"You know I can't have another
Turn it on
I can't stop thinking of you
Turn it on
If I can't have you then nobody can
Yeah Yeah Yeah
Yeah Yeah Yeah"
-- no fundo, Turn It On é o Franz Ferdinand romântico. Juro!
* * *
Tomar banho, se secar e se jogar na cama, bagunçada ou arrumada, entrando embaixo dos lençóis ou cobertores, e ficar lá, curtindo. Parece que tá tudo mais macio, e você meio que desliza, não tem atrito.
Chegar em casa e ver que tem carta, correr pra sacada e sentar pra ler, rindo com o que tá escrito, ficando feliz pela outra pessoa, chorando mesmo que seja de saudade, tendo aquele ímpeto de escrever de volta, que pode demorar mais do que se imagina pra voltar.
Comprar um disco novo de uma banda de que você gosta muito, em loja mesmo, especialmente na Galeria. Chegar em casa e, como uma criança, colocar pra tocar como se fosse um brinquedo novo, e ficar lá ouvindo, uma música por uma, com o encarte na mão, vendo as fotos ou acompanhando as letras, e se surpreendendo.
Matar aula com alguém de vez em quando, sentado na porta da faculdade, sem cerveja, sem cigarro, sem comida. Só sentar pra conversar, bater um bom papo, dar risada, e olhar pro prédio pensando que era pra você estar lá dentro, enfurnado numa sala. Melhor ainda se for uma aula mais complicada, porque você sente ainda mais o gostinho de relaxar um pouco da seriedade da vida.
Fazer bolo à moda antiga, com receita daquele livro que é da sua mãe e que ela copiou da sua avó, só pra poder comer o que sobrou da massa, já com o Pó Royal, raspando a tigela com a colher e com os dedos. Depois, vem aquele cheiro gostoso de bolo quente no forno, e o comer em si parece ser a parte mais sem graça.
Deixar bilhetes à post-it em cima da mesa pra alguém, dando bom dia, agradecendo por um prato de comida que foi deixado em cima da mesa à noite, desejando boa sorte em algo específico ou simplesmente mostrando como você é grato por aquela pessoa simplesmente existir e fazer parte da sua vida. Tudo acompanhado de um devido smiley, por mais simples que seja.
Fazer chá ou chocolate quente e sentar, enrolado no coberto, pra beber com uma vista à frente, e só ficar lá, sem fazer nada, admirando a paisagem e pensando na vida, que é bem menos complicada do que a gente faz ser.
Comprar um livro na Livraria Cultura mais pro fim da tarde, qualquer um que seja, andar até o MASP e sentar no vão pra ler, até ficar tão escuro que você não consegue mais. Sem celular, sem relógio.
Pegar papel e brincar de fazer origami (e quem sabe finalmente acertar aquele que você nunca conseguiu na aula de artes) ou escrever coisas a esmo, sem muito sentido ou obrigação, ou mesmo destinatário. Escrever pra si mesmo, e depois reler.
Correr atrás de uma criança, jogá-la no ar, fazer pum de barriga, se jogar no chão. E tudo só pra conseguir uma risada, que é a mais gostosa do mundo.
Pena que a gente se priva de tanta coisa, e sempre parece ter uma desculpa muito plausível pra isso.
Turn it on
I can't stop thinking of you
Turn it on
If I can't have you then nobody can
Yeah Yeah Yeah
Yeah Yeah Yeah"
-- no fundo, Turn It On é o Franz Ferdinand romântico. Juro!
* * *
Tomar banho, se secar e se jogar na cama, bagunçada ou arrumada, entrando embaixo dos lençóis ou cobertores, e ficar lá, curtindo. Parece que tá tudo mais macio, e você meio que desliza, não tem atrito.
Chegar em casa e ver que tem carta, correr pra sacada e sentar pra ler, rindo com o que tá escrito, ficando feliz pela outra pessoa, chorando mesmo que seja de saudade, tendo aquele ímpeto de escrever de volta, que pode demorar mais do que se imagina pra voltar.
Comprar um disco novo de uma banda de que você gosta muito, em loja mesmo, especialmente na Galeria. Chegar em casa e, como uma criança, colocar pra tocar como se fosse um brinquedo novo, e ficar lá ouvindo, uma música por uma, com o encarte na mão, vendo as fotos ou acompanhando as letras, e se surpreendendo.
Matar aula com alguém de vez em quando, sentado na porta da faculdade, sem cerveja, sem cigarro, sem comida. Só sentar pra conversar, bater um bom papo, dar risada, e olhar pro prédio pensando que era pra você estar lá dentro, enfurnado numa sala. Melhor ainda se for uma aula mais complicada, porque você sente ainda mais o gostinho de relaxar um pouco da seriedade da vida.
Fazer bolo à moda antiga, com receita daquele livro que é da sua mãe e que ela copiou da sua avó, só pra poder comer o que sobrou da massa, já com o Pó Royal, raspando a tigela com a colher e com os dedos. Depois, vem aquele cheiro gostoso de bolo quente no forno, e o comer em si parece ser a parte mais sem graça.
Deixar bilhetes à post-it em cima da mesa pra alguém, dando bom dia, agradecendo por um prato de comida que foi deixado em cima da mesa à noite, desejando boa sorte em algo específico ou simplesmente mostrando como você é grato por aquela pessoa simplesmente existir e fazer parte da sua vida. Tudo acompanhado de um devido smiley, por mais simples que seja.
Fazer chá ou chocolate quente e sentar, enrolado no coberto, pra beber com uma vista à frente, e só ficar lá, sem fazer nada, admirando a paisagem e pensando na vida, que é bem menos complicada do que a gente faz ser.
Comprar um livro na Livraria Cultura mais pro fim da tarde, qualquer um que seja, andar até o MASP e sentar no vão pra ler, até ficar tão escuro que você não consegue mais. Sem celular, sem relógio.
Pegar papel e brincar de fazer origami (e quem sabe finalmente acertar aquele que você nunca conseguiu na aula de artes) ou escrever coisas a esmo, sem muito sentido ou obrigação, ou mesmo destinatário. Escrever pra si mesmo, e depois reler.
Correr atrás de uma criança, jogá-la no ar, fazer pum de barriga, se jogar no chão. E tudo só pra conseguir uma risada, que é a mais gostosa do mundo.
Pena que a gente se priva de tanta coisa, e sempre parece ter uma desculpa muito plausível pra isso.