"And it's a rock 'n' roll damnation
Ma's own whippin' boy
Rock 'n' roll damnation
Take your chance while you still got the choice"
-- Rock n' Roll Damnation, do grande AC/DC, e hoje eu tive a escolha.
* * *
Foram 4 horas e pouco em pé na fila, sem almoço, sem canapés ou aquela cervejinha gelada que a tal "taxa de conveniência" deveria dar, cabeça na prova e o tempo pra estudar que só ia ficando menor, mas valeu a pena. Sim, o AC/DC, dia 27 de novembro, e ele não vai ser outro Motörhead.
Mas o curioso foi pensar, inspirado por uma cena real que uma amiga presenciou, na possibilidade do seguinte diálogo:
(sujeito de meia idade, casado, em casa, se arrumando pra sair no dia que tirou de folga, intencionalmente)
- Amor, tô indo lá comprar meu ingresso pro AC/DC. Tem certeza que não quer ir?
- Ai, credo! Você tá doido? A gente devia é ir ver show de bossa nova, é mais calmo, isso é que é música. E quanto tá?
- Você sabe que bossa nova não é minha praia. Eu sou fã de AC/DC, e nunca tive a chance de vê-los ao vivo. Sonho de moleque, sabe? E a pista tá R$ 300.
- Cruzes, que assalto. Empurra-empurra, fila, banheiro sujo... você quer ir mesmo? Não acha que já passou da idade pra isso, meu bem?
- Quero, e não acho que passei da idade. Não tem idade pra essas coisas.
- Sabe, acho que a gente devia ir àquele show novo da Maria Rita, que tal? Mesinha, tranquilo... Podemos chamar o Roberto e a Rita, eles gostam também. Vai ser no Tom Brasil, lá tem manobrista, lugar pra parar o carro, é tão mais fácil.
- Eu sei, mas esse vai ser no Morumbi.
- Afe, além de longe, o acesso é ruim e aposto que você vai querer que eu vá te buscar no meio daquele povão, daquela molecada.
- Era a minha idéia, se você não se importasse, mas eu penso em algo.
- (rindo) Ainda acho que você não deveria ir.
- É... amor?
- Sim?
- Vá à merda. Quer alguma coisa da rua? Vou passar perto daquela confeitaria de que você gosta.
É... não é nem legal imaginar uma coisa assim.
Ma's own whippin' boy
Rock 'n' roll damnation
Take your chance while you still got the choice"
-- Rock n' Roll Damnation, do grande AC/DC, e hoje eu tive a escolha.
* * *
Foram 4 horas e pouco em pé na fila, sem almoço, sem canapés ou aquela cervejinha gelada que a tal "taxa de conveniência" deveria dar, cabeça na prova e o tempo pra estudar que só ia ficando menor, mas valeu a pena. Sim, o AC/DC, dia 27 de novembro, e ele não vai ser outro Motörhead.
Mas o curioso foi pensar, inspirado por uma cena real que uma amiga presenciou, na possibilidade do seguinte diálogo:
(sujeito de meia idade, casado, em casa, se arrumando pra sair no dia que tirou de folga, intencionalmente)
- Amor, tô indo lá comprar meu ingresso pro AC/DC. Tem certeza que não quer ir?
- Ai, credo! Você tá doido? A gente devia é ir ver show de bossa nova, é mais calmo, isso é que é música. E quanto tá?
- Você sabe que bossa nova não é minha praia. Eu sou fã de AC/DC, e nunca tive a chance de vê-los ao vivo. Sonho de moleque, sabe? E a pista tá R$ 300.
- Cruzes, que assalto. Empurra-empurra, fila, banheiro sujo... você quer ir mesmo? Não acha que já passou da idade pra isso, meu bem?
- Quero, e não acho que passei da idade. Não tem idade pra essas coisas.
- Sabe, acho que a gente devia ir àquele show novo da Maria Rita, que tal? Mesinha, tranquilo... Podemos chamar o Roberto e a Rita, eles gostam também. Vai ser no Tom Brasil, lá tem manobrista, lugar pra parar o carro, é tão mais fácil.
- Eu sei, mas esse vai ser no Morumbi.
- Afe, além de longe, o acesso é ruim e aposto que você vai querer que eu vá te buscar no meio daquele povão, daquela molecada.
- Era a minha idéia, se você não se importasse, mas eu penso em algo.
- (rindo) Ainda acho que você não deveria ir.
- É... amor?
- Sim?
- Vá à merda. Quer alguma coisa da rua? Vou passar perto daquela confeitaria de que você gosta.
É... não é nem legal imaginar uma coisa assim.