já pensámos tantas vezes mas, por algum motivo, não soubemos partilhar!

E que bom que é saber que do outro lado do oceano está um estranho, que afinal já não é estranho... porque se transformou num amigo que estou prestes a encontrar!

É, e afinal... o que é isso de ser "um estranho"? Tantas vezes agimos dessa forma com aqueles que nos são mais próximos... e nos aproximamos de quem está longe como não imaginámos ser possível.

Pois é, cada vez acredito mais nos sentimentos que nascem e existem sem contexto ou barreiras, e que vão muito para além do encontro e das circunstâncias.

Sim, vou ter saudades destes tempos de desconhecido, expectativa e curiosidade... Mas ao mesmo tempo, o entusiasmo do primeiro "Olá" mistura-se com a serenidade e confiança de uma velha amizade e torna tudo isto ainda mais especial!

Parabéns pelo blog! É sempre um prazer ler o que escreves. E, sem dúvida, desta vez tinha mesmo que comentar! :)

Só me resta dizer... Até breve, Sweet-Stranger-Paulinho! ;)

Beijos,
Sara

Sandro Livio Segnini disse...

Enquanto o outro ainda é um estranho tudo bem. Quando as pessoas se conhecem DE VERDADE é que o bicho pega.

Assim disse a Neneta.

Unknown disse...

Just a small town girl, livin' in a lonely world
She took the midnight train goin' anywhere
Just a city boy, born and raised in south Detroit
He took the midnight train goin' anywhere

A singer in a smokey room
A smell of wine and cheap perfume
For a smile they can share the night
It goes on and on and on and on

Strangers waiting, up and down the boulevard
Their shadows searching in the night
Streetlights people, living just to find emotion
Hiding, somewhere in the night

Working hard to get my fill,
everybody wants a thrill
Payin' anything to roll the dice,
just one more time
Some will win, some will lose
Some were born to sing the blues
Oh, the movie never ends
It goes on and on and on and on