sexta-feira, 29 de junho de 2007

Enquanto isso, em Bruxelas...

Festas de faculdade são a mesma coisa em qualquer lugar, mas por aqui os copos de cerveja saem voando e frequentemente acertam alguns coitados mais desavisados. Não que isso importe muito, mas acertam. E a gente entra na onda, arremessa e toma umas, na boca mesmo ou na cachola. Outra coisa é você descobrir que suas habilidades com o francês ficam incrivelmente melhores depois de beber, e mesmo o tal de beijo com que os homens se saudam aqui vira uma coisa normal.

Um sofá pequeno pode ser um problema, mas se tem um chão do lado as coisas se resolvem.

Algo em torno de 1000 tipos de cerveja no bar levam a escolhas mais complicadas do que a cueca com que você vai passar o dia. E sem a bendita uruguaia no fim, ressaca se torna uma coisa de outros carnavais, literalmente.

Muito mais do que cerveja, o Reino Unido funciona como um verdadeiro embelezador de mulheres, e imagino que, da mesma forma, de homens. Gosh!

E agora chegou a hora de ser feliz. 70 dias ficaram pra trás.

sábado, 16 de junho de 2007

"Hello, stranger"

Quem muitas vezes já não se deparou pensando demais em alguém que nem conhece? Se empolgando por ouvir aquele barulho do MSN quando o contato entra, e você nunca viu o sujeito na vida? Ou fazendo planos, uns mais longe que os outros, com pessoas que nem mesmo entraram de fato em nossas vidas, mas que estão ali, esperando a chance de dar um "oi"? Em outras palavras: quem nunca se interessou, de uma forma ou de outra, por estranhos?

Claro que, quando encontramos alguém pela primeira vez, seja na balada, seja na casa de algum conhecido, esse alguém é, de fato, um(a) estranho(a). Mas, apesar disso, muitas vezes você vê de longe, fica de olho e se sente interessado. Regras da atração, normal, e o mais legal é quando a pessoa olha de volta, fica de olho... daí você vai conversar, com um xaveco melhor do que o do chocolate, mas ouve um "Você tava me olhando, perdeu alguma coisa?" com um tom claramente não-amigável. Toco! Mas eu falo de, por exemplo, MSN ou orkut, por mais que alguns achem que essas coisas são de nerd ou algo menos educado. Deus me livre de conhecer alguém pela internet!

Mas não precisa ser nesse ponto. Amigos, por exemplo. Às portas de uma viagem, conversando com pessoas de outros países, que falam outras línguas, por e-mail ou por MSN, como explicar aquele formigamento e animação só de ver que o cara mandou um e-mail legal, ou mesmo que entrou no MSN? E o papo flui como se fossem velhos amigos, segredos compartilhados, besteiras são ditas, risadas dadas e, principalmente, planos traçados (e até casamento vale nisso, se o padrinho deixar, é claro). De repente, você se pega andando na rua e pensando que o Fulano gostaria daquilo, ou mesmo que você morreria pra levar a Cicrana a tal lugar, numa convicção de quem tem anos de amizade; dá até vontade de ligar na hora, e nesses momentos eu olho pra cima e dou graças aos céus pelo SMS. Obrigado, Senhor! Minha conta agradece.

E qual o problema com isso? Nenhum, nem mesmo se o caso for de passar horas na frente do PC só porque aquela pessoa pode entrar, ou correr pra ver os e-mails seja a hora ou o lugar que for, numa ânsia infantil. E tá interessado(a) mesmo? Ótimo, não se reprima, deixe a coisa sair. Numas dessas, mesmo que não aconteça a paixão (como diriam Leandro & Leonardo), uma amizade muito bacana pode sair dali. E pro inferno com quem tem preconceito contra esse tipo de coisa, como eu já disse. O mundo muda, e pra que negar o que o bendito digital hoje é parte da nossa vida?

Pior, eu diria, é poder cantar algo como em "We Might As Well Be Strangers", do Keane. Esse tipo de estranho, sim, deve ser evitado a todos os custos:

"I don't know your thoughts these days
We're strangers in, an empty space
I don't understand your heart
It's easier, to be apart"

Me chame de sonhador, ou romântico (e, por favor, não vá ver isso como um apaixonado, vai), mas eu gosto mais da minha concepção da coisa toda. Não vejo pessoas como estranhos, ou estranhas. São amigos e amigas que ainda não tive o prazer de encontrar. E se você concorda não se iniba de dizer, com um sorriso sincero, um sonoro "Hello, stranger". Pode operar pequenos e verdadeiros milagres, como já pude viver.

domingo, 10 de junho de 2007

Pérolas

Coisas que se diz por aí que não dá pra acreditar.

(no mesmo bar da outra)
- Oi.
- Oi.
- Sabe que você é um doce?
- Ah é?
- É... e se você for tão doce por dentro quanto é por fora, se for esse verdadeiro docinho de côco, então você é um prestígio. Mas se, por outro lado, você for uma menina meiga, praticamente um caldinho doce por dentro, então é uma sensação. Já eu posso nem ser tão bonito, mas posso te garantir que se você provar de um beijo meu, vai querer bis.
- *risos*

(e não é que cola?)

domingo, 3 de junho de 2007

Papo de salão

Por que será que algumas pessoas têm tantos "problemas" em aceitar que nós, homens e mulheres, podemos gostar tanto uns dos outros sem qualquer sugestão, indicação, inclinação ou qualquer coisa que seja sexual? Esses dias ainda conversava sobre isso, mas num sentido mais amplo, e tenho uns dois ou três casos que são mais fixos no papo todo, porque muita gente duvida que a empatia foi tão grande, e ficou nisso mesmo. Como assim? Não rolou nada? Ah, claro... e eu sou o bozo.

Chega a ser bem chato isso, ainda mais quando você é homem e faz um curso como Letras: sala de 63 pessoas, 7 homens, e pelo menos dois deles poderiam ser pais da maior parte dos alunos. Acaba que a gente conhece mais mulher, e daí tem que aguentar esse tipo de coisa o tempo todo. Dar aula de inglês não ajuda, e ainda de quebra vem a fama de viado de carona (se bem que essa ainda gera situações engraçadas). Letras e inglês? Meio caminho andado, e se tiver mais amigas mulheres... opa, esse aí belisca o azuleijo. Certeza.

Mas, é claro, existe outra opção: ser o pegador. Ter feito rapa no orkut e todas as mensagens terem algum tipo de duplo sentido, e na faculdade rodar por todas as línguas (hã? hã?). Daí você fala que não tem nada, mas qualquer abraço dado ou mesmo uma brincadeira boba dá margem a todo tipo de comentário e "achismo". Porque homens e mulheres não podem ser simplesmente amigos. Amigo de mulher é cabelereiro. Às vezes me vem que isso é bastante fruto de uma maldita postura de uma grande parte dos homens, que não conseguem simplesmente deixar de pensarem com a cabeça de baixo (você tem toda a razão, Roger: somos monstros de duas cabeças) e ser legal sem querer nada em troca. E homem "pegador" tem por aí a rodo, sendo que ele é gostosão; a mulher é vagabunda, galinha ou o que for.

Por outro lado, existe o famoso PA, ou fuck buddy, se você quiser ser mais fino(a). Algumas pessoas levam isso numa boa, mas fazer disso uma regra é demais. E o pior é que não são só os homens que acham isso de amizade, porque tem muita mulher que se recusa a acreditar diante de todas as evidências. Culpa nossa, ou do nosso mundinho tão sensual e apelativo, da supervalorização de sexo (ah, Franz Ferdinand...) ou mesmo da carência de amigos e pessoas pra nos ouvir pela qual passamos todos. Há gente que separa bem e sabe das incidências, mas outros acham que falar um "oi" mais animado é um "vem cá que eu quero te comer", e tomar um café é meio caminho andado pro motel.

Que dizer então do CouchSurfing, pra quem conhece? Ou do HC, que seja. Que só tem a perder quem não sabe separar uma coisa da outra, ou não acredita nesse tipo de amizade sincera.
Et on se trouve plus tard, Mélanie! =)